Distrito Federal tem aumento expressivo dos casos de Dengue
Solução biotecnológica reduz em 96% a infestação do mosquito
Em meio à crise de saúde pública instalada com a Covid-19 e a Gripe, a secretaria de Saúde do Distrito Federal alertou, nesta quarta-feira (13), para o aumento de 2% do Índice de Infestação Predial -- calculado segundo os imóveis com larvas do Aedes aegypti --, o que indica risco para a disseminação da Dengue. Segundo dados atualizados em janeiro, até o dia 25 de dezembro de 2021 foram notificados 24.983 casos, entre eles 16 graves. No mesmo período foram contabilizados 12 óbitos. Em Planaltina e Ceilândia, quatro em cada; em Riacho Fundo, Gama, Núcleo Bandeirante e no Paranoá, um em cada. O perigo da multiplicação do mosquito é enorme. Isso porque, após aproximadamente 15h da postura, os ovos conseguem resistir a longos períodos de baixa umidade, podendo ficar até 450 dias no seco.
Campanhas de conscientização e aspersão de veneno são os caminhos básicos, mas sem resultados permanentes a curto prazo. Pesquisas com material genético e estudo do ambiente são algumas alternativas. O trabalho de vigilância não é efetivo, infelizmente, mas há uma nova biotecnologia sustentável para combater o vetor.
Controle Natural de Vetores
O Projeto Controle Natural de Vetores desenvolvido pela Forrest Brasil Tecnologia, com trabalho de cientistas brasileiros e israelenses, apresenta excelentes resultados. A empresa é uma multinacional de biotecnologia avançada que busca soluções para combater os mosquitos vetores de patógenos causadores de doenças de grande impacto para a saúde pública.
O método é baseado na tecnologia TIE -- utilização do Inseto Estéril --, em que os mosquitos são soltos de forma massiva. Os machos estéreis se acasalam com as fêmeas selvagens, que deixam de procriar, o que provoca uma imediata redução na infestação do mosquito e disseminação de doenças como a Dengue, Chikungunya, Zika e Febre Amarela.
O estudo é reconhecido pela comunidade científica internacional e foi publicado no Journal of Infectious Diseases, revista médica revisada por pares, editada pela Oxford University Press em nome da Sociedade de Doenças Infecciosas da América, principal referência na área. A Secretaria de Saúde do Paraná também reconhece e aprova a tecnologia. E os resultados já são vistos. A mais recente utilização do método acontece na cidade de Ortigueira (PR).
O trabalho é realizado em parceria com a empresa Klabin e o município foi implantado em novembro de 2020. Em um ano a redução foi de 99% no número de larvas viáveis encontradas em campo. Dados mais recentes mostram que a continuidade do trabalho fez com que, há dois meses, não fossem mais encontrados ovos e larvas na região. O número de pessoas doentes também caiu, de 120 para 5, quase 95%. Não foram registradas mortes.
“Neste momento de mudanças na dinâmica populacional, utilizar tecnologia e inovação é fundamental, pois as medidas de controle utilizadas atualmente são de certa forma pouco efetivas e de alto custo com baixo poder de prevenção”, explica a epidemiologista Daniele Queiroz, coordenadora da Forrest, consultora da OPAS (Organização Pan-Americana da Saúde), com especialização na Universidade Johns Hopkins, nos EUA.
Com o início da temporada das chuvas, o perigo da
multiplicação dos Aedes aegypti é enorme. Isso porque, após aproximadamente 15h
da postura, os ovos dos mosquitos conseguem resistir a longos períodos de baixa
umidade, podendo ficar até 450 dias no seco. A situação torna-se ainda mais
perigosa diante de um aparente cenário de subnotificação, provocado até mesmo
pela gravidade da pandemia da Covid-19.
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