Os jornalistas que trabalham com ciência e tecnologia devem estar atentos para o que circula nas mídias sociais. A Nasa, por exemplo, não precisa (e não quer) mais ir atrás dos jornalistas para a divulgação de suas informações. Jason Townsend, o gerente de mídias sociais do órgão, revela que eles divulgam suas descobertas e atividades nesses espaços de comunicação, obrigando os jornalistas a se atentarem para isso.
A visão de Jason demonstra que a agência espacial é o seu próprio meio de comunicação, estando presente no Twitter, Facebook, Google+, YouTube e Flickr. Essa abordagem foi enfatizada pela jornalista Taylor Miller em matéria recente para o The Poynter Institute. No entanto, o exemplo pode ser encarado de modo mais amplo, refletindo como essas mídias sociais interferem (e até que ponto) nos modos clássicos de produção de notícia, na rotina do jornalista.
Um dos aspectos ressaltados no texto é a função do jornalista como gatekeeper, que seria posta em cheque, afinal, as próprias agências de pesquisa decidem o que é relevante de ser publicado para seu público (agora “seguidor”, “fã”, “amigo”) – perspectiva que também pode ser ampliada, sobretudo com a noção de gatewatching. A interação acontece de forma mais direta, não necessitando de uma mediação pela imprensa e pelos seus profissionais, e os órgãos de ciência e tecnologia podem enfatizar e aprofundar um assunto do modo como desejam.