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quinta-feira, 4 de novembro de 2021

Com adiamentos do leilão do 5G, empresas no Brasil deixam de gerar US$ 2,2 bi em negócios até 2022, aponta Instituto IT Mídia

             

● Estimativa compreende o período entre 2020 e 2022;

● Por sua vez, novas tecnologias impulsionarão contratos de US$25,5 bilhões até 2025;

● Implantação de redes privadas 5G aumentará 3,6 vezes até 2024 na América Latina;

A demora para a realização do leilão de frequência de quinta geração (5G), a nova geração de conectividade móvel, e seus inúmeros adiamentos deve fazer com que US$2,2 bilhões (cerca de R$12 bilhões, na conversão) de negócios entre empresas (B2B) deixem de ser gerados até 2022. O dado é do Panorama sobre a Evolução do 5G e oportunidades para o mercado brasileiro, estudo inédito sobre a tecnologia no Brasil encomendado pelo Instituto IT Mídia, organização sem fins lucrativos que tem o propósito de transformar vidas por meio da educação e tecnologia, à IDC, fornecedora líder de pesquisa e consultoria de TI global. A estimativa compreende o período entre 2020 e 2022 -- ano em que estava previsto para acontecer a licitação das frequências, até o fim do ano que vem, quando devem ser colhidos, de forma massificada, os primeiros benefícios das implantações. O cronograma foi impactado pela pandemia de COVID-19, o que refletiu em muitos adiamentos. Após três anos desde o início da elaboração do edital, o leilão foi confirmado pela Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) para o dia 4 de novembro.

A estimativa compreende o período entre 2020 e 2022 -- ano em que estava previsto para acontecer a licitação das frequências, até o fim do ano que vem, quando devem ser colhidos, de forma massificada, os primeiros benefícios das implantações. O cronograma foi impactado pela pandemia de COVID-19, o que refletiu em muitos adiamentos. Após três anos desde o início da elaboração do edital, o leilão foi confirmado pela Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) para o dia 4 de novembro.

"São US$2,2 bilhões a menos para a economia brasileira, recurso que deixou de ser empregado na maturidade digital do País, inclusive no processo de transformação digital que foi acelerado pela própria pandemia, mas que os adiamentos do leilão causaram esse descompasso nos investimentos. Perdeu-se parte da janela de inovação", afirma Vitor Cavalcanti, diretor geral do Instituto IT Mídia.

Para Luciano Saboia, gerente de pesquisa e consultoria em Telecomunicações da IDC Brasil, responsável pelo estudo, existe como recuperar o tempo perdido, já que o período de implementação é longo. "Deixamos de gerar negócios para impulsionar tecnologias que já temos aqui no Brasil e com isso ficamos para trás em maturidade digital. O 5G é muito importante para países emergentes, que têm barreiras de conectividade maiores do que os países desenvolvidos", explica.

Perspectiva animadora

A perspectiva para os próximos anos, porém, é positiva. O estudo da IDC encomendado pelo Instituto IT Mídia aponta que a geração de negócios previstos para os próximos quatro anos é de US$25,5 bilhões. Impulsionado por novas tecnologias como Big Data & Analytics, Cloud e, principalmente, Internet das Coisas (IoT), tecnologia que o Brasil ocupa apenas o 40º posto no mercado global, sendo que nas demais está entre os principais players, com destaque para o oitavo lugar no ranking em inteligência artificial.

Redes privadas

No estudo, encomendado pelo Instituto IT Mídia à IDC, dados apontam que 71% das pessoas ouvidas ainda não sabem como ou veem vantagem em como 5G melhorará suas experiências pessoais ou ainda apontam que se sentem atendidas pela tecnologia 4G. Como, além da mudança de mindset, a adoção tecnológica passa pela mudança de dispositivo, o desafio de ordem econômica é ainda maior. "O ciclo do 4G começou em 2013 para a Copa do Mundo e a massificação aconteceu há pouco tempo. Podemos esperar uma curva semelhante para o 5G", explica Saboia.

Se no B2C a adoção será lenta, no segmento empresarial o tempo urge. E um dos segmentos que deve ser beneficiado, de acordo com o estudo encomendado para a IDC, é o de redes privadas. Entre 2021 e 2024 o crescimento será de 3,6 vezes na América Latina, passando de US$55,4 bilhões para US$200,2 bilhões em 2024.

"No estudo do ano passado, também encomendado à IDC, trouxemos como o 5G impacta em um novo arranjo no setor de telecomunicações, com a indústria 4.0 assumindo o papel central, passando a ser responsável pelas implantações. Com as redes privadas, as operadoras se reinventam e voltam a ter papel importante dentro do ecossistema", aponta Cavalcanti.

As redes privadas resolvem o desafio de conectividade e atendem a necessidades específicas no âmbito empresarial e industrial, oferecendo alta velocidade com baixa latência e alta capacidade. Entre os setores com maior potencial para implantar esse tipo de infraestrutura, destacam-se três grupos:

• Ambientes de missão crítica- que exigem conectividade móvel e/ou sempre ativa, pois a perda de dados pode trazer impactos econômicos e/ou sociais: mineração, petróleo e gás, governo, segurança pública e transporte. Organizações que já atuam com o LTE (4G), com o 5G desempenhando papel maior a partir de 2022.

• Indústria- pode ter algumas características semelhantes à missão crítica, mas foco em automação e processos industriais para a Indústria 4.0: manufatura, portos, armazenamento e assim por diante. Adoção do 5G a partir de 2023.

• Empresas tradicionais- cuja necessidade de redundância e automação são menores: grandes locais, estádios públicos, educação, saúde, varejo etc. A disponibilidade do espectro e o modelo de consumo são as principais barreiras.

Saiba mais:

Neste vídeo, Vitor Cavalcanti, diretor geral do Instituto IT Mídia, entrevista Luciano Saboia, gerente de pesquisa e consultoria em Telecomunicações da IDC, sobre os principais pontos do estudo.

Baixe o estudo completo AQUI

Sobre o Instituto IT Mídia

O Instituto IT Mídia é uma organização sem fins lucrativos que tem o propósito de transformar vidas por meio da educação e tecnologia. Criado em 2008 a partir do projeto Profissional do Futuro, o Instituto ampliou sua atuação com os projetos Tech para Inclusão, Eu Capacito, o Programa de Formação de Engenheiros, além dos estudos sobre 5G, Ranking de Competitividade Digital e o Manual de Digitalização das Empresas.

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