Alexandre Velilla*
Estabelecer um mindset inovador e colaborativo é o primeiro passo para qualquer transformação empresarial. Para seu sucesso, uma mudança de cultura deve ser o pontapé inicial.
A Transformação Digital tem alterado a forma de fazer negócios nos últimos anos. Digo isso porque, com todo seu potencial de proporcionar eficiência e escalabilidade às empresas, temos visto o surgimento recente de verdadeiros impérios empresariais, instituições que tem utilizado toda a tecnologia para gerar maior assertividade no dia a dia das pessoas, adaptando-se de imediato aos novos padrões de comportamento. Para se ter uma ideia, de acordo com uma pesquisa realizada pela Brasscom, foi constatado que a Transformação Digital deve movimentar cerca de R$ 250 bilhões até 2021. Tal investimento será aplicado em conceitos como Internet das Coisas (IoT), Big Data, Inteligência Artificial, entre outros.
Para o sucesso da Transformação Digital, no entanto, o fator primordial é a efetiva promoção de uma mudança cultural dentro das organizações. Inclusive, esse papel é um dos principais desafios que os CEOs tiveram ao assumir seu posto, visto que impulsionar essa mudança de mindset dentro de suas organizações foi uma das principais necessidades corporativas nos últimos anos.
Isso demostra que a cada dia as empresas e as novas lideranças estão mais atentas aos processos de transformação, não apenas em atividades e processos mecânicos, mas também na forma de agir e lidar com a gestão da companhia e de seus profissionais diariamente.
Ademais, quando pensamos em mudança de cultura, de acordo com o livro "Mindset: A nova psicologia do sucesso", escrito pela professora de Stanford, Carol Dweck, a transformação cultural está diretamente associada ao mindset, uma vez que é possível cultivar qualidades básicas a partir dos esforços particulares. Desta maneira, quando aplicamos esse conceito ao universo corporativo, é fácil perceber que, uma vez que estimulamos nossas equipes, promovendo uma transformação cultural genuinamente inovadora, todo o cenário da empresa tende a ser aperfeiçoado.
Apenas para contextualizar, gostaria de apontar, ao meu ver, quais são os principais pontos para a mudança do mindset e a construção de uma cultura organizacional vencedora dentro das empresas:
Para inovar é preciso se arriscar: quando pensamos em inovação, cometer erros é algo quase que inevitável. Dessa maneira, é preciso aprender e lidar com eles, entendendo que qualquer transformação só será possível uma vez que você utilize todo seu aprendizado como maior aliado. Isso significa que punir os erros está na contramão da descoberta de ideias inovadoras.
Ousadia é essencial: uma vez que o gestor de uma empresa permite que seu time trabalhe com os objetivos de forma mais ousada e dinâmica, a companhia como um todo tende a ganhar. Isso porque todos os profissionais estarão dispostos a darem o melhor de si pelo seu crescimento profissional e, por conseguinte, do negócio.
É preciso estar atento às mudanças: para que uma transformação ocorra de fato, é importante que os gestores mantenham uma vigilância constante nas ações do dia a dia, seja em operações ou no comportamento de sua equipe. Afinal, mudar a cultura não é apenas pregar um quadro de avisos, é demonstrar e aplicar os valores que você quer guiar seus negócios.
Transformação cultural vem antes da transformação digital
Como exposto, a cada dia, os gestores estão mais atentos aos movimentos da transformação digital, vendo seu potencial de acelerar processos manuais, gerar maior eficiência e redução de custos. No entanto, uma coisa que muitos profissionais ainda não entenderam é que qualquer mudança para o cenário disruptivo só será possível com a transformação de toda a estrutura empresarial, envolvendo, principalmente, uma nova mentalidade cultural.
Assim, para que possamos reconhecer nossas empresas como verdadeiras máquinas inovadoras, é preciso que a mudança, antes de qualquer coisa, seja percebida internamente. Ou seja, é essencial que os colaboradores se inspirem e estejam determinados a encarar esse novo desafio de forma engajada, colaborativa e com criatividade. Neste processo, vale ressaltar que o CEO exerce um papel indispensável, uma vez que ele será o responsável pelo pontapé inicial rumo a uma nova cultura organizacional dentro da empresa e, por conseguinte, à Transformação Digital. Além disso, é papel dele inspirar todo seu time, encorajando-os a estarem alinhados às novas estratégias da companhia, sendo ele (CEO) ponto de referência e, modelo.
Outro ponto nessa transição cultural - talvez o mais importante - é lidar com essas mudanças de forma colaborativa. Para tanto, mais uma vez esse processo deve partir dos gestores, que precisam desenvolver um planejamento organizacional levando em conta os anseios de seus colaboradores, clientes e da sociedade como um todo.
Desta forma, com toda certeza, você estará direcionando sua corporação em direção ao futuro que, inclusive, já chegou!
*Alexandre Velilla - empresário que reúne em sua trajetória profissional mais de 25 anos de experiência em empresas nacionais e multinacionais, é pós-graduado (PMD) pelo IESE - University of Navarra e formado em Ciências Econômicas pela USCS e em Ciências Contábeis pela UNISA. Tem mais de 25 anos de experiência, em empresas nacionais e multinacionais, nas áreas de finanças, controladoria e administração, além de auditoria e consultoria. Já passou por companhias como KPMG Brasil, Boston Scientific do Brasil, EY, e CEL.LEP. Experiência alicerçada em Estratégia, Gestão e Finanças. Velilla também é apresentador de TV do programa "Café com CEO" e jurado titular do "Batalha das Startups", ambos da Record News. Além disso, é membro dos Comitês Estratégicos de CEOs e de CFOs da AMCHAM, membro do conselho consultivo do CEAP (melhor ONG de Educação do Brasil em 2019 e do Sudeste em 2020) e Vice-Presidente de Inovação do IBEF-SP (Instituto Brasileiro de Executivos de Finanças). É também empresário, sendo sócio-fundador da Quest Construções, sócio da Flex Interativa e investidor-anjo no BR Angels. Em 2020, foi eleito Profissional do Ano pela ANEFAC (Associação Nacional dos Executivos de Finanças, Administração e Contabilidade), na 35ª edição do prêmio.
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