Com agenda extensa de participação nos debates, a TNC Brasil espera que Conferência termine com compromissos firmes na implementação de ações para frear as mudanças climáticas e mitigar seus efeitos
Depois de ser adiada por um ano, em razão da pandemia de Covid-19, a Conferência do Clima (COP26) começa no próximo dia 31 de outubro em Glasgow (Reino Unido) e as expectativas são grandes. Desde o Acordo de Paris, em 2015, a COP26 é vista como o encontro global mais significativo para políticas públicas mundiais sobre clima.
A The Nature Conservancy (TNC), organização de conservação ambiental com atuação em 76 países, inclusive no Brasil há quase 30 anos, estará presente para acompanhar as negociações entre os países e participar dos debates.
Além disso, a TNC Brasil apresentou também suas recomendações aos negociadores da COP26, focadas em quatro pontos centrais: regulamentação do mercado de carbono, soluções baseadas na natureza, financiamento climático e justiça climática.
A gerente para Políticas Públicas e Relações Governamentais da TNC Brasil, Karen Oliveira, irá representar a organização na COP26 e destaca que é imperativo que a Conferência termine com o firme compromisso dos países na adoção das regras do Acordo de Paris.
"Acabar com o desmatamento, conservar a floresta em pé, promover a transição para uma economia de baixo carbono, ajustar fluxos financeiros e potencializar investimentos em soluções baseadas na natureza é o único caminho possível para o nosso futuro. Além disso, é preciso que os negociadores direcionem esforços para as populações mais atingidas pelos efeitos das mudanças climáticas de forma a garantir uma maior diversidade nos debates e na implementação de soluções, explica a executiva.
A TNC Brasil leva à COP experiências concretas de soluções baseadas na natureza, como os projetos Cacau Floresta e Conservador da Mantiqueira, que se mostraram bem sucedidos em âmbito local e podem ser escalonados para ganhos globais.
O Cacau Floresta, após nove anos de experiência, comprovou que o cultivo do cacau em sistemas agroflorestais, espécie nativa da Amazônia, tem enorme potencial para restaurar terras degradas nesse bioma. Já o Conservador da Mantiqueira mostra a capacidade de projetos que envolvem o pagamento por serviços ambientais e o envolvimento das comunidades locais na recuperação e conservação de áreas degradas.
"As evidências científicas mostram o caminho a seguir, espera-se, agora, que a COP traga o consenso global necessário para implementar as políticas que irão conduzir as mudanças necessárias", segundo Oliveira.
Além da gerente da TNC Brasil, o diretor Global de Clima da TNC, Leonardo Lacerda, também estará presente nas discussões. As informações sobre a agenda da TNC na Conferência das Partes sobre Mudança Climática e as recomendações aos negociadores estão disponíveis no site especial " TNC Brasil na COP26 " e nas redes sociais da TNC Brasil e TNC Global .
Para a CEO da TNC, Jennifer Morris, a COP26 é uma oportunidade para o mundo fazer um balanço de onde estamos e implementar as mudanças necessárias para onde devemos estar. "Temos anos, não décadas, para enfrentar essas ameaças a nossa existência. Compromissos políticos decisivos são essenciais - quero ver uma COP onde os líderes globais adotem a ciência e forneçam planos de implementação que garantirão que as metas de Paris não sejam perdidas. Mas esta também é uma COP onde as empresas e financiadores devem mostrar como estão ajudando a alinhar a economia mundial com as metas climáticas", afirmou a CEO.
Implementar essas medidas é crucial para reduzir as causas das mudanças climáticas. De acordo com os dados divulgados nesta semana pelo Sistema de Estimativas de Emissões de Gases de Efeito Estufa (SEEG), o Brasil aumentou as emissões de gases de efeito estufa (GEE) em 9,5%, em 2020. E, ainda de segundo os dados do SEEG, 46% dessas emissões têm origem no uso inadequado do solo, como a abertura de áreas para pastagens, por exemplo
Confira a agenda da TNC Brasil na COP26
4/11 - Indigenous Peoples and Local Communities e Natural Climate Solutions Strategies: debate sobre o papel dos povos indígenas para um futuro mais sustentável, a partir de soluções baseadas na natureza.
6/11 - Union4Restoration - TNC, WRI Brzil, CI and WWF Brazil together for the Amazon, Cerrado na Atlantic Rainforest: união de 4 organizações da sociedade civil, CI-Brasil (Conservação Internacional), TNC-Brasil (The Nature Conservancy), WRI Brasil (World Resources Institute) e WWF-Brasil (Fundo Mundial para a Natureza), com o objetivo de criar uma meta comum para restaurar 4 milhões de hectares na Amazônia, Cerrado e Mata Atlântica, em dez anos.
6/11 - Transforming Land-Use Systems with Nature and Health at the Center of Climate Solutions and Global Recovery: apresentação dos projetos sustentáveis do estado do Pará, alguns com parceria da TNC, como o Cacau Floresta.
7/11 - Amazonia Is the Way to Our Future: Business as a Force for Good: O painel debaterá a importância do Quadro de Biodiversidade Pós-2020, não apenas para um acordo sobre a natureza, mas também para o Acordo de Paris. Este debate também examinará o que podemos fazer para proteger a Amazônia e evitar que ela chegue ao seu ponto de não retorno.
9/11 - Biodiversity and Climate Change: the importance of ecosystem conservation to provide clean and renewable energy for all: painel que traz importância da conservação dos ecossistemas para o setor de energia.
11/11 - Networks for Climate Actions: debate sobre a capacidade de articulação e incidência de movimentos multissetoriais.
TNC
A The Nature Conservancy (TNC) é uma organização global de conservação ambiental dedicada à proteção das terras e águas das quais toda a vida depende. Guiada pela ciência, a TNC cria soluções locais inovadoras para os principais desafios do mundo, de forma que a natureza e as pessoas possam prosperar juntas. Trabalhando em 76 países, a organização utiliza uma abordagem colaborativa, que envolve comunidades locais, governos, setor privado e a sociedade civil. No Brasil, onde atua há mais de 30 anos, o trabalho da TNC concentra-se em solucionar os complexos desafios de conservação da Amazônia, Cerrado e Mata Atlântica a partir de uma abordagem sistêmica, com foco na implementação e geração de impacto, para mitigar as mudanças climáticas e a perda da biodiversidade.
*Karen Oliveira
Geóloga, Mestre em Planejamento Energético Ambiental e
Doutora em Relações Internacionais, Na TNC Brasil é Gerente para Políticas
Públicas e Relações Governamentais, coordena projetos de melhoria na
compensação ambiental para áreas protegidas e comunidades tradicionais; a
implementação de uma agenda de crescimento verde para reduzir o desmatamento no
Pará; além de diversos estudos para desenvolvimento de infraestrutura
sustentável na região amazônica. Sua experiência inclui trabalhos em Cooperação
Internacional entre Brasil, África e América Latina em iniciativas relacionadas
ao desenvolvimento sustentável da infraestrutura, promoção da agenda climática,
gestão de unidades de conservação e fortalecimento da governança ambiental.
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