ISA e Rede de Sementes do Xingu realizam lançamento
online do filme ‘Fazedores de Floresta’
Documentário em realidade virtual mostra a união entre povos indígenas, comunidades tradicionais, ambientalistas e produtores rurais por um objetivo comum: plantar as florestas do futuro
Unir ambientalistas, povos indígenas, comunidades locais e produtores rurais para recuperar florestas parece um sonho improvável, mas é uma das estratégias mais inovadoras e eficazes para a restauração das florestas brasileiras.
O filme "Fazedores de Floresta - Uma Aventura em Busca da Água" é uma imersão na experiência do Instituto Socioambiental (ISA) e da Associação Rede de Sementes do Xingu (ARSX), que uniram povos e conhecimentos para a restauração de áreas degradadas nas bacia dos rios Xingu, Araguaia e Teles Pires, no Mato Grosso.
Após pré-lançamento na COP26 em Glasgow, com exibições e debates na Cúpula dos Povos e no Brazil Climate Action HUB, o documentário de 9 minutos teve sua estreia nacional no dia 7 de dezembro às 19h no site do filme.
Além da primeira exibição pública do filme no Brasil, o evento é uma celebração do trabalho do ISA e da Rede de Sementes do Xingu. Após a exibição do documentário, Rodrigo Junqueira, secretário-executivo do ISA, media o bate-papo com um grupo formado pelo diretor do filme, Tadeu Jungle, pela cantora e ativista socioambiental Maria Gadú, por coletores de sementes, plantador de florestas e produtor rural.
Com participação de Jungle e Gadú, são: Milene Alves, Bruna Ferreira e Oreme Ikpeng, da Rede de Sementes do Xingu, Guilherme Pompiano, do ISA, e José Luiz, da Fazenda Cristo Rei.
Narrado por Milene Alves, uma das mais de 500 coletoras de sementes espalhadas pela região, o filme mostra de perto o funcionamento da Rede de Sementes do Xingu e de seus parceiros do ISA, que realizam os plantios e monitoram o crescimento das árvores. Já são quase 20 milhões delas.
Ao longo de nove minutos, o documentário apresenta, também, como grupos com interesses distintos conseguem dialogar e se unir para plantar as florestas do futuro.
"Não proteger as áreas de nascentes e de beiras de rio gera um risco não apenas para a floresta, mas também para a agropecuária. Ter a floresta de volta é bom pra todo mundo", afirma Alves ao apresentar, durante o filme, o trabalho de restauração florestal.
Geração de vida, geração de renda
Há mais de 14 anos, o ISA e a Rede de Sementes do Xingu vêm unindo saberes de povos indígenas e comunidades tradicionais com tecnologia de ponta para trazer a biodiversidade e a água de volta para a região e movimentar a economia local, ajudando produtores rurais a restaurar áreas de nascentes e beira de rio.
A partir da coleta de sementes nativas, a rede movimenta uma cadeia socioeconômica que valoriza o conhecimento tradicional das comunidades, impulsiona o equilíbrio socioambiental e melhora o bem estar dos moradores da região.
Até 2020, cerca de 260 toneladas de sementes de mais de 220 espécies nativas foram coletadas, gerando uma renda de R$ 4,4 milhões para os coletores e suas comunidades. Essa estratégia se torna ainda mais potente quando produtores rurais reconhecem que o conhecimento tradicional e a tecnologia atuam em seu favor, e ajudam a restaurar florestas que beneficiam suas lavouras, o equilíbrio climático regional e o regime de chuvas em todo o país.
A partir da articulação com diversos grupos, ISA e Rede Sementes do Xingu já restauraram 6,8 mil hectares de floresta nativa na região.
"Plantar florestas aproxima as pessoas. O ato de coletar sementes, misturar, fazer as muvucas e colocar na terra cria um vínculo fundamental com a vida. Em um contexto de emergência climática e pandemia, estamos falando de uma inspiração para um futuro melhor", afirma Rodrigo Junqueira.
"Uma experiência em realidade virtual proporciona uma imersão potente nas ideias que nos ajudam a transformar a nossa realidade. É uma forma de vivenciar esse dia a dia e levar as soluções encontradas pelos Fazedores de Floresta para todas as pessoas", afirma Tadeu Jungle. O filme tem ação de distribuição e articulação liderada pela Flow Impact.
"Fazedores de Floresta" é dirigido por Tadeu Jungle e uma produção da Junglebee, em parceria com o Instituto Socioambiental (ISA) e a Associação Rede de Sementes do Xingu e tem apoio institucional do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente, PNUMA e da Década da ONU da Restauração de Ecossistemas.
A Década da ONU da Restauração de Ecossistemas tem como objetivo inspirar e apoiar governos, organizações multilaterais, sociedade civil, empresas do setor privado, jovens, grupos de mulheres, povos indígenas, agricultores, comunidades locais e indivíduos em todo o mundo, para colaborar, desenvolver e catalisar iniciativas de restauração em todo o mundo.
A produção do filme contou com apoio da União Europeia, Good Energies, Rainforest Foundation Norway, Amazonia Live/Rock in Rio, Funbio e Conservação Internacional (CI).
Sobre a Junglebee
A Junglebee é uma produtora de Realidade Aumentada e Realidade Virtual. Desenvolve histórias imersivas e cria soluções para os novos desafios da comunicação para empresas, instituições culturais e ONGs.
Sobre o Instituto Socioambiental (ISA)
O Instituto Socioambiental (ISA) é uma organização da sociedade civil brasileira, sem fins lucrativos, fundada em 1994, para propor soluções de forma integrada a questões sociais e ambientais com foco central na defesa de bens e direitos sociais, coletivos e difusos relativos ao meio ambiente, ao patrimônio cultural, aos direitos humanos e dos povos.
Sobre a Rede de Sementes do Xingu
A Associação Rede de Sementes do Xingu é uma associação não-governamental, sem fins lucrativos, considerada a maior rede de sementes nativas do Brasil. Criada em 2007, a iniciativa visa a valorização de povos e comunidades que coletam sementes para restauração florestal em diversos territórios nas bacias dos rios Xingu e Araguaia, no Mato Grosso. Hoje, são mais de 500 coletores de sementes, que já ajudaram a plantar cerca de 20 milhões de árvores.
Sobre a Flow Impact
A partir da percepção de que algumas mudanças precisam ser
aceleradas, foi criada a distribuidora Flow, uma spin-off da Maria Farinha
Filmes que experimenta novas formas de chegar ao público e realiza campanhas de
impacto social que proporcionam caminhos concretos e plurais, fomentando o
espírito ativista. Alguns dos destaques de seu portfólio são os documentários A
Juíza, indicado ao Oscar em 2019, e Longe da Árvore (2018), baseado no
best-seller com o mesmo título - ambos fruto de uma parceria com a Participant
Media, produtora americana dedicada a realizar entretenimento que traz
consciência social, indicada a 73 Oscars e vencedora de 18 estatuetas.
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