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sábado, 22 de outubro de 2022

MT - Instituto capacita profissionais em Mato Grosso e oferece equipamentos para confecção de palmilhas e adaptação de calçados para pacientes com Hanseníase

 

Curso promovido em parceria com a Secretaria de Saúde do Estado capacitou cerca de 20 profissionais dos municípios de Alta Floresta, Tangará da Serra e Barra do Garças

O Instituto Aliança contra Hanseníase (AAL, na sigla em inglês: Alliance Against Leprosy), em parceria com a Secretaria de Saúde do Mato Grosso, promoveu nos meses de fevereiro e setembro de 2022 uma capacitação teórica e prática de indicação e confecção de palmilhas e adaptação de calçados para pessoas acometidas pela Hanseníase. Os cursos foram ministrados para profissionais de três municípios mato-grossenses - Alta Floresta, Tangará da Serra e Barra do Garças.

Reunindo cerca de 20 profissionais da área da saúde, como fisioterapeutas, terapeutas ocupacionais e enfermeiros, e que já atuam com pacientes acometidos pela Hanseníase, o curso teve carga horária total de 20 horas, sendo dividido em 12 horas para a parte teórica, que foi comandada pela terapeuta ocupacional e doutora em Ciências da Saúde, Susilene Nardi, e 08 horas para a parte prática, ministrado pelo Dr. André Brito, fisioterapeuta, que atua na cidade de Alta Floresta, e por Lourenço Ribeiro da Cruz, que atua em Primavera do Leste.

As sapatarias, como são chamadas, já foram implementadas nesses municípios mato-grossenses e fazem parte do projeto “Mato Grosso em Redes: Cuidado Integral em Hanseníase”, que faz parte de uma parceria firmada em 2020 entre a AAL com a Secretaria de Saúde de Mato Grosso, para estruturar a rede de cuidados integrais para a hanseníase a partir de estratégias inovadoras e permanentes.

Segundo a Dra. Susilene, na parte teórica da capacitação foram abordados temas sobre anatomia, biomecânica e avaliação neurológica dos membros inferiores e prescrição de órteses e calçados, materiais utilizados e equipamentos e fichas de avaliação, além de orientações gerais sobre os cuidados com o paciente. Já na parte prática é apresentado os materiais e equipamentos utilizados na oficina ortopédica, avaliação dos membros inferiores dos pacientes elencados para serem avaliados, os profissionais, sob supervisão, tiram o molde e posteriormente confeccionam as palmilhas, aprendem a orientar sobre a escolha do calçado adequado aos pacientes. Desta forma, os profissionais locais produzem as palmilhas e as  adaptações de calçados após criteriosa avaliação dos membros inferiores de cada paciente” explica Dra Susilene.

Após 40 dias do curso finalizado, o Instituto realizou um workshop com todos os profissionais para falar de suas experiências e tirar dúvidas. As cidades de Alta Floresta e Tangará já concluíram as capacitações, e a cidade de Barra do Garças está em fase de conclusão do módulo prático.

“No módulo teórico, abordamos toda a parte de conceitos básicos de anatomia e todos os problemas que as pessoas com Hanseníase são acometidas em relação a neuropatia periférica, diminuição sensitiva, motora, deformidades e, posterior a isso, ainda no módulo teórico, a gente fez toda a parte de indicação e confecção de palmilhas, análise com base nestes exames: avaliação sensitiva, avaliação motora, avaliação biomecânica e a avaliação anatômica. Após esta etapa, trabalhamos toda essa parte modular, como prevenção de capacidades, melhor calçado, tipos de materiais e equipamentos utilizados na sapatarias”, explica Dra. Susilene.

Materiais e equipamentos das sapatarias foram disponibilizados pelo AAL

Com os recursos repassados pela Companhia Internacional da Ordem de Malta contra a Hanseníase (CIOMAL, na sigla em francês), com o qual a Aliança contra Hanseníase tem sólida parceria, antes do início das capacitações, o Instituto providenciou a compra de materiais e equipamentos permanentes, com todos os itens necessários e consumíveis para que as sapatarias possam funcionar nestas cidades, atendendo aos pacientes que necessitam de cuidados por causa da Hanseníase. “Conforme vão sendo usados pelos profissionais da capacitação, no módulo teórico, a AAL faz a reposição de novos materiais. Nesta etapa, monta-se a sapataria e instala-se os equipamentos e os profissionais já começam a trabalhar. Após a conclusão, os equipamentos ficam com o município, sendo necessário apenas a manutenção dos insumos para as confecções”, explica Dra. Susilene. 

Sobre o Instituto Aliança contra Hanseníase

Com sede em Curitiba (PR) e projeção internacional, o Instituto Aliança contra Hanseníase é uma associação sem fins lucrativos que une ciência, educação e filantropia no combate à hanseníase. O Instituto AAL foi fundado pela dermatologista e hansenologista Dra. Laila de Laguiche, profissional com 20 anos de experiência na área, pós-graduada em Saúde Internacional e Doenças Tropicais pelo Instituto de Medicina Tropical da Antuérpia (Bélgica). Já atuou como representante da regional Sul e Relações Internacionais da Sociedade Brasileira de Hansenologia (SBH). A entidade ainda conta com uma equipe de conselheiros formada por grandes referências em hansenologia no Brasil e na América Latina. Mais informações, acesse: www.allianceagainstleprosy.org.

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