Anualmente, cerca de 20 milhões de jovens estudantes brasileiros do ensino médio participam da Olimpíada Brasileira de Matemática nas Escolas Públicas (OBMEP). Entretanto, o número positivo é ofuscado quando apenas 5% de quem sai da escola pública no 3º ano do Ensino Médio, possui um bom aproveitamento em educação lógica.
E números internacionais contribuem para um cenário ainda mais assustador: o Brasil está entre as últimas posições da avaliação do Programa Internacional de Avaliação de Alunos (Pisa), um sistema de avaliação que busca aferir o desempenho dos países nas áreas de Português, Matemática e Ciências na educação básica, ocupando a 69º posição de um total de 79 países.
Este recorte faz parte de um estudo inédito que compõe o livro Declare Independência - Como a matemática muda vidas no Brasil. A publicação tem o objetivo de alertar a sociedade de que o país corre um sério risco de ter um "apagão" de mão de obra qualificada em exatas, caso políticas públicas não sejam revistas com urgência.
Idealizado pelos empresários do mercado financeiro Tiago Piassum e Thales Nóbrega, o livro é uma co-autoria do jornalista Leão Serva. A obra também conta com participação do economista Gesner Oliveira (autor do estudo) e de personagens que graças à matemática tiveram sucesso profissional, como a deputada federal Tábata Amaral (PSB-SP), da jornalista Flávia Oliveira, das influencers e blogueiras Julia Jaccoud e Aline Matheus, do ex- ministro da Agricultura, Alysson Paolinelli, entre outras personalidades. Alguns dos personagens estarão presentes no dia do lançamento do livro.
A iniciativa partiu de uma necessidade da Marco Investimentos - startup em que Tiago e Thales são sócios fundadores - em contratar assessores financeiros. Ao perceberem o início de um apagão na área, eles decidiram expor o problema e trazer possíveis soluções por meio do livro. O escolhido para idealizar e organizar a obra foi o jornalista Leão Serva para ser co-autor da publicação que envolve a pesquisa.
"Há uma falta preocupante de profissionais no mercado com um mínimo de conhecimento lógico-matemático para suprir as vagas que se oferecem hoje. Vagas que não estão apenas no mercado financeiro, atividade que a gente atua. Há demanda de profissionais com habilidades lógico-matemáticas nos mais diversos setores da sociedade brasileira. O mais crítico talvez seja o mais estratégico: tecnologia. Basta observar quais são as 10 empresas com maior valor em bolsa nos Estados Unidos e no Brasil. Lá, todas são de tecnologia", destacou Tiago.
De acordo com levantamento feito pelo livro, além de TI, outros setores, como Construção Civil, Mercado Financeiro e até Jornalismo (análise de dados) podem entrar em colapso por falta de mão de obra, na próxima década.
Qual é a solução?
O livro sugere três passos essenciais: planejamento, conscientização e engajamento social mediante parcerias. O primeiro item requer estabelecimento de metas de curto e médio prazos visando a formação de profissionais com a qualificação necessária.
A conscientização passa por um sinal inequívoco para os jovens e para a população como um todo de onde o país precisa chegar. A valorização do ensino por todas as formas e a orientação dos jovens profissionais são fundamentais.
Por fim, o salto educacional não ocorrerá meramente pelo sistema convencional. É importante engajar toda a sociedade nesse esforço mediante parcerias permitindo ampliar o pool de talentos potenciais, desenvolver mecanismos de formação e detecção de bons profissionais e incentivos econômicos claros para seu desenvolvimento. "Não é uma jornada fácil, mas é o único caminho para o desenvolvimento na era do conhecimento", define Leão Serva.
Para o co-autor, é possível reverter o que, aparentemente,
parece apenas caos e falta de perspectiva. Para isso, existe a necessidade de
olhar o problema para onde pode apontar um caminho para sua solução. Isso
começa no exato momento em que a educação passe a ser uma prioridade, que
esteja na boca e na pena de todas as lideranças deste país. A educação deve ser
um anseio de cada um de nós. Algo que se divida com os amigos e se transmita
aos filhos. Algo que devemos ter vergonha de nos omitir a respeito’, finaliza
Leão.
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