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terça-feira, 28 de dezembro de 2021

Higienização de mãos e superfícies são essenciais mesmo com avanço da vacinação

 

Álcool 70% Aerossol Feel Care, antisséptico para as mãos

Ômicron, nova variante do coronavírus ainda em estudo por cientistas, preocupa médicos; hábitos de higiene devem continuar na rotina dos brasileiros

Apesar do avanço da vacinação contra a Covid-19, ainda é necessário continuar com os hábitos de combate à doença adquiridos ao longo da pandemia

Rodrigo Stabeli, diretor da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) em Ribeirão Preto (SP)

 “A higiene pessoal é, talvez, a maior ação que deve ser incentivada e comunicada, porque uma doença infectocontagiosa é transmitida a partir do momento em que a população se descuida”, afirma Rodrigo Stabeli, diretor da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) em Ribeirão Preto (SP) e professor de Medicina na UFSCar (Universidade Federal de São Carlos).

Desde março de 2020, quando a OMS (Organização Mundial da Saúde) declarou a instalação da pandemia de Covid-19, hábitos de higiene tornaram-se regras básicas para conter a disseminação do vírus. Entre os cuidados está o uso de álcool 70% na limpeza de mãos e de superfícies e o uso de máscara, principalmente quando em contato com outras pessoas.

Com mais de 20 meses de isolamento social, a chegada da vacina permitiu um maior respiro para a sociedade, mas os cuidados devem continuar sendo seguidos. Com a descoberta da nova variante, a Ômicron, as recomendações dos especialistas é que as pessoas não promovam aglomerações e utilizem o álcool 70%. “As medidas devem acontecer até termos certeza de que o coronavírus não é mais um vírus pandêmico”, diz Stabeli.

Nova onda

Fabiana Gabaldo, auxiliar de Enfermagem

Para a auxiliar de Enfermagem Fabiana Cacilda Gabaldo, que teve Covid-19 logo no início da pandemia e precisou ser internada, a higienização das mãos e a prevenção é necessária para conter uma possível nova onda. “Fico com receio, pois é uma doença perigosa, muitas pessoas contraem e ficam assintomáticas. A higienização pode impedir que a pessoa se contamine ou transmita a doença para outras pessoas”, conta Fabiana Gabaldo.

Um dos players que apostou no desenvolvimento de produtos específicos para a higienização de alto impacto foi a empresa EBEG, de Ribeirão Preto (SP) – ela criou o Álcool 70% Aerossol com hidratante, da marca própria Feel Care. O produto tem ação bactericida, com 99,99% de eficácia, além de conter Aloe Vera em sua fórmula. Classificado como cosmético na Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária), é dermatologicamente testado.

Márcia Ferreira, gerente de Vendas da Feel Care

“Ele é extremamente prático para higienizar não só as mãos, mas as superfícies também”, ressalta a gerente de Vendas da Feel Care, Márcia Ferreira. A marca lançou uma embalagem de 250ml e outra de 60ml, própria para levar em bolsas e bolsos.

Com a informação da nova variante, a demanda pelo Álcool 70% Aerossol passou a subir novamente. Segundo Márcia Ferreira, no início da pandemia as vendas aumentaram mais de 100% em relação ao período anterior. “Apesar de termos registrado uma baixa na procura no meio deste ano, vimos que o álcool já faz parte da rotina do brasileiro. Comparado com o período pré-pandemia, a venda continua muito maior”, explica.

CNJ abre seleção para consultoria sobre inteligência artificial e meio ambiente

Estão abertas, até o dia 7 de janeiro, as inscrições para contratação de consultoria em análise de dados e tecnologia para desenvolver estudos com inteligência artificial sobre a atuação Judiciário na proteção do meio ambiente. A atuação será no Laboratório de Inovação e Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (LIODS) do Conselho Nacional de Justiça (CNJ).

Conheça o edital completo e veja como se inscrever

A seleção ocorre por meio de parceria do CNJ com o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD). Para participar, é exigida experiência mínima de dois anos de atuação na área. Além da proposta técnica e currículo, as pessoas interessadas deverão apresentar propostas de cronograma de trabalho e de preço global. O trabalho será executado de forma remota, com disponibilidade para viagens custeadas pelo projeto.

A pessoa contratada terá que apresentar soluções de inteligência artificial (IA) e algoritmos de linguagem natural e de análise de texto para qualificar o conhecimento dos processos judiciais relacionados ao meio ambiente. A primeira é uma solução de IA e algoritmos para análise do conteúdo das decisões e sentenças e dos metadados de processos judiciais.

A segunda deve processar linguagem natural ou usar expressões regulares para identificação automatizada de processos judiciais que versem sobre mudanças climáticas e emissão de gases do efeito estufa a partir de metadados do Banco Nacional de Dados do Poder Judiciário (Datajud) e de decisões judiciais.

Outra solução vai possibilitar a identificação dos maiores réus poluidores a partir de metadados do Datajud e do conteúdo de decisões judiciais. E ainda deve ser elaborada ferramenta para predição de precedentes judiciais na área ambiental. Todas elas devem ser acompanhadas de relatórios contendo a metodologia de elaboração e desenvolvimento, resultados obtidos, índices de acurácia e outros indicadores de desempenho. O prazo de execução das atividades é de 190 dias.

Entre as exigências que deverão ser cumpridas pela consultoria contratada, estão a participação em reuniões com o CNJ para traçar as diretrizes dos relatórios e produtos de IA, utilização de algoritmos contemporâneos e softwares livres para análise dos dados e compromisso com o sigilo das informações obtidas e pela transferência dos dados para seu ambiente próprio de análise, de forma segura e em observância à Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD).

Com informações de Jeferson Melo da Agência CNJ de Notícias.

sábado, 25 de dezembro de 2021

Artigo - Custo da Corrupção

 

Imagem: BBC

Márcio Coimbra*

O brasileiro trabalha cerca de um mês por ano apenas para pagar a conta da corrupção. O desvio de dinheiro público consome 8% de tudo que é arrecadado em nosso país. São números assustadores que explicam em grande parte as razões de nossa incapacidade de reação ao subdesenvolvimento que assola a nação há tanto tempo. Se o Brasil deseja sair desta espiral de atraso é fundamental que o combate à corrupção e o respeito às leis se tornem regra e deixem de ser apenas uma utopia ilusória.

Durante esta pandemia pudemos enxergar como é importante termos um sistema de saúde confiável e eficiente. Somente em 2020, a corrupção atingiu R 1,48 bilhão dos recursos destinados ao combate à COVID-19. Entretanto, isto não é privilégio destes tempos estranhos. Máfia dos sanguessugas, dos vampiros, operação fatura exposta, os exemplos são inúmeros e vem de muito tempo, circulando por vários estados. Com tantos recursos desviados, devemos nos perguntar quantas vidas poderiam ter sido salvas, quantos importantes tratamentos custeados, quantas crianças vacinadas, enquanto a corrupção drenava os recursos de sua real e mais importante finalidade.

Na educação não é diferente. As áreas de saúde e educação foram alvo de quase 70% dos esquemas de corrupção e fraude no uso de verba federal pelos municípios no período dos governos petistas, alvo de 247 operações policiais. No período houve fraude no uso de verbas em pelo menos 729 municípios ou 13% do total de cidades do País. O prejuízo causado pela corrupção no período foi estimado em R 4 bilhões. No governo Bolsonaro, com menor fiscalização, o controle frouxo abriu caminho para novas irregularidades, como já investigado pelo Congresso Nacional.

A corrupção também distorce as prioridades do governo. Por exemplo, entre os países de baixa renda, a parcela do orçamento destinada à educação e à saúde é um terço menor nos países mais corruptos. Ela também afeta a eficácia dos gastos sociais. Em países mais corruptos, os estudantes em idade escolar tiram notas piores nas provas. Esta é uma triste realidade que assola nosso país.

No índice da Transparência Internacional, o Brasil ficou abaixo da média da América Latina e mundial e distante da média dos países do G20 e da OCDE no tocante ao combate à corrupção. Seguimos atrás de países como Colômbia, Turquia e China, por exemplo. Segundo avaliação do órgão, no governo Bolsonaro, o país passa por um processo extremamente preocupante de desmanche de sua capacidade institucional para o enfrentamento da corrupção. A extinção da Lava Jato é um destes elementos.

O caminho para colocar o Brasil nos trilhos é simples, mas exige perseverança. Precisamos investir em níveis elevados de transparência e exame externo independente, reformar instituições, profissionalizar o serviço público, acompanhar o ritmo dos novos desafios à medida que a tecnologia e as oportunidades de delitos evoluem e aumentar a cooperação.

Reduzir a corrupção é um desafio que exige perseverança em muitas frentes, mas produz enormes dividendos. Começa com vontade política, o fortalecimento constante das instituições para promover a integridade e a responsabilidade, e a cooperação mundial. O combate à corrupção é instrumento essencial para mudarmos a face do Brasil. O mais importante passo na direção de um país mais justo para todos.

*Márcio Coimbra é Presidente da Fundação da Liberdade Econômica e Coordenador da pós-graduação em Relações Institucionais e Governamentais da Faculdade Presbiteriana Mackenzie Brasília. Cientista Político, mestre em Ação Política pela Universidad Rey Juan Carlos (2007). Ex-Diretor da Apex-Brasil e do Senado Federal

Sobre a FLE

A Fundação da Liberdade Econômica (FLE) é um centro de pensamento, produção de conhecimento e formação de lideranças políticas. É baseada nos pilares da defesa do liberalismo econômico e do conservadorismo como forma de gestão. Criada em 2018, a entidade defende fomentar o crescimento econômico, dando oportunidades a todos. Nesse sentido, investe em programas para a formação acadêmica, como centro de pensamento e desenvolvimento de ideias. Ao mesmo tempo, atua como instituição de treinamento para capacitar brasileiros ao debate e à disputa política

Artigo - O papel da liderança na construção de um ambiente de trabalho saudável

 

Imagem: Vida Simples

Por Jorge Santos Carneiro, presidente da ao³

Falar sobre saúde mental ficou mais comum agora na pandemia. Faz sentido. Somente em 2020, segundo a Secretaria Especial da Previdência e Trabalho, mais de 576 mil trabalhadores foram afastados por transtornos mentais e comportamentais, uma alta de 26% em relação a 2019. De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), o Brasil é o país mais ansioso do mundo e o quinto mais depressivo. Ainda assim, temos uma longa luta para quebrar o estigma em torno das doenças mentais, principalmente dentro das empresas. Trazer o assunto para o centro do debate já é um bom começo.

Todo mundo em algum momento da vida vai sentir ansiedade, é natural e saudável -- uma resposta do inconsciente que nos protege de perigos. Mas ela passa a ser um mal quando começa a atrapalhar a rotina. E por que não falamos sobre isso? Nas empresas, uma das razões é o culto à produtividade e o medo de dizer que não está bem. Ainda sobra desinformação e silêncio, muito silêncio. Silêncio que é fruto de estruturas organizacionais carentes de canais com essa finalidade. Se o colaborador está insatisfeito com o vale alimentação ele pode reclamar com o seu superior direto e/ou com o departamento de Recursos Humanos. Agora, se ele não está desempenhando bem uma função porque tem alguma fobia, onde pedir ajuda?

O grande desafio das empresas é criar um clima de acolhimento para que todos se sintam à vontade para compartilhar inseguranças e se ajudarem. Para que isso aconteça, a liderança também precisa estar alinhada com este propósito. E qual o papel da liderança na construção um espaço de trabalho saudável? Principal e coadjuvante, ao mesmo tempo.

No protagonismo, vale lembrar da expressão que diz que o exemplo vem de cima, principalmente em relação à conscientização. Quando a principal figura de uma empresa se posiciona genuinamente sobre temas sensíveis, ela ajuda no desenvolvimento de um laço de empatia com os demais. Mas saúde mental não precisa estar na pauta somente do RH ou do CEO. É papel da gestão compartilhar essa tarefa com os outros líderes, criando um ambiente de responsabilidade coletiva onde chefes não minimizam as dores dos colaboradores, onde haja sempre diálogo claro e, na medida do possível, com flexibilidade e autonomia no trabalho. São ações que ajudam na redução do estresse e fazem com as pessoas se sintam compreendidas e abertas para falar sobre seus sentimentos.

É importante ter em mente que o ambiente é determinante para o pedido de ajuda e ele é necessário para a busca de auxílio qualificado. Por isso, é fundamental treinar gestores para terem esse olhar mais sensível, que seja capaz de identificar colaboradores com dificuldades, ouvi-los e, se preciso, orientar na busca por ajuda médica ou psicológica.

Desenvolver projetos específicos para cuidar da saúde mental funciona, mas o grande gol está em transformar isso em cultura. Ou seja, inspirar outras pessoas a replicarem a prática do acolhimento, não só os gestores. Mas isso está diretamente ligado à forma como a empresa lida com o erro. Ambientes em que a tolerância zero impera desestimulam profissionais a se abrirem, seja para falar de saúde mental ou até para apontarem melhorias e novas ideias.

O home office acabou acelerando o debate sobre a importância de as empresas serem reconhecidas como locais mentalmente seguros e até mesmo facilitou o processo. Anteriormente, no trabalho presencial, era mais desafiador para o funcionário ir até a sala/mesa do seu gerente para falar sobre suas dificuldades emocionais, seja por medo de atrapalhar ou receio de ser ouvido por outros colegas. A distância física quebrou essa barreira da vergonha e é um legado que ficará conosco. Hoje, todo mundo se sente mais à vontade para mandar uma mensagem de texto. O contato remoto tem ponto positivo da privacidade “one to one”.

A construção de um ambiente seguro e empático deve permear todas as decisões da empresa, inclusive as de negócios. Ajudar as pessoas a serem felizes também é uma responsabilidade dupla: uma de caráter financeiro e outra, social. Porém, não criar falsas expectativas é essencial. Não dá para resolver todos os problemas e muito menos interferir na esfera privada do indivíduo. É necessário buscar o equilíbrio. Nem sempre é fácil equilibrar os dois lados, mas é possível.

Artigo - O desafio chileno

Victor Missiato*

Durante o século XX, o Chile ficou conhecido como um país das inovações políticas na América Latina. Considerado por muitos um país distinto da tradição “populista” dos anos 1940 e 1950 e precursor de algumas experiências como a Frente Popular nos anos 1930-50, a Unidade Popular, entre os anos 1970-73, o neoliberalismo e a Concertación, o Chile novamente apresenta ao mundo latino-americano uma nova esquerda no poder. No último domingo, Gabriel Boric tornou-se o presidente eleito mais jovem da história chilena, ao vencer o pleito com 35 anos de idade. Boric derrotou o candidato da direita, José Antonio Kast Rist, obtendo 56% dos votos. Nascido em Punta Arenas, às margens do Estreito de Magalhães, o jovem político de origem croata, promete liderar “o processo de mudança e transformação que se aproxima”, a partir de uma “gradação necessária”.

Embora muitos estudiosos chilenos rechacem a ideia da especificidade e da especialidade chilena na região, certo é que suas experiências influenciam diretamente no debate acerca do desenvolvimento latino-americano. No Brasil, de Joaquim Nabuco a Fernando Henrique Cardoso, muitos intelectuais olharam e olham para o Chile pensando a modernidade nacional e global.

Na atual conjuntura, o povo chileno vem convivendo com uma nova transformação social. Trata-se do processo de formulação de uma nova constituição, adequada aos tempos democráticos. Herdeira do legado pinochetista, a sociedade chilena modernizou-se radicalmente a partir dos anos 1980, quando sua experiência neoliberal privatizou diversas esferas da vida. Tal modelo de desenvolvimento reformou-se após a derrota da ditadura, no plebiscito de 1988. A partir da chegada da Concertación ao poder, alternando com as vitórias de Sebatián Piñera no século XXI, o Chile alcançou o posto de país mais desenvolvido da América do Sul. Embora esse modelo de desenvolvimento tenha aperfeiçoado, significativamente, diversas áreas da sociedade, seu calcanhar de Aquiles foi a manutenção e ampliação da desigualdade social, considerada uma das maiores do continente, juntamente com o Brasil. Foi esse o gatilho para a explosão das Revoltas de 2019, que assim como nas Manifestações de Junho de 2013, no Brasil, eclodiram com o aumento das passagens do metrô. De lá para cá, atravessando o tempo da pandemia, a sociedade chilena aprovou o processo da nova Constituinte e, agora, elegeu o novo representante que auxiliará na liderança da efetivação deste inovador processo.

Dentre os inúmeros desafios, Gabriel Boric terá que lutar pela aprovação da nova constituição, que em diversos pontos condiz com a sua leitura de mundo e seu projeto de poder. Além da luta pelo reconhecimento social de diversos setores da sociedade chilena, historicamente relegados ao segundo plano da cidadania, a possível nova carta tentará criar um modelo de Estado de Bem-Estar social, adequado aos novos paradigmas do século XXI, dentre eles, o desenvolvimento sustentável, o ambientalismo e as pautas identitárias. Em muitos aspectos, tais lutas vêm ganhando cada vez mais espaço no Chile e mundo afora. Todavia, no caso específico chileno, um importante desafio deverá ser equacionado.

Ao levarmos em consideração as experiências da esquerda latino-americana no século XXI, percebemos que os três principais modelos fracassaram na luta pelo desenvolvimento, apesar de terem conquistado melhorias em diversas áreas sociais. O chavismo, o kirchnnerismo e o lulopetismo foram projetos que diminuíram os índices de miséria na região em tempos de alta das commodities, mas não colocaram Venezuela, Argentina e Brasil na rota da modernidade. Ao contrário, esses três países não acompanharam a industrialização 4.0 do século XXI, mantendo-se presos aos seus modelos agro e petro-exportadores, com óbvias diferenças entre si.

A partir de 2022, Boric terá pela frente o dilema de diminuir a desigualdade social chilena sem enfraquecer a capacidade produtiva do país, consolidada através de uma larga ampliação de acordos comerciais com diversos países e blocos econômicos. A abertura da economia chilena criou diversas cadeias produtivas e facilitou a entrada de diversos equipamentos e tecnologias de ponta. Sem qualquer comparação e relação com o Chile de Salvador Allende, deposto em 1973, o governo de esquerda de Boric deverá equilibrar expansão dos gastos sociais com desenvolvimento da produtividade do trabalho na nova era da sociedade do conhecimento. Advindo dos movimentos estudantis que fizeram o Chile tremer politicamente, o novo presidente terá pela frente a chance de iluminar e influenciar um novo horizonte para o continente, ainda preso a uma dicotomia política obsoleta, que insiste não abandonar o século XX.

Victor Missiato é doutor em História, professor de História do Colégio Presbiteriano Mackenzie Brasília. Membro do Grupo de Estudos Intelectuais e Política nas Américas (Unesp/Franca).

Sobre os Colégios Presbiterianos Mackenzie

Os Colégios Presbiterianos Mackenzie são reconhecidos, hoje, pela qualidade no ensino e educação que oferecem aos seus alunos, enraizada na antiga Escola Americana, fundada em 1870, por George e Mary Chamberlain, em São Paulo. A instituição dispõe de unidades em São Paulo, Tamboré (em Barueri-SP), Brasília (DF) e Palmas (TO). Com todos os segmentos da Educação Básica - Educação Infantil (Maternal, Jardim I e II), Ensino Fundamental e Ensino Médio, procura o desenvolvimento das habilidades integrais do aluno e a formação de valores e da consciência crítica, despertando o compromisso com a sociedade e formando um indivíduo capaz de servir ao próximo e à comunidade. No percurso da história, o Mackenzie se tornou reconhecido pela tradição, pioneirismo e inovação na educação, o que permitiu alcançar o posto de uma das renomadas instituições de ensino que mais contribuem para o desenvolvimento científico e acadêmico do País. Em 2021, serão comemorados os 150 anos da instituição no Brasil. Ao longo deste período, a instituição manteve-se fiel aos valores confessionais vinculados à sua origem na Igreja Presbiteriana do Brasil.

quinta-feira, 23 de dezembro de 2021

ISA e Rede de Sementes do Xingu convidam para lançamento online do filme ‘Fazedores de Floresta’

ISA e Rede de Sementes do Xingu realizam lançamento online do filme ‘Fazedores de Floresta’

Documentário em realidade virtual mostra a união entre povos indígenas, comunidades tradicionais, ambientalistas e produtores rurais por um objetivo comum: plantar as florestas do futuro

Unir ambientalistas, povos indígenas, comunidades locais e produtores rurais para recuperar florestas parece um sonho improvável, mas é uma das estratégias mais inovadoras e eficazes para a restauração das florestas brasileiras.

O filme "Fazedores de Floresta - Uma Aventura em Busca da Água" é uma imersão na experiência do Instituto Socioambiental (ISA) e da Associação Rede de Sementes do Xingu (ARSX), que uniram povos e conhecimentos para a restauração de áreas degradadas nas bacia dos rios Xingu, Araguaia e Teles Pires, no Mato Grosso.

Após pré-lançamento na COP26 em Glasgow, com exibições e debates na Cúpula dos Povos e no Brazil Climate Action HUB, o documentário de 9 minutos teve sua estreia nacional no dia 7 de dezembro às 19h no site do filme.

Além da primeira exibição pública do filme no Brasil, o evento é uma celebração do trabalho do ISA e da Rede de Sementes do Xingu. Após a exibição do documentário, Rodrigo Junqueira, secretário-executivo do ISA, media o bate-papo com um grupo formado pelo diretor do filme, Tadeu Jungle, pela cantora e ativista socioambiental Maria Gadú, por coletores de sementes, plantador de florestas e produtor rural.

Com participação de Jungle e Gadú, são: Milene Alves, Bruna Ferreira e Oreme Ikpeng, da Rede de Sementes do Xingu, Guilherme Pompiano, do ISA, e José Luiz, da Fazenda Cristo Rei.

Narrado por Milene Alves, uma das mais de 500 coletoras de sementes espalhadas pela região, o filme mostra de perto o funcionamento da Rede de Sementes do Xingu e de seus parceiros do ISA, que realizam os plantios e monitoram o crescimento das árvores. Já são quase 20 milhões delas.

Ao longo de nove minutos, o documentário apresenta, também, como grupos com interesses distintos conseguem dialogar e se unir para plantar as florestas do futuro.

"Não proteger as áreas de nascentes e de beiras de rio gera um risco não apenas para a floresta, mas também para a agropecuária. Ter a floresta de volta é bom pra todo mundo", afirma Alves ao apresentar, durante o filme, o trabalho de restauração florestal.

Geração de vida, geração de renda

Há mais de 14 anos, o ISA e a Rede de Sementes do Xingu vêm unindo saberes de povos indígenas e comunidades tradicionais com tecnologia de ponta para trazer a biodiversidade e a água de volta para a região e movimentar a economia local, ajudando produtores rurais a restaurar áreas de nascentes e beira de rio.

A partir da coleta de sementes nativas, a rede movimenta uma cadeia socioeconômica que valoriza o conhecimento tradicional das comunidades, impulsiona o equilíbrio socioambiental e melhora o bem estar dos moradores da região.

Até 2020, cerca de 260 toneladas de sementes de mais de 220 espécies nativas foram coletadas, gerando uma renda de R$ 4,4 milhões para os coletores e suas comunidades. Essa estratégia se torna ainda mais potente quando produtores rurais reconhecem que o conhecimento tradicional e a tecnologia atuam em seu favor, e ajudam a restaurar florestas que beneficiam suas lavouras, o equilíbrio climático regional e o regime de chuvas em todo o país.

A partir da articulação com diversos grupos, ISA e Rede Sementes do Xingu já restauraram 6,8 mil hectares de floresta nativa na região.

"Plantar florestas aproxima as pessoas. O ato de coletar sementes, misturar, fazer as muvucas e colocar na terra cria um vínculo fundamental com a vida. Em um contexto de emergência climática e pandemia, estamos falando de uma inspiração para um futuro melhor", afirma Rodrigo Junqueira.

"Uma experiência em realidade virtual proporciona uma imersão potente nas ideias que nos ajudam a transformar a nossa realidade. É uma forma de vivenciar esse dia a dia e levar as soluções encontradas pelos Fazedores de Floresta para todas as pessoas", afirma Tadeu Jungle. O filme tem ação de distribuição e articulação liderada pela Flow Impact.

"Fazedores de Floresta" é dirigido por Tadeu Jungle e uma produção da Junglebee, em parceria com o Instituto Socioambiental (ISA) e a Associação Rede de Sementes do Xingu e tem apoio institucional do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente, PNUMA e da Década da ONU da Restauração de Ecossistemas.

A Década da ONU da Restauração de Ecossistemas tem como objetivo inspirar e apoiar governos, organizações multilaterais, sociedade civil, empresas do setor privado, jovens, grupos de mulheres, povos indígenas, agricultores, comunidades locais e indivíduos em todo o mundo, para colaborar, desenvolver e catalisar iniciativas de restauração em todo o mundo.

A produção do filme contou com apoio da União Europeia, Good Energies, Rainforest Foundation Norway, Amazonia Live/Rock in Rio, Funbio e Conservação Internacional (CI).

Sobre a Junglebee

A Junglebee é uma produtora de Realidade Aumentada e Realidade Virtual. Desenvolve histórias imersivas e cria soluções para os novos desafios da comunicação para empresas, instituições culturais e ONGs.

Sobre o Instituto Socioambiental (ISA)

O Instituto Socioambiental (ISA) é uma organização da sociedade civil brasileira, sem fins lucrativos, fundada em 1994, para propor soluções de forma integrada a questões sociais e ambientais com foco central na defesa de bens e direitos sociais, coletivos e difusos relativos ao meio ambiente, ao patrimônio cultural, aos direitos humanos e dos povos.

Sobre a Rede de Sementes do Xingu

A Associação Rede de Sementes do Xingu é uma associação não-governamental, sem fins lucrativos, considerada a maior rede de sementes nativas do Brasil. Criada em 2007, a iniciativa visa a valorização de povos e comunidades que coletam sementes para restauração florestal em diversos territórios nas bacias dos rios Xingu e Araguaia, no Mato Grosso. Hoje, são mais de 500 coletores de sementes, que já ajudaram a plantar cerca de 20 milhões de árvores.

Sobre a Flow Impact

A partir da percepção de que algumas mudanças precisam ser aceleradas, foi criada a distribuidora Flow, uma spin-off da Maria Farinha Filmes que experimenta novas formas de chegar ao público e realiza campanhas de impacto social que proporcionam caminhos concretos e plurais, fomentando o espírito ativista. Alguns dos destaques de seu portfólio são os documentários A Juíza, indicado ao Oscar em 2019, e Longe da Árvore (2018), baseado no best-seller com o mesmo título - ambos fruto de uma parceria com a Participant Media, produtora americana dedicada a realizar entretenimento que traz consciência social, indicada a 73 Oscars e vencedora de 18 estatuetas.

Fotógrafo captura foto de abelhas abraçadas, dormindo juntas em uma flor

 

Fotógrafo Joe Nelly

Abelhas abraçadas e dormindo juntas em uma flor

O fotógrafo Joe Nelly e sua esposa Niccole foram colher flores de papoula em um campo florido para enfeitarem um ensaio fotográfico que fariam dali a alguns dias.

Na volta para casa, eles passaram por uma grande plantação de flores rosas próxima à rodovia. Naquele infinito de florais rosados, estava uma pequena flor laranja, que chamou a atenção da esposa do fotógrafo. Ela ouviu um barulho tímido de abelhas voando por perto, e então notou que no meio da sépala laranja dormia duas abelhas abraçadinhas, como se fossem um casal.

“Eu cheguei perto e observei por um tempo, e mais abelhas apareceram. Logo, todas as flores vazias estavam ocupadas, e uma abelha acabou sobrando. Ela se enfiou em uma flor aberta e ficou com outra abelha. Enquanto eu olhava, ela cambaleava quase como se estivesse bêbada, e se aconchegou”, conta Joe.

Segundo o serviço florestal do Departamento de Agricultura dos EUA, “as abelhas da espécie Diadasia diminuta fazem ninhos em solo parcialmente compactado nas margens de estradas de terra na região noroeste dos Estados Unidos.”

Não é possível ter certeza se as abelhas estavam dormindo, uma vez que elas não possuem pálpebras. No entanto, estudiosos da Entomologia (estudo das abelhas) observam que é possível saber que elas estão tirando uma soneca quando elas param de mover suas antenas.

Em situações bastante particulares, elas também se deitam de lado. Bom, ao menos nesse aspecto, o sono das abelhas se parece com o nosso.

Para capturar a foto viral, Joe usou uma câmera Nikon D750 e uma lente macro de 150 milímetros com um flash macro Nikon R1C1.

Da Redação TN com informações de Razões para acreditar.


quarta-feira, 22 de dezembro de 2021

Equinócio da Primavera e Solstício de Verão registrados em Brasília-DF

 

Na imagem, feita no Solstício de Verão, na última terça-feira (21), sombra da Torre aparece perfeitamente alinhada ao Eixo Monumental — Foto: Léo Caldas


No Equinócio da Primavera, em março, no período da tarde, a sombra do monumento também fica alinhada ao Eixo Monomumental, apontada para o Congresso Nacional — Foto: Léo Caldas/Divulgação - g1DF

O que são o Solstício e o Equinócio?

Solstício e equinócio são eventos astronômicos que assinalam o início de cada uma das quatro estações do ano. Os solstícios marcam o início do verão e do inverno. Já os equinócios inauguram a primavera e o outono.

Esses fenômenos ocorrem todos os anos, sempre nas mesmas datas, e são produzidos basicamente pela combinação de dois fatores: a translação (movimento da Terra em torno do Sol) e a inclinação do eixo de rotação da Terra.

O que é o solstício?

O solstício é o momento em que um dos polos (Norte ou Sul) encontra-se o máximo possível inclinado em direção ao Sol. Assim, um dos hemisférios fica bem mais iluminado do que o outro, e assim recebe mais calor. Outra característica do solstício é que os raios luminosos do Sol incidem de forma perpendicular (vertical) sobre um dos trópicos (Câncer ou Capricórnio).

O solstício de verão marca o início do verão. Já o solstício de inverno marca o início do inverno.

Quando é solstício de verão no Hemisfério Sul (onde está o Brasil), é solstício de inverno no Hemisfério Norte (onde estão os Estados Unidos), e vice-versa. No solstício de verão, temos o dia mais longo e a noite mais curta do ano. Já no solstício de inverno temos o dia mais curto e a noite mais longa do ano.

Quando o solstício acontece?

Hemisfério                                                              

Sul (ex.: Brasil e Austrália)  

Solstício de Verão                     

21 ou 22 de dezembro                                

Solstício de Inverno

20 ou 21 de junho

Hemisfério   

Norte (ex.: Estados Unidos e países europeus)   

20 ou 21 de junho                        

Solstício de Inverno

21 ou 22 de dezembro

O que é o equinócio?

No equinócio, os raios solares incidem de forma perpendicular sobre a linha do Equador. Portanto, há equilíbrio na distribuição da luminosidade entre os dois hemisférios.

O equinócio de outono marca o início do outono. Já o equinócio de primavera marca o início da primavera.

Quando é equinócio de primavera no Hemisfério Sul (onde está o Brasil), é equinócio de outono no Hemisfério Norte (onde estão os Estados Unidos), e vice-versa. No equinócio de primavera ou de outono, a duração do dia e da noite é igual: 12 horas cada um. Equi, em latim, significa "igual", e o prefixo "nócio" vem da palavra latina nocte ("noite").

Há uma curiosidade em relação aos equinócios. Do ponto de vista de quem está na Terra, há apenas dois dias do ano em que o Sol nasce exatamente no ponto cardeal Leste e se põe no ponto cardeal Oeste: no equinócio de primavera e no equinócio de outono.

Hemisfério                                                           

Sul (ex.: Brasil e Austrália)

Equinócio de Primavera                                 

22 ou 23 de setembro                        

Equinócio de Outono

20 ou 21 de março

Hemisfério   

Norte (ex.: Estados Unidos e países europeus) 

Equinócio de Primavera       

20 ou 21 de março   

Equinócio de Outono          

22 ou 23 de setembro

Quais as diferenças entre o solstício e o equinócio?

Solstício                                                                                      

Marca a entrada do verão e do inverno.                      

Momento em que um dos polos (Sul ou Norte) encontra-se em seu ponto máximo de inclinação em direção ao Sol. 

Um dos hemisférios (Sul ou Norte) está o máximo possível voltado ao Sol.                           

Um dos trópicos (Capricórnio ou Câncer) recebe os raios solares de forma perpendicular (vertical).    

Um dos hemisférios recebe mais luminosidade e calor.  

O dia não tem a mesma duração da noite. No solstício de verão, temos o dia mais longo do ano; no solstício de inverno, temos o dia mais curto.       

Ocorre nos meses de junho e dezembro.    

Equinócio         

Marca a entrada da primavera e do outono.  

Nenhum dos polos está inclinado em direção ao Sol.                   

Nenhum dos hemisférios está voltado ao Sol.

A linha do Equador recebe os raios solares de forma perpendicular.                                                    

Ambos os hemisférios recebem a mesma porção de luminosidade e calor. 

A duração do dia é igual à duração da noite: 12 horas cada um.  

Ocorre nos meses de março e setembro.                                                                                                                                                                                        

Da Redação TN com informações de Significados.                                                     


                                                                                         


Covid: DF regista 25 mil vacinados nesta quarta (22)

O documento revela 2.302.931 vacinados da primeira dose, mais 2.053.403 pessoas que levaram a segunda dose, 58.379 da dose única

Por Evellyn Luchetta do Jornal de Brasília.

O GDF anunciou, nesta quarta-feira (22), os dados dos boletins informativos sobre a vacinação no Distrito Federal. O documento revela 2.302.931 vacinados da primeira dose, mais 2.053.403 pessoas que levaram a segunda dose, 58.379 da dose única, 314.604 pessoas receberam a dose de reforço, enquanto 10.060 receberam a dose adicional.

Nas últimas 24h, foram 710 vacinados da primeira dose, 5.555 da segunda dose, ninguém se vacinou com a dose única, 18.797 com a dose de reforço e 21 receberam a dose adicional. Desde janeiro, foram aplicadas 4.739.377 doses da vacina contra a Covid-19 em todo o território.

A vacinação contra a Covid-19 começou no Distrito Federal no dia 19 de janeiro. Já foram recebidas 1.701.330 doses da vacina CoronaVac, que é produzida pelo Instituto Butantan em parceria com a farmacêutica chinesa Sinovac. Além das 1.610.775 doses da vacina Covishield, desenvolvida pela universidade inglesa de Oxford, com a farmacêutica sueco-britânica AstraZeneca, 2.870.562 da Pfizer e 105.450 da Janssen.

De acordo com a Secretaria de Saúde, a segunda dose da vacina CoronaVac deve ser aplicada entre 14 e 28 dias após a primeira. A pasta lembrou que devido ao curto espaço de tempo, a metade das doses recebidas foram reservadas para a segunda aplicação.

Pesquisa revela: botos podem emitir cerca de 14 tipos de sons, incluindo assobios.

 

Estudo analisa sons dos botos-vermelhos isolados há mais de 30 anos no Amazonas

No Amazonas, pesquisadores estão estudando o comportamento vocal de botos-vermelhos que vivem isolados há mais de 30 anos em um reservatório no lago de Balbina, que fica no município de Presidente Figueiredo, distante 107 Km de Manaus.

Usando hidrofones e gravadores, os pesquisadores do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa) registraram vocalizações desses animais, que serão analisadas e comparadas com o som emitido por populações de botos que vivem fora no lago. A ideia é verificar se há diferenças entre eles.

De acordo com a pesquisadora Vera da Silva, que coordena o estudo, botos podem emitir cerca de 14 tipos de sons, incluindo assobios.

A frequência desses sons podem variar, dependendo do tipo de comportamento dos animais e podem ser tanto agressivas, quanto de socialização.

“Usamos uma voadeira para os deslocamentos e para encontrar os botos e registrar os sons. Uma vez que os animais são localizados, nos aproximamos em baixa velocidade e o motor é desligado. Em sequência, um hidrofone é colocado na água para captar as ondas sonoras (sons produzidos), que são registradas em um gravador digital acoplado ao hidrofone e depois analisados”, detalhou.

Os estudos já são feitos há cerca de 10 anos no lago de Balbina. A última expedição feita pelos pesquisadores foi realizada em agosto desse ano.

Nela, a equipe também tem a expectativa de quantificar os botos que vivem na região. Vera conta que o processo de captação dos áudios é minucioso.

“Até o momento, foram feitas gravações somente dentro do reservatório de Balbina e registrados complexas estruturas e combinações de tipos de sons produzidos pelos botos, corroborando com estudos feitos em outras regiões e revelando a complexidade do repertório sonoro destes golfinhos. As próximas etapas são para coletar e analisar os sons da população de botos que fica a jusante da barragem e verificar se existem possíveis diferenças entre as populações das duas áreas estudadas”, explicou.

Da Redação TN com informações do Dia a Dia Notícias e g1 AM.

Mercado Europeu não quer mais consumir carne do desmatamento

Sobrevoo do Greenpeace Brasil em 2020 em fazenda na Amazônia © Christian Braga / Greenpeace

O boicote é resultado da ligação direta de frigoríficos do Brasil com violações ambientais e registro de propriedade irregular.

Manaus, 22 de dezembro de 2021 - Varejistas da União Europeia anunciaram na quarta-feira (15) que deixarão de comprar carne bovina do Brasil pela relação direta com o desmatamento na Amazônia. O boicote aponta que o mercado internacional não quer mais consumir produtos ligados com a destruição das florestas. Segundo um levantamento feito pelo Greenpeace Brasil, grandes frigoríficos do país, como JBS e Frigol, compraram gado de forma direta ou indireta, de fazendas com desmatamento ilegal localizadas em áreas públicas federais e suspeitas de grilagem.

"O sinal está mais do que claro, não há mais espaço para desmatamento na Amazônia. A COP 26 evidenciou que a crise climática é uma realidade e que para contê-la será necessária a união de diversos esforços em diferentes países. Se por um lado os frigoríficos se omitem em tomar as decisões necessárias para frear práticas ilegais na sua cadeia de custódia, por outro, parlamentares europeus, varejistas e consumidores mostram a importância de seu papel e iniciam um movimento de basta. Basta de desmatamento na Amazônia. Esperamos que em um futuro muito próximo esse tipo de atitude seja seguido pelo mercado interno brasileiro", afirma André Freitas, gerente da campanha de Amazônia do Greenpeace Brasil.

O levantamento ainda aponta que a apropriação ilegal de terra pode aumentar na Amazônia e elevar o desmatamento em curso caso sejam aprovados pelo Senado alguns dos projetos de Lei conhecidos como PL da Grilagem (PL 2633/2020 e PL 510/2021) e PL do Licenciamento Ambiental (PL 2159/2021), conhecido como o PL da Boiada. Esta é a terceira manifestação europeia - em menos de duas semanas -, contra o desmatamento na Amazônia.

No início de novembro, a eurodeputada Anna Cavazzini, vice-Presidente da Delegação do Parlamento Europeu para as Relações com o Brasil, enviou uma carta endereçada ao presidente do senado Rodrigo Pacheco, e também para os senadores Jaques Wagner e Acir Gurgacz, manifestando a sua preocupação com a possibilidade de aprovação dos PLs. Além disso, no início desta semana, foi a vez de 31 membros do parlamento dinamarquês de, cinco diferentes, partidos enviarem uma carta novamente ao presidente do Senado brasileiro manifestando preocupação com a disparada do desmatamento e das emissões de gases na atmosfera.



NWF amplia sua atuação para o Cerrado

A certeza do potencial brasileiro para suprir parte da demanda global por alimentos, especialmente no segmento da carne, de forma sustentável e preservando o meio ambiente, foi uma das razões que levaram a National Wildlife Federation (NWF) a ampliar sua atuação para Cerrado.

“Estamos ampliando a nossa atuação de parcerias com o setor privado para o desenvolvimento de soluções para a cadeia da carne bovina no Brasil para esse bioma”, explica Francisco Beduschi Neto, que está há quatro na NWF e que agora passa a ser o Líder da NWF no Brasil.

De acordo com Beduschi, a NWF continuará a engajar frigoríficos e outros atores para apoiar as questões relativas à necessidade de melhoria contínua e atendimento das exigências dos mercados investidor, consumidor e varejista. “Especificamente no relacionamento com o mercado, intensificaremos nossos trabalhos junto aos frigoríficos, incentivando parcerias com traders e varejo no Brasil e nos países consumidores da carne e do couro brasileiros para divulgar e efetivar o potencial do país para conciliar produção e conservação, uma vez que nosso objetivo é ter negócios cada vez mais sustentáveis e em equilíbrio nos seus três pilares: econômico, social e ambiental”, acrescentou.

O apoio local de técnicos é fundamental para alcançar o objetivo de estabelecer uma cadeia da carne e do couro bovinos sustentável e desvinculada do desmatamento no Brasil. Por isso, a NWF trabalha com base em pesquisa e dados científicos e conta com uma equipe de especialistas: a engenheira florestal Katiuscia Moreira, consultora técnica e especialista em Sistemas de Informação Geográfica (SIG) e de Monitoramento, e do zootecnista Rodrigo Dias Lopes, especialista em Agronegócio e Pecuária Sustentável.

A NWF espera levar as lições aprendidas na Amazônia para o Cerrado. A organização desenvolve ferramentas para melhorar a rastreabilidade e o gerenciamento da cadeia produtiva, impulsionando práticas sustentáveis e economicamente viáveis. Nesse sentido, Moreira atua no suporte de novas abordagens técnicas, ferramentas e soluções para o agronegócio para apoiar e promover uma cadeia de suprimentos sustentável. Seu trabalho envolve o acompanhamento do desenvolvimento técnico, calibração e implementação de ferramentas para promover o apoio aos esforços de múltiplas partes interessadas.

Já Lopes responde pelo engajamento de frigoríficos, apoio nas implementações de práticas sustentáveis na cadeia de fornecimento dos frigoríficos parceiros, e também no engajamento de produtores na adoção de melhores práticas, tanto na Amazônia como no Cerrado. O objetivo é contribuir para a implantação de planos de melhoria contínua dos sistemas de monitoramento dos frigoríficos, a fim de atender compromissos e as demandas dos mercados compradores da carne brasileira, nacional e internacional.

M. Dias Branco faz a recuperação de manguezal e compensação ambiental no Nordeste e no Sul

 


Nos últimos três anos, a Companhia realizou o plantio de mais de 3.300 mangues

Consciente da importância do meio ambiente e da conservação ambiental, a M. Dias Branco investe na reconstituição da flora e monitoramento da fauna no Nordeste e no Sul do Brasil. Como resultado da iniciativa da líder nacional em massas e biscoitos, mais de 3.300 mangues foram cultivados nos últimos três anos.

Desde a sua fundação, em 2003, a unidade Grande Moinho Aratu (GMA), da M. Dias Branco, instalada às margens do manguezal em Salvador/BA, tem recebido investimento da Companhia para a reconstituição da flora e monitoramento da fauna na área. A iniciativa ocorre a partir do Programa de Recuperação do Manguezal.  Em 2020, ocorreu o plantio de 1.277 mudas para a preservação do mangue e da Mata Atlântica local e, neste ano, foram 651 unidades até o momento.

O objetivo é a recuperação de áreas degradadas de manguezal na região da Baía de Aratu, aplicando como ação complementar atividades de educação ambiental, voltadas à conservação dos recursos naturais.

Em 2019, foram plantadas 630 mudas de espécies da Mata Atlântica e 1.440 de manguezal, sendo 75% nas Áreas de Preservação Permanente (APA) e 25% distribuídas em eventos internos, visando a educação ambiental.

A metodologia do Programa consiste na coleta de propágulos, que são estruturas constituídas por células que se desprendem de uma planta adulta para dar origem a uma nova planta; a produção de mudas de mangue em viveiro; o monitoramento de espécies e o plantio das mudas em área de manguezal.

Mesmo sendo consideradas Áreas de Preservação Permanente, os manguezais continuam sendo progressivamente destruídos. Por isso, o Programa de Recuperação do Manguezal passou a ser abordado em uma dimensão mais ampliada, abrangendo os fragmentos de Mata Atlântica e Manguezal da região. Por isso, é denominado como Programa de Manejo e Conservação do Manguezal.

A M. Dias Branco também realiza a manutenção e gestão de uma Reserva Ecológica com sete hectares, entre a área do Grande Moinho Aratu e a mata nativa do entorno. “Neste espaço, fazemos o plantio de diversas espécies de árvores frutíferas para atrair animais pela oferta de alimentos, o que enriquece a biodiversidade local”, conta Aricelma Ribeiro, gerente de Meio Ambiente da M. Dias Branco.

A executiva ainda explica que o mecanismo de compensação ambiental tem como objetivo compensar a sociedade e o meio ambiente pelo uso autorizado de recursos naturais realizado por grandes empreendimentos.

Área de compensação ambiental no Rio Grande do Sul

Dado o sucesso da ação no Nordeste, a líder nacional em massas e biscoitos realiza ação similar no Sul. A M. Dias Branco adquiriu área de compensação ambiental em Farroupilha/RS para compensações florestais diversas. São 12,1 hectares, localizados na linha Jacinto, distrito de Vila Jansen. A cobertura vegetal da área encontra-se em estágio médio a avançado de regeneração natural.

Sobre M. Dias Branco S. A. Indústria e Comércio de Alimentos

Fundada em 1953, a M. Dias Branco S.A. Indústria e Comércio de Alimentos é uma empresa do setor de alimentos com ações negociadas no segmento do Novo Mercado na B3. Sua história começou ainda na década de 40, quando o comerciante e imigrante português Manuel Dias Branco inaugurou a Padaria Imperial, em Fortaleza (CE), expandindo sua atuação para todo o Brasil.

Detentora de marcas líderes, sendo as principais Vitarella, Piraquê, Adria, Fortaleza, Richester e Isabela, a Companhia produz e comercializa biscoitos, massas, farinhas e farelo de trigo, margarinas e gorduras vegetais, snacks, bolos, mistura para bolos, cobertos de chocolates e torradas. Sediada em Eusébio (CE), é líder de mercado em biscoitos e massas no Brasil, entre as 10 maiores do mundo no ranking global desses segmentos por faturamento. Por meio da aquisição da Latinex, concluída em novembro de 2021, a Companhia passou a ser detentora também das marcas Fit Food, Smart e Frontera, expandindo sua posição no mercado de healthyfood, com produtos como biscoitos de arroz, pasta de amendoim, chocolates, massas feitas de milho e temperos.

Suas operações geram mais de 16 mil empregos diretos em diferentes regiões, refletindo o seu compromisso com fatores importantes para o desenvolvimento econômico e social do país. É signatária do Pacto Global da Organização das Nações Unidas (ONU) e desenvolve diversas iniciativas ligadas aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável.

Atualmente, a M. Dias Branco possui 15 indústrias ou complexos industriais, sendo que sete deles possuem estruturas de moinho de trigo. Suas unidades possuem equipamentos de última geração, seguindo os mais rigorosos padrões de qualidade, operando com um modelo de integração vertical que permite a produção de suas mais importantes matérias-primas, a farinha de trigo e a gordura vegetal, utilizadas na fabricação dos demais produtos. A empresa conta com mais de 30 filiais comerciais estrategicamente instalados em diferentes Estados do País, o que possibilita a presença de suas marcas em todo o território nacional, assim como em mais de 40 países em todos os continentes.

Artigo - ESG e Gestão Pública

Imagem: FIA

Eduardo Fayet*

A sigla ESG (Environmental, Social and Governance) tem feito parte de notícias, reportagens, cursos e debates em todo o planeta, em especial, após a COP 26. Governos de todas as instâncias, empresas de todos os portes, entidades e instituições públicas e privadas e a academia tem estudado e dialogado sobre este tema que passa a ser fundamental para a gestão pública e privada em todo o mundo, independentemente de linhas ideológicas, de pensamento ou de espectros políticos diferenciados.

Então, o que significa ESG? Os fatores Ambientais, o E de ESG, são relacionados ao meio ambiente e sua preservação, alterações climáticas como redução de emissão de carbono, escassez da água, poluição e desmatamento. O Social, S de ESG, inclui questões de direitos humanos, padrões de trabalho, sucesso do cliente, segurança, inclusão de gênero e diversidade, saúde mental e entre outros aspectos sociais. Por fim, o G, de Governança, faz referência a regras e princípios que definem direitos e responsabilidades nas empresas, logística, processos, diretrizes de remuneração executiva, políticas e lobby.

De fato, todos estes aspectos já estavam de alguma forma na pauta de todos, mas não na forma de abordagem do ESG. Esta nova forma, pressupõe a gestão integrada destes aspectos, estabelecendo metas e indicadores, e mensurando a evolução deste processo ao longo do tempo, combinados com o contexto ou setor de atuação das respectivas organizações públicas e privadas. Assim, a diferença essencial é a inserção desta nova forma de ver a gestão estratégica e a operação, articuladamente, com os reais resultados possíveis de serem atingidos.

Esta nova forma de olhar a gestão, pode, em um primeiro momento, parecer trivial, mas não é, pois requer um conjunto de competências mais complexas a serem exercitadas nas organizações. São competências como empatia, adaptabilidade, flexibilidade, compromisso com o resultado e capacidade de solucionar problemas. Neste contexto do ESG, o excessivo compromisso com a forma que as coisas sempre foram realizadas no passado, o esforço para a manutenção da zona de conforto e o status quo, o pouco interesse em servir, a indisciplina e falta de postura empreendedora ou intraempreendedora, gerará resultados negativos para as organizações publicas e/ou privadas e as pessoas que às fazem parte, independentemente se serão colaboradores, servidores, terceirizados, estagiários ou qualquer outra forma de relações de atividades profissionais.

O ESG traz em sua essência uma nova forma de gestão pública ou privada, que no caso das organizações que aderem aos padrões ESG, aceitam o comportamento ético nas três áreas, com apoio de uma variedade de estratégias e táticas para implementá-las. Os padrões podem ser integrados ao processo de investimento dessas organizações e governos ao decidirem quais ações, indicadores e metas irão implementar.

Este conjunto de ações tem como objetivo dar transparência, previsibilidade e implementação de ações mitigatórias dos impactos para a sustentabilidade global. Os governos e empresas poderão estruturar estes indicadores e metas em um conjunto de pontuações ESG para medir o desempenho da estratégia e operações, contendo cada uma delas uma nota e/ou peso diferenciado e adequado aos seus respectivos contextos de atuação, população beneficiária, mercados e/ou investidores.

Atualmente, e cada vez mais, os consumidores das novas gerações, as populações, os grupos de interesse, empreendedores e investidores estarão atentos e demandando cuidados com as mudanças climáticas, descarbonização, distúrbios sociais, interconexão da sustentabilidade e sistema financeiro -- pautas que muito se intensificaram nos últimos anos.

Muitos acham que ESG é um assunto somente da iniciativa privada, mas isso não corresponde à realidade. O setor público lida diariamente com pautas ESG através de suas ações, programas e projetos que geram consequências às populações, comunidades, usuários e organizações.

No Brasil, existem ações e políticas públicas de estado que se correlacionam às práticas ESG como: Plano Agricultura de Baixa Emissão de Carbono (Plano ABC); Política Nacional de Biocombustíveis (RenovaBio); Programa Nacional de Solos do Brasil (Pronasolos); Programa de Bioinsumos; Zoneamento Agrícola de Risco Climático (ZARC); Política Nacional de Pagamento por Serviços Ambientais; Ratificação do Acordo de Nagóia sobre biodiversidade e o Código Florestal.

Com a Agenda 2030 e os Objetivos do Desenvolvimento Sustentável (ODS), estabelecidos pela ONU em 2015 e assinados por diversos países, acredita-se que, em breve, os governos serão cobrados a aderir os princípios ESG na administração pública.

Internacionalmente, a União Europeia é tida como base do ritmo global sobre descarbonização. Ademais, há diversos projetos sustentáveis em andamento naquele continente, assim como a liderança de grandes programas da COP-26, como o Race to Zero.

Considerando os aspectos supracitados relativos a correlação de ESG com a Gestão Pública, destaca-se a relevância para o setor, por possibilitar a realização de politicas públicas por parte dos entes federativos promovendo a integridade nas ações públicas, controle social e, consequentemente, a boa execução da governança ambiental e sustentável. Assim, as temáticas e os padrões ESG se tornarão agendas essenciais para o desenvolvimento, motivando a criação de políticas públicas adequadas e o aprimoramento do setor público, e assim, será possível construir um amanhã mais sustentável, equilibrado e justo.

*Eduardo Fayet é Engenheiro de Produção, Consultor, Empresário e Pesquisador da Fundação da Liberdade Econômica

Sobre a FLE

A Fundação da Liberdade Econômica (FLE) é um centro de pensamento, produção de conhecimento e formação de lideranças políticas. É baseada nos pilares da defesa do liberalismo econômico e do conservadorismo como forma de gestão. Criada em 2018, a entidade defende fomentar o crescimento econômico, dando oportunidades a todos. Nesse sentido, investe em programas para a formação acadêmica, como centro de pensamento e desenvolvimento de ideias. Ao mesmo tempo, atua como instituição de treinamento para capacitar brasileiros ao debate e à disputa política.

Pesquisadores medem o carbono de manguezais na Amazônia

 


O objetivo é avançar no conhecimento sobre o potencial do ecossistema na mitigação da mudança climática global

Conservar a maior faixa contínua de manguezais do planeta é estratégico à proteção da biodiversidade, dos modos de vida e das atividades que sustentam a economia local, como a pesca. Atualmente, pesquisadores trabalham em campo, na área de reservas extrativistas paraenses, para somar mais um importante papel a esse capital natural: o potencial na mitigação da mudança climática global, com a possibilidade de geração de renda e avanços na qualidade de vida por meio do mercado de carbono, na expectativa de maior valorização da floresta em pé.

Diante da urgência climática e dos indicativos da recente COP26, a conferência da ONU sobre mudança do clima, em Glasgow, é crescente a demanda por projetos de conservação e recuperação de florestas, incluído as de mangue, que na costa amazônica são mais extensas e exuberantes em comparação às demais regiões do País. “O desafio é estabelecer, com dados confiáveis, o quanto elas estocam e emitem de carbono por meio das árvores e do solo, considerando-se as características e a dinâmica local desse ecossistema na Amazônia”, ressalta Marcus Fernandes, coordenador do Laboratório de Ecologia de Manguezal (LAMA), da Universidade Federal do Pará (UFPA).

No projeto Mangues da Amazônia, patrocinado pela Petrobras e realizado pelo Instituto Peabiru e Associação Sarambuí, os pesquisadores do laboratório iniciaram expedições nos municípios de Bragança, Augusto Corrêa e Tracuateua (PA) com objetivo de dimensionar a estrutura das florestas de mangue e a biomassa nelas estocada. Além de delimitar parcelas e medir as árvores, o trabalho aplica equações alométricas já desenvolvidas localmente para extrapolar a quantidade de biomassa e carbono. “É um importante avanço, pois nos manguezais da região ainda há lacunas de conhecimento sobre as espécies e sua distribuição”, observa Paulo César Virgulino Júnior, doutorando em biologia ambiental (PPBA/IECOS/UIFPA), integrante da equipe.

Ao mesmo tempo, outra linha de pesquisa do LAMA mede as emissões de gases de efeito estufa dos manguezais. Sob influência dos sedimentos levados pelo rio Amazonas até a foz, no Oceano Atlântico, os manguezais da região acumulam grande quantidade de matéria orgânica abaixo e acima do solo, funcionando como uma “bomba de carbono”, de acordo com pesquisas científicas já realizadas.

Segundo o biólogo, os dados coletados sobre a estrutura da floresta e a contribuição da floresta para os estoques de carbono contribuirão para orientar não só as ações de reflorestamento das áreas degradadas, mas as estimativas de ganho e perda de biomassa/carbono de manguezais na Amazônia. A ideia é que a recuperação ora realizada pelo projeto represente com maior fidedignidade possível ao ambiente antes da degradação, o que também, no futuro, poderá resultar em créditos de carbono como receita para as populações locais.

Entre as atividades do projeto Mangues da Amazônia está a recuperação de 12 hectares em dois anos, distribuídos em áreas já impactadas em três reservas extrativistas dos municípios de Augusto Corrêa, Bragança e Tracuateua (PA), mobilizando direta e indiretamente cerca de 7,6 mil pessoas. Além de atividades socioambientais de educação, empoderamento social e organização comunitária, a iniciativa desenvolve estudos para suporte a práticas sustentáveis de manejo do caranguejo-uçá, madeira e outros recursos naturais que se somam ao valor dos manguezais amazônicos pelo serviço climático prestado ao planeta.

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Sobre o Projeto Mangues da Amazônia

O Mangues da Amazônia é um projeto socioambiental com foco na recuperação e conservação de manguezais em Reservas Extrativistas Marinhas do estado do Pará. É realizado pelo Instituto Peabiru e pela Associação Sarambuí, em parceria com o Laboratório de Ecologia de Manguezal (LAMA), da Universidade Federal do Pará (UFPA), e conta com patrocínio da Petrobras, através do Programa Petrobras Socioambiental. Com início em 2021 e duração de dois anos, o projeto atua na recuperação de espécies-chave dos manguezais através da elaboração de estratégias de manejo da madeira e do caranguejo-uçá com a participação das comunidades.

Sobre a Associação Sarambuí

A Associação Sarambuí é uma Organização da Sociedade Civil (OSC) com sede em Bragança – Pará, constituída em 2015, cuja missão é promover a geração de conhecimento de maneira participativa, em prol da conservação e sustentabilidade dos recursos estuarino-costeiros. Nossas ações são direcionadas ao ecossistema manguezal, ao longo da costa amazônica brasileira, em particular no litoral do Estado do Pará. É uma das organizações realizadoras do projeto Mangues da Amazônia.

Sobre o Instituto Peabiru

O Instituto Peabiru é uma Organização da Sociedade Civil de Interesse Público (OSCIP) brasileira, fundada em 1998, que tem por missão facilitar processos de fortalecimento da organização social e da valorização da sociobiodiversidade. Com sede em Belém, atua nacionalmente, especialmente no bioma Amazônia, com ênfase no Marajó, Nordeste Paraense e na Região Metropolitana de Belém (PA). É uma das organizações realizadoras do projeto Mangues da Amazônia.

Noite do Jacaré - Prêmio Jacaré Verde - Categoria Sustentabilidade - Prêmio Jacaré de Ouro - Full Sail University

A Full Sail University leva Jacaré Verde e Jacaré de Ouro em noite de cerimônia do Prêmio Caio® 2021

O Oscar do setor de eventos aconteceu na última terça-feira, 14, no Centro de Convenções do Expo Center Norte. A universidade americana recebeu dois prêmios, o Jacaré Verde na categoria Sustentabilidade e o Jacaré de Ouro na categoria Evento de Relacionamento com Clientes.

Brasil, dezembro de 2021 - A “Noite do Jacaré” premiou os melhores cases e serviços para eventos, destinos e empreendimentos, além do Grand Prix entre as Personalidades do Ano e o Prêmio Caio Sustentabilidade.

Das 90 empresas que se inscreveram para a edição desse ano, 53 se classificaram. A Full Sail University foi uma delas. A universidade americana entrou para os finalistas e levou para casa o Jacaré Verde por representar a responsabilidade ambiental e social no case Teacher Professional Development, que visa o treinamento para professores completamente gratuito e integrado com as necessidades do novo mercado da educação.

O Jacaré de Ouro foi para a Maratona da Criatividade, um desafio global que nasceu da vontade de ajudar o mundo com sustentabilidade e contou com a colaboração de diversos profissionais voluntários em sua idealização e organização, entre eles Lucas Medeiros, Francisco Mendes, Aron Belinky e Carol Olival, diretora da Full Sail University no Brasil.

Para executar a ação, a universidade incentivou alunos brasileiros a produzirem curtas-metragens de três minutos, com dicas para solucionar os problemas listados na Agenda 2030 do Desenvolvimento Sustentável das Nações Unidas, que vão desde acabar com a fome e a pobreza do mundo, promover saúde, bem-estar, energia, saneamento a todos, até o uso sustentável dos ecossistemas.

Em entrevista durante o evento, um dos organizadores da Maratona de Criatividade das edições de 2018 e 2019, Lucas Medeiros, que recebeu o troféu em nome da Full Sail University, vibrou com a conquista da universidade. “Esse prêmio coroa um trabalho muito árduo, principalmente pela categoria Sustentabilidade. Esse comprometimento com o meio-ambiente é algo que todos os nossos projetos contemplam”, comenta com o troféu na mão, ressaltando que o prêmio simboliza esse novo trabalho desenvolvido no Brasil e no mundo.

Francisco Mendes, que também atuou como um dos organizadores das edições de 2018 e 2019, compartilhou a alegria ao receber o prêmio focado no desenvolvimento da profissão e da valorização da educação. “...isso é uma coisa que realmente faz a diferença no mundo que nós temos hoje. Então é uma felicidade enorme receber esse prêmio.” Finaliza.

O evento foi realizado no formato híbrido, com 500 convidados presenciais e contou com a transmissão ao vivo através do Portal Eventos TV em seu canal no Youtube.

Para entregar o Jacaré Verde e o Jacaré de Ouro para a Full Sail University, a comissão organizadora do Prêmio Caio realizou pesquisas de opinião entre finalistas, patrocinadores e jurados durante os meses de outubro e novembro.

Sobre a Full Sail University:

A Full Sail University está localizada em Orlando, Flórida, USA, e oferece mais de 140 programas diferentes em educação superior, tanto em seu campus quanto on-line. Fundada em 1979, a universidade contribui com o mercado da economia criativa através da formação de mais de 78 mil graduados, que desenvolvem o mercado criativo no mundo.

No Brasil, a universidade nutre uma comunidade virtual através de parcerias com escolas, faculdades e empresas, fomentando a constante discussão da economia criativa.

Para mais informações sobre a comunidade brasileira da Full Sail University, acesse:  www.experienciafullsail.com.br