Um brinde à ciência:
sete cidades, três noites e um festival que vai tirar os cientistas das
universidades
Levar os pesquisadores para
conversarem sobre ciência em restaurantes, cafés e bares é o objetivo do Pint
of Science, evento que vai mobilizar sete cidades brasileiras nos dias 23, 24 e
25 de maio e acontecerá simultaneamente em mais 11 países
Os cientistas vão invadir restaurantes,
cafés e bares de sete cidades brasileiras nos dias 23, 24 e 25 de maio. Serão
três noites dedicadas a brindar a ciência durante o festival internacional de
divulgação científica Pint of Science, que acontecerá este ano em Belo
Horizonte (MG), Campinas (SP), Dourados (MS), Ribeirão Preto (SP), Rio de
Janeiro (RJ), São Carlos (SP) e São Paulo (SP). O Brasil é o único país da
América Latina a participar da iniciativa, que será realizada simultaneamente
em mais 11 países.
Em cada uma das sete cidades
brasileiras, um grupo de voluntários está trabalhando para organizar diversos
bate-papos com pesquisadores. O desafio deles é levar à população o
conhecimento sobre questões que têm desafiado os cientistas, possibilitar que
as pessoas esclareçam suas dúvidas diretamente com quem faz ciência e mostrar
que a jornada de um pesquisador é repleta de encantos e desencantos, tal como
toda trajetória humana.
“Nesta época de obscurantismo e
acesso fácil à desinformação, o Pint of Science surge como uma oportunidade de
ser uma vela na escuridão, diminuindo o abismo entre os cientistas e a
sociedade”, ressalta a coordenadora da iniciativa no Brasil, Natalia Pasternak.
“O evento também cria a oportunidade de estabelecermos uma comunicação mais
informal, descontraída e humana, a fim de que possamos, todos juntos, oferecer
um brinde à ciência”, acrescenta.
A iniciativa segue o modelo dos
grandes festivais de música, em que os artistas se apresentam simultaneamente
em vários palcos a cada noite. Só que, nesse caso, os artistas são os
pesquisadores e demais participantes convidados para conversar com o público em
cada restaurante, café e bar que vai abrigar o Pint of Science. Em vez de
música, a sinfonia que será ouvida nesses palcos está ligada a átomos, genes,
vírus, cérebro, sociedade, tecnologia, sustentabilidade, planetas, galáxias e
muito mais. Haverá uma verdadeira orquestra de temas, que serão discutidos por
um coral de vozes. Para conferir a programação de cada cidade, basta acessar o
site www.pintofscience.com.br. No Brasil, o evento é gratuito e as pessoas só
pagarão o que consumirem nos locais em que acontecerão os bate-papos
científicos.
Da Inglaterra para o mundo – A
primeira edição do Pint of Science aconteceu na Inglaterra em maio de 2013. A
ideia surgiu um ano antes, quando dois pesquisadores do Imperial College
London, Michael Motskin e Praveen Paul, organizaram um evento chamado Encontro
com pesquisadores. Nesse encontro, pessoas acometidas por Alzheimer, Parkinson,
doenças neuromusculares e esclerose múltipla foram convidadas para conhecer os
laboratórios dos pesquisadores e ver de perto o tipo de pesquisa que
realizavam. A experiência foi tão inspiradora que os dois decidiram propor um
evento em que os pesquisadores poderiam sair de seus laboratórios para
conversar diretamente com as pessoas. Nasceu, assim, o Pint of Science.
A iniciativa rapidamente foi se
espalhando para outros países e, no ano passado, o evento aconteceu pela
primeira vez no Brasil, na cidade de São Carlos. Em 2016, voluntários das sete
cidades brasileiras que abrigarão o festival abraçaram a ideia e contam com o
apoio de várias instituições. Em âmbito nacional, a Elsevier e o Rio Quente
Resorts estão apoiando o Pint of Science.
Além do Brasil, os outros 11
países que vão participar da iniciativa nos dias 23, 24 e 25 de maio são:
África do Sul, Alemanha, Austrália, Áustria, Canadá, Espanha, Estados Unidos,
França, Inglaterra, Irlanda e Itália. Nas três noites do festival, uma rede
global com mais de 100 cidades será construída especialmente para brindar a
ciência.