"Espécimes de mastodontes e de
preguiça gigante já povoaram terras no nordeste do Brasil também, atualmente chamada de Distrito de Marinho, nas Terras do Senhor Timóteo, na Região conhecida como Tanques de Timóteo, no município de Boqueirão, no Estado da Paraíba, no nordeste do Brasil, na América do Sul - Expedição Castor Carteli 1993"
(Professor Castor Carteli - 1993)
Participação Científica - Paleontologia - Jornalista André Falcão - Expedição Castor Carteli - 1993
Reconstrução
do paleoambiente de Quebrada Chalán durante o Pleistoceno, Riobamba, Equador
Os mastodontes (do latim
Mastodon) foram espécies de proboscídeos pré-históricos. Os mastodontes viveram na América
do Norte e também na América do Sul durante o Plistocénico, tendo-se extinguido
há cerca de 10 000 anos. Tinham cerca de 3 metros de altura e pesavam em torno
de 7 toneladas. Eram herbívoros que se alimentavam de vegetação macia como
folhas verdes e ramos. As suas presas de marfim chegavam aos 5 metros de
comprimento. A sua carne foi uma fonte importante de alimento para os primeiros
homens que colonizaram a América do Norte. Os mastodontes distinguem-se dos
mamutes pelo formato dos seus dentes, de forma mais cónica e mais adaptados à
mastigação de folhas moles. O Museu Nacional localizado na
cidade do Rio de Janeiro possui atualmente uma exposição denominada de "O
Resgate do Mastodonte Brasileiro" que é fruto do projeto “Encontro de
Gigantes na Pré-História do Brasil Central”.
As preguiças-gigantes
(denissaras) constituem um grupo separado na ordem Xenarthra, relacionado com
as preguiças arborícolas existentes na atualidade, constituído por seis
famílias e 88 géneros, todos extintos. As preguiças-gigantes surgiram no
Oligocénico e extinguiram-se há cerca de 10 000 anos atrás. Há evidências de
que uma pequena população tenha sobrevivido nas ilhas de Hispaniola e Cuba até
cerca de 1500 a.C. Apesar do nome, nem todos os
membros do grupo das preguiças-gigantes eram de grandes dimensões. O registo
fóssil indica que as primeiras formas a surgir eram relativamente pequenas, de
tamanho comparável às preguiças atuais, sendo a evolução para o gigantismo
progressiva. No fim do Pliocénico, início do Plistocénico, esta tendência
inverteu-se no sentido da redução de tamanho talvez por pressões ecológicos.
Nas Caraíbas, muitas espécies tornaram-se variáveis anãs, numa adaptação a
ambiente insular e condições tropicais também observada, por exemplo, em
proboscídeos (Stegodon) ou hominídeos (Homo floresiensis).
As preguiças-gigantes surgiram no
Oligocénico, na região da atual Patagónia, e desenvolveram-se na América do
Sul. Com o estabelecimento do istmo do Panamá, as preguiças migraram para
Norte, chegando ao atual estado do Yukon, no Canadá. A anatomia das preguiças-gigantes
é conhecida com bastante detalhe, graças a centenas de exemplares bem
conservados encontrados em cavernas e nos poços de betume de La Brea, na
Califórnia. Alguns exemplos encontram-se tão bem preservados que incluem
tecidos fossilizados ou partes da pelagem de cor avermelhada. Os hábitos
alimentares das preguiças-gigantes são igualmente bem conhecidos através do
estudo dos seus coprólitos (fezes fossilizadas) e respectivo conteúdo vegetal.
Sabe-se assim que estes animais eram exclusivamente herbívoros e que preferiam
folhas e ramos de árvores. Eram, no entanto, bastante flexíveis e, em épocas de
escassez, podiam consumir plantas desérticas, incluindo cactos. A primeira tentativa de
reconstrução anatómica de um conjunto de fósseis foi realizada em 1796 e o
resultado foi interpretado por Georges Cuvier como uma forma de preguiça-gigante,
que o naturalista classificou como Megatherium americanum.
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