O Blog Companhia das Entrevistas conversou com o Instr. Ricardo Souza, da Unidade Sudoeste do Método DeRose, cujo site é http://www.yogasudoeste.com.br/ e o contato telefônico é (61) 3344-8358. Numa entrevista muito sábia em que o Yôga é explicado de forma bem plausível, para quem estiver interessado em praticar, acompanhe a entrevista aqui:
Entrevista na íntegra:
Blog: O termo Yôga é masculino ou feminino?
Instr. Ricardo Souza: Em geral palavras terminadas em “a” no idioma sânscrito são de gênero masculino. O mesmo é válido para o termo Yôga.
Blog: O Yôga trabalha a respiração?
Instr. Ricardo Souza: Existem diversas modalidades de práticas de Yôga. O Yôga que eu ensino chama-se SwáSthya Yôga, e trabalha sim a respiração. Tanto que consideramos uma forma de reeducação respiratória para os alunos. Há um momento da aula destinado somente à realização de diversos exercícios respiratórios (respiração abdominal, intercostal , torácica e enfim a completa que agrega as três anteriores; há também a uma respiração forte e rápida conhecida como hiperventilação; além de se aprenderem ritmos, velocidade e profundidades diferentes que propiciarão estados de concentração, de vitalidade ou de descanso ao corpo e à mente. Existem modalidades em que a respiração não terá um momento específico da aula destinado ao seu desenvolvimento. Modalidades em que se ensina somente a meditar, intrinsecamente utilizará uma respiração mais suave, mas não necessariamente aborda-se a respiração como um conteúdo da prática. Há quem ensine o yôga em qualquer de suas modalidades rumo à sua finalidade original – o samádhi – ou iluminação, um estado de expansão da consciência, explicando-se em poucas palavras isso para linhas de yôga de cunho técnico, naturalista (sámkhya) como o caso do Swásthya Yôga, outras de cunho um pouco mais religioso concebem o samádhi como uma iluminação que seria um encontro com o divino. O mais importante é o interessado ler, consultar e fazer uma aula da, ou das modalidades por ele pretendidas.
Blog: E em relação à alimentação, existe alguma orientação para os praticantes de Yôga?
Instr. Ricardo Souza: Da mesma forma que para um corredor de maratona ou para um corredor de provas de 100m existem orientações de alimentações diferenciadas, para os praticantes de Yôga recomenda-se uma alimentação mais saudável com muito uso de frutas, legumes, verduras, sementes oleaginosas, com muitos temperos e especiarias para obter-se uma alimentação saborosa e perfumada. Há a proposta de não se comer carnes de nenhuma espécie, entretanto isso não é imposto, deve ser uma opção do aluno.
Blog: É possível praticar Yôga em todas as idades?
Instr. Ricardo Souza: Isso depende de diversos fatores:
1. condições de saúde do indivíduo
2. modalidade de yôga
3. finalidade da prática
1. Condições de saúde – Se a pessoa busca uma prática de qualquer atividade deve se lembrar que seu corpo e sua saúde devem lhe fornecer um estado inicial de capacidades para suportar o trabalho a que submeterá, mesmo que gradual, para a sua adaptação a esse novo condicionamento mental e corporal. Seja para aprender a tocar piano, saxofone, caminhar, nadar, ou praticar yôga. Para tanto deve consultar médicos e outros especialistas para isso. Estando apta, vejamos alguns aspectos importantes que podem variar de acordo com a idade e histórico de saúde da pessoa:
a) Capacidade de ficar sentada com a coluna ereta. Não estou me referindo a uma posição perfeita como a de um praticante avançado, e sim ao fato de o candidato possuir algum problema em sua coluna que inviabilize a sua permanência sentado sem apoio para as costas por algum período. Há alunos com determinados tipos de hérnia de disco que recebem a indicação favorável de seu médico para praticar, outros que recebem proibição estrita. O mesmo vale para os joelhos, ombros e outras partes do corpo. Não se deve considerar a prática do Yôga como uma terapia, ou como cura para enfermidades, existem profissionais da área de saúde como ortopedistas e fisioterapeutas que atenderão a essas necessidades.
b) Distúrbios psicológicos e/ou psiquiátricos graves. Deve-se entender que o Yôga não se caracteriza como um tratamento, o profissional que acompanha o paciente poderá recomendar a prática de alguma modalidade caso considere uma forma de apoio para a pessoa.
c) Pouca flexibilidade articular ou pouco alongamento muscular. Não são fatores excludentes para quem almeja praticar, essas características vão sendo melhoradas gradualmente com as aulas de iniciantes e avançadas. Salvo em casos em que haja algum tipo de encurtamento muscular ou enrijecimento articular tão intenso que deverá ser tratado por especialistas como fisioterapeutas ou ortopedistas.
2. Modalidade de yôga – Existem práticas que utilizam somente a meditação, então basta que o aluno consiga permanecer sentado por muito tempo, e então avançará na técnica. Outras utilizam muitas posições (ásanas), desenvolvendo força muscular, alongamento muscular, flexibilidade articular, equilíbrio corporal em posições que podem ser trabalhadas de maenira estática ou em movimento. Mesmo assim cabem diferenciações: existem modalidades em que as técnicas corporais não são muito intensas, permanece-se pouco tempo nas posições, adotam-se posições leves. Outras utilizam muito tempo de permanência em cada posição, sendo mais intensas, embora graduais. NO Swásthya Yôga, adotamos posições com desenvolvimento de permanência, de moderada a elevada, trabalhamos muita movimentação coreográfica entre as posições.
3. Finalidade da prática – Como dito inicialmente, a finalidade original da prática dessa filosofia é o samádhi. No decorrer do processo, trabalha-se com o corpo, a respiração, força, alongamento, flexibilidade, a descontração todos integrados à máxima concentração possível e logicamente, benefícios da prática serão obtidos sobre a saúde, vitalidade, disposição e bom uso da mente do praticante. Todavia há modalidades ou professores que trazem a finalidade para esta ou aquela proposta de acordo com a linha seguida ou com a especialização de seu próprio trabalho.
Blog: O Yôga pode ser considerado um relaxamento para o corpo?
Instr. Ricardo Souza: Seria o mesmo que considerar que uma aula de boxe é apenas um relaxamento antistress para a mente. Não se deve considerar um dos efeitos da prática como sendo a sua proposta final. No Swásthya Yôga existe a técnica de descontração profunda que ocorre após a execução das técnicas corporais, mesmo sendo bem eficiente, ela é mais uma etapa da aula, sendo a última a técnica de concentração e meditação.
Blog: Ainda há preconceito em relação ao Yôga?
Instr. Ricardo Souza: Podemos falar em preconceito e em conceitos errôneos. Certa vez fomos fazer uma demonstração de coreografia das técnicas corporais e após a apresentação algumas pessoas comentaram conosco: “nossa vocês nem parecem professores de yôga, pois são tão fortes, bronzeadinhos e sorridentes...” Enfim, não dá para imaginar o que se passa na cabeça de cada um. Fazemos questão de informar sobre o que praticamos e ensinamos: uma filosofia prática embuída de conceitos e técnicas, que visa a saúde e o desenvolvimento do ser humano como indivíduo e em sociedade. Ensinar uma alimentação saudável, manter os jovens longe das drogas, participar de atividades beneficentes (como doação de alimentos, campanha de agasalhos, ajuda à Cruz Vermelha e etc), além de cultivar amigos e estar praticando técnicas tão antigas e eficientes.
Blog: O Yôga pode ser indicado para o controle do estresse?
Instr. Ricardo Souza: Desde que a pessoa não seja considerada um caso clínico, pode. Da mesma maneira boxe, as artes marciais, o tênis, o xadrez, ter um animal de estimação, ouvir música e dançar também podem, não se deve estigmatizar o Yõga como uma prática antistress apenas.
Blog: Há filosofia na Yôga?
Instr. Ricardo Souza: Certamente que sim. E o melhor: é uma filosofia prática! Filosofia segundo o dicionário Michaelis vem a ser o estudo geral sobre a natureza de todas as coisas, as relações entre si, os valores, o sentido, os fatos e os princípios gerais da existência bem como a conduta e o desenvolvimento do homem. Moral, lógica, argumentação... Enfim, o yôga possui tudo isso, mas deve ser posto em prática. Existem linhas de pensamento que recaem sobre o yôga:
Sámkhya – filosofia teórica especulativa; naturalista, técnica, Atribui causas sobrenaturais aos fenômenos. Tradução literal: número, discernimento.
Vêdánta – filosofia teórica especulativa de caráter teísta e espiritualista. Atribui causas sobrenaturais aos fenômenos (a partir de contemplações do ser absoluto (Brahma)).
Tantra – sistema comportamental – traduz-se como trama de tecido, teia, rede, encordoamento de instrumento. Interfere sobre a forma de se praticar e encarar as relações individuais e interpessoais, é conhecida como uma filosofia matriarcal, sensorial e desrepressora.
Brahmáchárya – sistema comportamental - patriarcal, antisensorial e repressora.
Esses sistemas curzam-se da seguinte forma:
Tantra-Sámkhya; Tantra Vêdánta; Brahmáchárya-Sámkhya ou Brahmáchárya-Vêdánta.
Instr. Ricardo Souza: Em geral palavras terminadas em “a” no idioma sânscrito são de gênero masculino. O mesmo é válido para o termo Yôga.
Blog: O Yôga trabalha a respiração?
Instr. Ricardo Souza: Existem diversas modalidades de práticas de Yôga. O Yôga que eu ensino chama-se SwáSthya Yôga, e trabalha sim a respiração. Tanto que consideramos uma forma de reeducação respiratória para os alunos. Há um momento da aula destinado somente à realização de diversos exercícios respiratórios (respiração abdominal, intercostal , torácica e enfim a completa que agrega as três anteriores; há também a uma respiração forte e rápida conhecida como hiperventilação; além de se aprenderem ritmos, velocidade e profundidades diferentes que propiciarão estados de concentração, de vitalidade ou de descanso ao corpo e à mente. Existem modalidades em que a respiração não terá um momento específico da aula destinado ao seu desenvolvimento. Modalidades em que se ensina somente a meditar, intrinsecamente utilizará uma respiração mais suave, mas não necessariamente aborda-se a respiração como um conteúdo da prática. Há quem ensine o yôga em qualquer de suas modalidades rumo à sua finalidade original – o samádhi – ou iluminação, um estado de expansão da consciência, explicando-se em poucas palavras isso para linhas de yôga de cunho técnico, naturalista (sámkhya) como o caso do Swásthya Yôga, outras de cunho um pouco mais religioso concebem o samádhi como uma iluminação que seria um encontro com o divino. O mais importante é o interessado ler, consultar e fazer uma aula da, ou das modalidades por ele pretendidas.
Blog: E em relação à alimentação, existe alguma orientação para os praticantes de Yôga?
Instr. Ricardo Souza: Da mesma forma que para um corredor de maratona ou para um corredor de provas de 100m existem orientações de alimentações diferenciadas, para os praticantes de Yôga recomenda-se uma alimentação mais saudável com muito uso de frutas, legumes, verduras, sementes oleaginosas, com muitos temperos e especiarias para obter-se uma alimentação saborosa e perfumada. Há a proposta de não se comer carnes de nenhuma espécie, entretanto isso não é imposto, deve ser uma opção do aluno.
Blog: É possível praticar Yôga em todas as idades?
Instr. Ricardo Souza: Isso depende de diversos fatores:
1. condições de saúde do indivíduo
2. modalidade de yôga
3. finalidade da prática
1. Condições de saúde – Se a pessoa busca uma prática de qualquer atividade deve se lembrar que seu corpo e sua saúde devem lhe fornecer um estado inicial de capacidades para suportar o trabalho a que submeterá, mesmo que gradual, para a sua adaptação a esse novo condicionamento mental e corporal. Seja para aprender a tocar piano, saxofone, caminhar, nadar, ou praticar yôga. Para tanto deve consultar médicos e outros especialistas para isso. Estando apta, vejamos alguns aspectos importantes que podem variar de acordo com a idade e histórico de saúde da pessoa:
a) Capacidade de ficar sentada com a coluna ereta. Não estou me referindo a uma posição perfeita como a de um praticante avançado, e sim ao fato de o candidato possuir algum problema em sua coluna que inviabilize a sua permanência sentado sem apoio para as costas por algum período. Há alunos com determinados tipos de hérnia de disco que recebem a indicação favorável de seu médico para praticar, outros que recebem proibição estrita. O mesmo vale para os joelhos, ombros e outras partes do corpo. Não se deve considerar a prática do Yôga como uma terapia, ou como cura para enfermidades, existem profissionais da área de saúde como ortopedistas e fisioterapeutas que atenderão a essas necessidades.
b) Distúrbios psicológicos e/ou psiquiátricos graves. Deve-se entender que o Yôga não se caracteriza como um tratamento, o profissional que acompanha o paciente poderá recomendar a prática de alguma modalidade caso considere uma forma de apoio para a pessoa.
c) Pouca flexibilidade articular ou pouco alongamento muscular. Não são fatores excludentes para quem almeja praticar, essas características vão sendo melhoradas gradualmente com as aulas de iniciantes e avançadas. Salvo em casos em que haja algum tipo de encurtamento muscular ou enrijecimento articular tão intenso que deverá ser tratado por especialistas como fisioterapeutas ou ortopedistas.
2. Modalidade de yôga – Existem práticas que utilizam somente a meditação, então basta que o aluno consiga permanecer sentado por muito tempo, e então avançará na técnica. Outras utilizam muitas posições (ásanas), desenvolvendo força muscular, alongamento muscular, flexibilidade articular, equilíbrio corporal em posições que podem ser trabalhadas de maenira estática ou em movimento. Mesmo assim cabem diferenciações: existem modalidades em que as técnicas corporais não são muito intensas, permanece-se pouco tempo nas posições, adotam-se posições leves. Outras utilizam muito tempo de permanência em cada posição, sendo mais intensas, embora graduais. NO Swásthya Yôga, adotamos posições com desenvolvimento de permanência, de moderada a elevada, trabalhamos muita movimentação coreográfica entre as posições.
3. Finalidade da prática – Como dito inicialmente, a finalidade original da prática dessa filosofia é o samádhi. No decorrer do processo, trabalha-se com o corpo, a respiração, força, alongamento, flexibilidade, a descontração todos integrados à máxima concentração possível e logicamente, benefícios da prática serão obtidos sobre a saúde, vitalidade, disposição e bom uso da mente do praticante. Todavia há modalidades ou professores que trazem a finalidade para esta ou aquela proposta de acordo com a linha seguida ou com a especialização de seu próprio trabalho.
Blog: O Yôga pode ser considerado um relaxamento para o corpo?
Instr. Ricardo Souza: Seria o mesmo que considerar que uma aula de boxe é apenas um relaxamento antistress para a mente. Não se deve considerar um dos efeitos da prática como sendo a sua proposta final. No Swásthya Yôga existe a técnica de descontração profunda que ocorre após a execução das técnicas corporais, mesmo sendo bem eficiente, ela é mais uma etapa da aula, sendo a última a técnica de concentração e meditação.
Blog: Ainda há preconceito em relação ao Yôga?
Instr. Ricardo Souza: Podemos falar em preconceito e em conceitos errôneos. Certa vez fomos fazer uma demonstração de coreografia das técnicas corporais e após a apresentação algumas pessoas comentaram conosco: “nossa vocês nem parecem professores de yôga, pois são tão fortes, bronzeadinhos e sorridentes...” Enfim, não dá para imaginar o que se passa na cabeça de cada um. Fazemos questão de informar sobre o que praticamos e ensinamos: uma filosofia prática embuída de conceitos e técnicas, que visa a saúde e o desenvolvimento do ser humano como indivíduo e em sociedade. Ensinar uma alimentação saudável, manter os jovens longe das drogas, participar de atividades beneficentes (como doação de alimentos, campanha de agasalhos, ajuda à Cruz Vermelha e etc), além de cultivar amigos e estar praticando técnicas tão antigas e eficientes.
Blog: O Yôga pode ser indicado para o controle do estresse?
Instr. Ricardo Souza: Desde que a pessoa não seja considerada um caso clínico, pode. Da mesma maneira boxe, as artes marciais, o tênis, o xadrez, ter um animal de estimação, ouvir música e dançar também podem, não se deve estigmatizar o Yõga como uma prática antistress apenas.
Blog: Há filosofia na Yôga?
Instr. Ricardo Souza: Certamente que sim. E o melhor: é uma filosofia prática! Filosofia segundo o dicionário Michaelis vem a ser o estudo geral sobre a natureza de todas as coisas, as relações entre si, os valores, o sentido, os fatos e os princípios gerais da existência bem como a conduta e o desenvolvimento do homem. Moral, lógica, argumentação... Enfim, o yôga possui tudo isso, mas deve ser posto em prática. Existem linhas de pensamento que recaem sobre o yôga:
Sámkhya – filosofia teórica especulativa; naturalista, técnica, Atribui causas sobrenaturais aos fenômenos. Tradução literal: número, discernimento.
Vêdánta – filosofia teórica especulativa de caráter teísta e espiritualista. Atribui causas sobrenaturais aos fenômenos (a partir de contemplações do ser absoluto (Brahma)).
Tantra – sistema comportamental – traduz-se como trama de tecido, teia, rede, encordoamento de instrumento. Interfere sobre a forma de se praticar e encarar as relações individuais e interpessoais, é conhecida como uma filosofia matriarcal, sensorial e desrepressora.
Brahmáchárya – sistema comportamental - patriarcal, antisensorial e repressora.
Esses sistemas curzam-se da seguinte forma:
Tantra-Sámkhya; Tantra Vêdánta; Brahmáchárya-Sámkhya ou Brahmáchárya-Vêdánta.