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quinta-feira, 25 de fevereiro de 2016

Dicas de leitura // Digestivo Cultural // Colunas //

Boa leitura!


Aos 16 anos, depois de alguns troca-trocas, amar algumas bananeiras e desejar a própria irmã e suas amigas tomando sol de biquíni no quintal, descobri o amor nos lábios doces daquela menina com cara de sapeca, com um riso indescritível, que tocava violão e gostava de poesia. Primeiro andamos de mãos dadas, depois nos beijamos e nos beijamos, depois nos tocamos nas partes do corpo que eram proibidas. E foram tantos beijos que decidimos, por fim, entrar no cemitério.
por Jardel Dias Cavalcanti




Minha infância já ficou no passado, mas creio que ainda hoje não há quem consiga escapar de ouvir essa pergunta, ao menos uma vez, antes de chegar à maioridade: "O que é que você vai ser quando crescer?". E a pergunta é disparada, seja por familiares, seja pelas "visitas", desde nossa tenra idade, não importando que não tenhamos ainda a menor condição de avaliar as diversas profissões existentes para poder dar uma resposta consciente.
por Fabio Gomes




Tem uns caras que são pagos para ler os textos alheios. Precisam saber gramática, é claro, mas às vezes precisam ignorá-la. Também precisam ser discretos e cordiais. Dá uma vontade danada de xingar, mas não pode. Revisor morre de quê? De desgosto? Não, não. Revisor morre de tédio, de cansaço, de estresse, de arrependimento por ter perdido o churrasco, o Natal, o Carnaval e o próprio casamento. É que prazo é prazo. E os outros só se lembram do revisor no final.
por Ana Elisa Ribeiro




O poeta Ruy Proença acaba de lançar pela Editora 34 seu sexto livro de poesia: "Caçambas". Nesta resenha, chamamos a atenção para o fato de a poesia, após a modernidade, vincular experiência de criação e relação com o mundo. É o que é a base dos poemas de Ruy Proença. A própria epígrafe do livro, onde aparece a frase "porque eu não tenho nada, a cidade não é minha", já indica a inadequação do poeta ao seu ambiente.
por Jardel Di as Cavalcanti




A pilha de livros de poesia vai mais alta do que a mesa. Infelizmente, só consigo lê-los nas férias. A roda-viva geral me dá a entender que não cabe poesia no resto do ano. Mas eu insisto em desafiar essa sina. Com o Fábio Assunção declamando poesia na novela das seis, talvez haja mais um impulso para me ajudar. E tomara que as cenas estimulem mais gente. Ô dó de quem depende disso para conhecer meia dúzia de trovadores.
por Ana Elisa Ribeiro




Enquanto passamos por corredores sombrios até o final da instalação Diálogo no Escuro, na Unibes, tenho sentimentos confusos. Uma euforia e também um ressentimento pela luz, as cores, os contornos, enfim, as formas óbvias e aparentemente precisas. A luminosidade ainda é fraca, uma meia-luz nos aguarda em uma saleta com bancos. E então tudo se redesenha como fresco e reluzente aos meus olhos.
por Elisa Andrade Buzzo




Se tomarmos o período entre 1945 e 1989 - isto é, os anos seguintes ao fim da Segunda Guerra - será difícil encontrar outro país que tenha produzido tantos pensadores influentes como a França. Uma mera passagem de olhos pelos nomes que apareceram nesta época o demonstra claramente: Sartre, Camus, Merleau-Ponty, Foucault, Althusser. Foi uma verdadeira produção em série.
por Celso A. Uequed Pitol




Não sou historiadora nem socióloga para escrever um textão bacanudo bem embasado, cheio de argumentos complexos mas acho que falar de visões pessoais também é importante. Afinal, é o que eu tenho, minhas experiências de vida. Vejo tanta gente escrevendo teses sobre os problemas do Brasil há séculos mas sempre o que toca as pessoas são depoimentos pessoais, como este do Mark Manson, que está dando o que falar.
por Adriane Pasa




O Medium, pelo que eu entendi, quer retomar a "conversaç ão" que os blogs proporcionavam na década de 2000 ― e que acabou sendo "engolida" pelas redes sociais, até desaparecer por completo. Você abre o Facebook e pensa em publicar alguma coisa, digamos, "mais específica" ― então pensa, na sequência: "Mas quem vai querer ler isso???". O Medium vai conseguir essa façanha? Não sei; mas acho que quem se interessa por conteúdo tem a obrigação de se cadastrar.
por Julio Daio Borges




Jung foi um polvo intelectual. Seus tentáculos foram direcionados a tantos interesses que podemos imaginar o trabalho de quem se diz filiado à Psicologia Analítica. De Homero e Virgilius, chegou a Goethe, encantado por descobrir alguém que finalmente "levou o demônio a sério". Em Filosofia, seu encadeamento intelect ual poderia não obedecer à cronologia, mas foi substancioso: partindo dos pré-socráticos, passou por Mestre Eckarth e chegou a Schopenhauer, Kant, Carus, Hartmann e Nietzsche.
por Ricardo de Mattos




Arrisco-me. Com este título, meu texto pode ser lido na diagonal por pessoas apressadas e atraídas pela possibilidade de confirmar suas convicções políticas - a favor de Fla, ou de Flu. Estou no ambiente da internet, devo lembrar. Se quiser outro tipo de leitores, devo ao menos mudar o título, tirar a menção a Cuba. Mas prossigo, no título, na intenção. Não vou falar de política, não desta política. E fui pra Cuba.
por Marta Barcellos




As notícias da morte de ídolos nas mais diversas áreas tem se tornado recorrente. Ettore Scola no cinema e David Bowie na música foram os principais esse ano, em uma lista que recentemente incluiu João Ubaldo Ribeiro, Ariano Suassuna, Lemmy Kilmister e muitos outros. A geração que ficou conhecida através dos meios de comunicação de massa e que começou a ter grande notoriedade através da sua propagação na sociedade da informação começa a chegar à terceira idade e falecer.
por Guilherme Carvalhal




Há livros cuja leitura deve ser proibida? Devemos proibir as crianças de lerem Monteiro Lobato devido a algumas passagens consi deradas racistas em suas histórias? Devemos tirar das prateleiras das bibliotecas escolares exemplares que contenham palavrão? Devemos proibir a edição de obras comoMinha luta (Mein Kampf), de Adolf Hitler? Devemos queimar livros, como o fez o próprio Führer?
por Cassionei Niches Petry




O que restaria para a poesia contemporânea depois que o modernismo fragmentou todas as certezas e instalou a ausência de perspectiva como um carma para o presente? Ninguém melhor do que o poeta catalão Carles Camps Mundó para responder. E a antologia de poemas editado agora, com seleção, tradução e introdução de Ronald Polito, publicada pela Portal Editora de São Paulo, nos dá a medida.
por Jardel Dias Cavalcanti< BR>



Unindo diversas correntes, uma ideia básica: a de que o estado será sempre ocupado por pessoas que usaram o poder em benefício próprio e que quanto mais concentrado o poder estiver nas mãos de algumas pessoas, pior será para a sociedade. Em contrapartida, quanto mais distribuído o poder, melhor para todos. Em outras palavras: a ideologia libertária é o oposto do fascismo, seja ele de direita ou esquerda.
por Gian Danton




Numa vida feita de rupturas e partidas, a escritora carioca Lucia Bettencourt, ao se debruçar sobre a v ida de Rimbaud, discorre sobre uma volta. Em O regresso, a última viagem de Rimbaud com engenho e talento, Lúcia, explorando uma dobra na biografia de Rimbaud, recria os últimos dias desse gênio enigmático. "Je est un autre" (equivalente a "Eu é um outro"), de início afirma o poeta, rompendo com não só a gramática como o senso comum.
por Eugenia Zerbini




Parece que, de fato, há bons casamentos, casais que continuam se amando depois de décadas de convivência. O segredo é ter baixas expectativas, avisam os que entendem do assunto. Mas baixas até que ponto? Até se sentir imune à rotina, à solidão, ao tédio, ao celibato indesejado? Resta o impasse: monogamia, lealdade, amor, amizade...ou a vida vivida em toda a sua verdade e intensid ade? Fidelidade a si mesmo ou frustração? Paixão, alegria ou estoicismo? Não há caminho fácil.
por Marilia Mota Silva




Há pelo menos três adaptações cinematográficas dessa obra: Macbeth (1948), de Orson Welles; Trono Manchado de Sangue (1957), de Akira Kurosawa; e A Tragédia de Macbeth (1971), de Roman Polanski - é em confronto com esses filmes que tentaremos delimitar a originalidade visual do Macbethde Kurzel, ao mesmo tempo em que vamos discutir a interpretação feita por cada qual do trabalho de Shakespeare.
por Duanne Ribeiro




O esporte está se pasteurizando sob nossos narizes e nós assistimos a tudo tomando a cerveja sem álcool que nos vendem nos campos. Os fãs atuais estão preocupados em saber se seu time tem mais sócios do que os rivais, se está internacionalizando sua marca, se vendeu o naming rights do estádio... Opa, estádio não, agora é Arena. Nos colégios, adolescentes ostentam camisas do Paris Saint-Germain, do Manchester City ou de seja qual for o clube food truck do momento.
por Luís Fernando Amâncio




Eventos literários. Estamos cheios deles. (Estamos com farta oferta.) Muitos eventos literários pipocam aqui e ali, por todo lado, como deveri a sempre ser. De norte a sul, e em todos os pontos cardeais, é possível ouvir falar de eventos literários, com profusão de convidados, horários, temas. Embora tais eventos nem sempre apresentem novidades... Para que serve, então, um evento literário?
por Ana Elisa Ribeiro




As esculturas hiper-realistas de Patricia Piccinini são feitas com materiais como silicone e cabelos humanos. Isso seria o suficiente para uma comparação com as obras de Ron Mueck. Mas aqui damos um passo além, pois algumas das criaturas de Piccinini não são exatamente humanas. Algumas delas guardam a maior parte de nossos traços, outras, híbridas, são muito diferentes de tudo o que já possamos ter imaginado.
por Elisa Andrade Buzzo

Fonte: Digestivo Cultural