Segundo especialista do Mackenzie, num pior cenário de alta da inflação e instabilidade política, a taxa pode passar de 11% no próximo ano
Amanhã, 27 de outubro, o Comitê de Política Monetária (Copom) realiza a penúltima reunião anual para definir a Selic, taxa básica de juros, que vem aumentando ao decorrer dos últimos meses. A expectativa é de mais uma elevação na taxa, tendo em vista a instabilidade no cenário econômico atual. No último boletim Focus, divulgado pelo Banco Central, a previsão da Selic é de 8,75%.
Entretanto, uma alta ainda maior também não é descartada entre especialistas. Para Ulisses Ruiz de Gamboa, professor de economia e pesquisador do Centro Mackenzie de Liberdade Econômica (CMLE) da Universidade Presbiteriana Mackenzie (UPM), o ano deve terminar com a taxa entre 9% e 9,25%, o que significa uma elevação de até dois pontos percentuais comparados a taxa atual.
Isto se deve a instabilidade política e, no âmbito fiscal, por conta do furo do teto de gastos, proposto pelo Governo Federal para o lançamento do programa Auxílio Brasil em substituição ao Bolsa Família. "Essa instabilidade está provocando uma disparada do dólar, está acelerando a inflação e essa aceleração vai ser combatida pelo Banco Central com o aumento da taxa básica", explica o economista.
Ele acrescenta ainda que o primeiro trimestre de 2022 deve fechar com a Selic ainda mais alta, chegando a 11,25%, causada pelas incertezas políticas intensificadas no ano de eleição, impactando o dólar e a inflação.
Já o professor de economia internacional e negócios internacionais do Centro de Ciências Sociais e Aplicadas (CCSA) da UPM, Marcos Antonio de Andrade, projeta a taxa para 8,25% ao fim deste ano.
Para 2022, ele analisa projeções em torno de 8,50% numa piora do cenário político. "Essa projeção inclui manutenção da equipe econômica, em caso de alteração a volatilidade deve ser maior com alteração da mediana podendo chegar a 9,50% e a taxa final próxima a 9%", afirma Andrade.
São vários os fatores que vem acarretando o aumento da Selic, dentre eles, juros mais altos do que as projeções do início do ano, atividade econômica desacelerada devido à dificuldade de reaquecimento da economia, diminuição de estímulos fiscais, commodities depreciados em dólar e a disparada do petróleo no mercado internacional, como aponta Andrade.
Ulisses Gamboa explica que a inflação desacelerada somada ao aumento do preço das matérias primas do mercado nacional e, consequentemente, o encarecimento dos custos de produção contribuem para o aumento da Selic. "Tudo isso se agrava com os aumentos da cotação do dólar, que se devem ao aumento do risco fiscal por parte dos investidores. Também não vamos esquecer das tarifas elétricas causadas pela crise hídrica", explica o professor.
Sobre a Universidade Presbiteriana Mackenzie
A Universidade Presbiteriana Mackenzie está na 103º posição
entre as melhores instituições de ensino da América Latina, segundo a pesquisa
QS Quacquarelli Symonds University Rankings, uma organização internacional de
pesquisa educacional, que avalia o desempenho de instituições de ensino médio,
superior e pós-graduação. Possui três campi no estado de São Paulo, em
Higienópolis, Alphaville e Campinas. Os cursos oferecidos pelo Mackenzie
contemplam Graduação, Pós-Graduação Mestrado e Doutorado, Pós-Graduação
Especialização, Extensão, EaD, Cursos In Company e Centro de Línguas
Estrangeiras.
Em 2021, serão comemorados os 150 anos da instituição no
Brasil. Ao longo deste período, a instituição manteve-se fiel aos valores
confessionais vinculados à sua origem na Igreja Presbiteriana do Brasil.
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