Total de visualizações de página

sexta-feira, 25 de junho de 2021

Junho Laranja: mês de conscientização sobre a leucemia e anemia

 

LEUCEMIA:

As estatísticas do Instituto Nacional de Câncer – INCA apontam que para cada ano do triênio 2020-2022 serão diagnosticados mais de 10 mil casos novos de leucemia no Brasil, sendo 5.920 em homens e de 4.890 em mulheres. Atualmente, é o 9º câncer mais comum no sexo masculino e o 11º no feminino. A leucemia é uma doença que não escolhe idade e quando diagnosticada no início as chances de tratamento são maiores.

O médico hematologista Eduardo Cilião Munhoz, do Instituto de Oncologia do Paraná – IOP e Mantis Diagnósticos Avançados, explica que a leucemia é uma doença que tem o seu início na medula óssea, local onde são fabricadas as células sanguíneas e que dão origem aos glóbulos brancos, aos glóbulos vermelhos e às plaquetas. “Campanhas como a do Junho Laranja são fundamentais para conscientizar a população sobre a leucemia e a importância de se tornar um doador de medula óssea.”

Assim como qualquer outra forma de câncer, quando diagnosticada no início as chances de tratamento são maiores. No entanto, além da prevenção, é fundamental que a população se conscientize também sobre a importância de se tornar um doador de medula óssea. “Para se tornar doador é necessário realizar um cadastro no órgão que busca doadores no Brasil e nos registros estrangeiros, o chamado Registro Nacional de Doadores Voluntários de Medula Óssea (REDOME). Também é preciso ter entre 18 e 55 anos de idade, estar com a saúde em bom estado geral, não ter doença infecciosa ou incapacitante, não possuir diagnóstico oncológico, doenças hematológicas ou do sistema imunológico. Algumas questões de saúde não impedem a doação, mas é necessária a análise de cada caso por um especialista”, explica médico hematologista.

Confira as principais informações que você precisa saber sobre esses quatro tipos de leucemia:

Leucemia mieloide aguda (LMA)

Pode acontecer em adultos e crianças, mas a incidência aumenta com o avanço da idade e tem o tempo de evolução curto, de poucas semanas. Para o diagnóstico é necessário verificar se existem alterações no paciente pela análise do exame de hemograma. Depois é feito o exame de medula óssea que comprovará o diagnóstico. Também poderão ser solicitados outros exames, como o mielograma, realizado através de uma punção óssea, a imunofenotipagem, para verificar a linhagem celular, a citogenética, que vai analisar os cromossomos, e, em alguns casos, também é realizada a análise molecular. O tratamento consiste em quimioterapia e, em casos com mau prognóstico, é indicado o transplante de medula óssea.

Leucemia mieloide crônica (LMC)

Na maioria dos casos a doença é diagnosticada em adultos na quinta década de vida. O tempo de evolução é mais longo e às vezes a pessoa fica sem ter conhecimento da doença por meses ou até mesmo anos. Como em muitos casos é assintomática, o paciente só descobrirá quando realizar um exame de rotina. No entanto, quando a pessoa perde peso sem explicação ou apresenta algum sintoma de anemia, é possível realizar hemograma para verificar se existe alguma alteração. Poderão ser solicitados o mielograma, a imunofenotipagem, e a citogenética, análise molecular e exame de medula óssea. O tratamento consiste em quimioterapia oral e, em casos mais graves, é indicado o transplante de medula óssea.

Leucemia linfoblástica aguda (LLA)

Afeta as células linfoides e evolui de maneira rápida. Esse tipo é comum na infância e apresenta cerca de 80% de cura nesta fase da vida. Alguns adultos também podem ser diagnosticados com a doença. Avaliar os sintomas é fundamental, principalmente em se tratando de crianças. Palidez, cansaço, sonolência, hematomas, manchas roxas, sangramentos prolongados, dores de cabeça e óssea são alguns dos sinais que devem servir de alerta. O diagnóstico também será realizado pelo hemograma completo, mielograma, citogenética, análise molecular e exame de medula óssea. O tratamento vai consistir em quimioterapia com medicamentos específicos para cada paciente e, em casos mais graves, é indicado o transplante de medula óssea.

Leucemia linfocítica crônica (LLC)

Afeta as células linfoides e tem desenvolvimento lento. Mais comum em idosos, estudos mostram que a LLC é uma doença dos glóbulos brancos adquirida ao longo da vida, mas ainda não se sabe os fatores para o seu surgimento. Esse tipo de leucemia muitas vezes também não apresenta sintomas e pode ser diagnosticado durante exames de rotina. Hemograma completo, mielograma, citogenética, análise molecular e exame de medula óssea ajudarão no diagnóstico da doença. O tratamento vai consistir em quimioterapia com medicamentos específicos para cada paciente e, em casos mais graves, é indicado o transplante de medula óssea.

***

ANEMIA

A “anemia” não é uma doença, mas sim um sinal de que existe uma doença.

Muito embora a anemia seja popularmente conhecida como a falta de ferro no sangue, vale destacar que esta é somente uma das diversas condições que podem levar a um quadro anêmico. Por definição, a anemia é a redução dos níveis dos relativos aos glóbulos vermelhos presentes no sangue (hemoglobina, hematócrito e/ou massa eritrocitária). Esta condição pode estar relacionada a causas genéticas (hemoglobinopatias) ou a causas secundárias (exemplos: doença renal crônica, alterações no metabolismo do ferro, sangramentos, deficiência de vitaminas e muitas outras).

As hemoglobinopatias podem ser estruturais, quando a hemoglobina produzida não funciona da forma adequada (ex.: doença falciforme), ou de produção, quando há uma redução na taxa de produção de hemoglobinas (ex.: talassemias).

Os sinais e sintomas da anemia variam de acordo com a intensidade do comprometimento de cada paciente e da doença que está por trás de cada caso. Em geral, uma pessoa “anêmica” pode apresentar um conjunto de sintomas que refletem a baixa quantidade disponível de glóbulos vermelhos na circulação sanguínea, configurando a chamada síndrome anêmica: fadiga, falta de ar aos esforços e/ou em repouso, palpitações, claudicação, sonolência e confusão mental.

A hemoglobinopatia mais conhecida é a doença falciforme, que possui a anemia como o principal sinal da doença.

A resolução da anemia, quando feita a curto prazo, pode ser feita pela reposição de sulfato ferroso, de vitaminas e por meio da transfusão sanguínea, mas elas possuem indicações muito específicas e não podem ser generalizadas. É importante reforçar e destacar que a anemia é apenas um sinal de que existe uma doença e que, portanto, necessita de uma investigação da causa que resultou na anemia.

Com informações da iop.com.br e blog.saude.mg.gov.br


Nenhum comentário: