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terça-feira, 23 de novembro de 2021

O uso de plástico virgem por grandes marcas deve diminuir quase 20%, de acordo com novo relatório da Fundação Ellen MacArthur e do PNUMA

 

                                                                      Imagem: divulgação - Pexels

O Relatório de Progresso sobre o Compromisso Global para os plásticos mostra que depois de décadas de crescimento, o uso de plástico virgem por marcas e varejistas parece ter atingido o pico em 2021 e diminuirá em quase 20% até 2025.

Em grande parte, este progresso é impulsionado pela reciclagem, mas isso não é suficiente para solucionar o problema da poluição por plástico - deve-se dar muito mais atenção à eliminação de embalagens de uso único urgentemente

Por trás dos apelos por um acordo global para a poluição causada por plástico, há um movimento nunca antes visto.

Marcas e varejistas envolvidos com o Compromisso Global reduziram coletivamente o uso de plástico virgem em embalagens pelo segundo ano consecutivo, de acordo com novos dados.

Três anos após o lançamento do Compromisso Global por umaNova Economia dos Plásticos, a Fundação Ellen MacArthur e o Programa para o Meio Ambiente da ONU constataram que a utilização de plástico virgem pelas empresas comprometidas com esse movimento parece ter atingido o pico e, agora, está em tendência decrescente.

Essa queda será acelerada por novos acordos que têm como objetivo fazer com que o uso de plástico virgem diminua quase 20% até 2025, em números absolutos, em comparação com 2018. Estabelecer uma meta de redução se tornou obrigatório para todas as 65 marcas e varejistas signatários  do Compromisso Global em 2021.

Quando combinado com o impacto de acordos já existentes, estima-se que elevar as ambições a esse nível irá evitar a produção anual de 8 milhões de toneladas de plástico virgem até 2025. Esse é o equivalente a manter 40 milhões de barris de petróleo nos subsolos.

Embora a redução do uso de plásticos virgens seja uma tendência bem-vinda, o progresso atual é impulsionado em grande parte pela troca do plástico virgem pelo plástico reciclado. Essa é apenas uma parte da solução, porém, ela não contempla a quantidade total de embalagens plásticas no mercado. Existem poucas evidências de esforços ambiciosos para reduzir a necessidade de embalagens de uso único desde o princípio. Menos de 2% das embalagens de plástico das empresas signatárias do Compromisso são reutilizáveis e, para mais da metade dessas empresas, a porcentagem cai para zero. 

Dame Ellen MacArthur, Fundadora e Presidente do Conselho de Curadores da Fundação Ellen MacArthur, afirma: “Nós não vamos resolver a poluição por plásticos através de mais reciclagem. Eliminar embalagens descartáveis é uma parte vital para a solução do problema. De maneira alarmante, nossos relatórios mostram que há pouco investimento nisso. Nós precisamos focar urgentemente na inovação de origem, no início das cadeias, reconsiderando como produtos podem ser comercializados sem embalagens ou com embalagens reutilizáveis. Isso não só permite a eliminação do desperdício, mas também significa que podemos eliminar as emissões de carbono em paralelo a criação de novas oportunidades para negócios. Substituir apenas 20% das embalagens descartáveis por embalagens reutilizáveis representa uma oportunidade estimada em 10 bilhões de dólares”.

Iniciativas voluntárias como o Compromisso Global começaram a gerar essas mudanças. Mas, um grande número de empresas e países reconheceram que iniciativas voluntárias não são suficientes para resolver o problema. As empresas signatárias do Compromisso Global são responsáveis por pouco mais de 20% das embalagens plásticas no mundo. Precisamos de uma resposta global coordenada para que toda a indústria e todos os governos ajam na escala e ritmos necessários.

Existe um movimento inédito por trás de um acordo global sobre poluição por plástico. Mais de 80 empresas líderes e 119 governos nacionais solicitaram um acordo global para combater a poluição por plástico, e mais de 2 milhões de pessoas assinaram uma petição em apoio. A 5ͣ sessão da Assembleia das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente (UNEA 5.2), que será realizada em fevereiro de 2022, é um momento crucial, quando governos decidirão os próximos passos, incluindo a decisão sobre se devem iniciar uma negociação intergovernamental para um acordo global.

Inger Andersen, Diretor Executivo do PNUMA, disse: “O Compromisso Global tem mostrado que a ação voluntária combinada de agentes em toda cadeia de valor, incluindo governos, pode mudar o patamar da luta contra a poluição por plástico. Os esforços de todos os signatários do Compromisso em relatar seu progresso de forma transparente e com métricas predeterminadas é verdadeiramente louvável e um ótimo exemplo a ser seguido. Os precursores  também estão demonstrando que podemos desassociar os benefícios que obtemos das embalagens de plástico do consumo de plástico virgem, e isso é revolucionário. Mas a ação desses precursores pode ser impulsionada por uma abordagem ampla, inclusiva e global.

SOBRE A FUNDAÇÃO ELLEN MACARTHUR

A Fundação Ellen MacArthur é uma organização internacional sem fins lucrativos que desenvolve e promove a ideia de uma economia circular para enfrentar alguns dos principais desafios da atualidade, como as mudanças climáticas, a perda da biodiversidade, desperdício e poluição. Trabalhamos com líderes dos setores público e privado, assim como acadêmicos, para construir conhecimento, explorar oportunidades colaborativas e projetar e desenvolver iniciativas e soluções para uma economia circular. Progressivamente mais baseada em energia renovável, uma economia circular é movida pelas ideias de eliminação de desperdício, reutilização de materiais e produtos e regeneração da natureza para criar resiliência e prosperidade para os negócios, o meio ambiente e a sociedade.

Para mais informações: www.ellenmacarthurfoundation.org | @circulareconomy

SOBRE O COMPROMISSO GLOBAL

O Compromisso Global por uma Nova Economia dos Plásticos, coordenado pela Fundação Ellen MacArthur em conjunto com o Programa para o Meio Ambiente da ONU, une empresas, governos e outras organizações com perspectivase metas em comum, visando solucionar o desperdício e a poluição de plástico e poluição na sua origem. Os signatários do Compromisso trabalharão para eliminar os itens de plástico que não precisamos; inovar para que todos os plásticos que precisamos sejam reutilizáveis, recicláveis ou compostáveis; e circular tudo o que usamos, mantendo os materiais dentro da economia e fora do meio ambiente.

Desde seu lançamento, em 2018, mais de 500 signatários se comprometeram a manter os plásticos na economia circular e fora do meio ambiente, incluindo empresas que representam 20% da produção global de embalagens plásticas. Todas as empresas e governos signatários se comprometeram com metas ambiciosas para 2025 e relatar publicamente seus resultados todos os anos.

Para mais informações: emf.org/global-commitment | @circulareconomy

SOBRE O PROGRAMA PARA O MEIO AMBIENTE

O Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA) é a principal voz mundial sobre o meio ambiente. Ele proporciona liderança e incentiva parcerias com o objetivo de cuidar do meio ambiente inspirando, informando e permitindo que as nações e as pessoas melhorem sua qualidade de vida sem comprometer a das futuras gerações.

PNUMA aos 50: Tempo de refletir sobre o passado e imaginar o futuro

A Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente Humano de 1972 em Estocolmo, Suécia, foi a primeira conferência da ONU com a palavra “meio ambiente” em seu título. A criação do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA) foi um dos primeiros resultados mais visíveis, entre muitos, desta conferência. O PNUMA foi criado simplesmente para ser a consciência ambiental da ONU e do mundo. As atividades que ocorrerão até 2022 olharão para o progresso significativo feito, bem como o que está por vir nas próximas décadas.

Mais informações: unep.org | @UNEP

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