O retorno das crianças e jovens às salas de aulas nas escolas públicas e privadas do país tem gerado preocupações e expectativas nos pais e debates calorosos entre integrantes de governos, instituições e também nas redes sociais.
Em plena onda de contágio da nova variante Ômicron, que apesar de ser mais leve nos sintomas é mais infecciosa, a vacinação infantil trouxe alento e alívio para mães e pais, mas ainda precisa ser melhor avaliada pelas Secretarias de Educação e Saúde do Brasil.
Para a farmacologista, professora titular da Escola Paulista de Medicina da Universidade Federal de São Paulo (EPM/Unifesp), coordenadora adjunta do Centro de Saúde Global e coordenadora geral do SoU_Ciência, Soraya Smaili, este retorno às aulas deveria ser gradativo e deve ser planejado com várias medidas conjuntas que levem em conta a primeira dose da vacinação, algum sistema de testagem acessível, distribuição de mascaras com boas instruções para o uso e a vida na comunidade da escola.
“O tema é sensível e requer estratégia. Neste cenário de crescimento de casos provocados pela variante Ômicron, temos que ter um plano de retorno seguro. As crianças acima de 12 anos devem retornar imediatamente, pois já estão vacinadas há algum tempo. Para os meninos e meninas entre 5 e 11, cuja vacinação está se ampliando agora, podemos fazer o retorno gradativo nas próximas 3-4 semanas, até que todos estejam vacinados. Nos lugares onde a vacinação está mais avançada, começaria primeiro. Além disso, as secretarias de estado e municípios podem montar um esquema de testagens para os estudantes e treinamentos com boas práticas para a vida em comunidade. Por exemplo, explicar os benefícios das máscaras, como utilizá-las e como evitar aglomerações. Assim, teremos um planejamento mais seguro para eles e seus familiares. O que me espanta é que não tenhamos uma política e orientações definidas por parte do Ministério da Educação”, detalha Soraya.
Comprovante de vacinação
Outro ponto de polêmicas e debates refere-se à necessidade de apresentação de comprovante de vacinação. Em São Paulo, uma nova resolução da Secretaria de Educação determina que estudantes da rede estadual apresentem comprovante de vacinação contra a Covid-19 e todas as outras vacinas prescritas pelas autoridades sanitárias durante o segundo bimestre de 2022.
A regra prevê que alunos sem imunização não podem ser impedidos de frequentar a escola, mas, se a documentação não for apresentada em até 60 dias, deverá ser feita uma notificação ao Conselho Tutelar, ao Ministério Público e às autoridades sanitárias.
“É uma forma das famílias entenderem a importância da vacinação das crianças e que a vacinação protege a criança e todos à sua volta. Estamos tendo muitos casos de crianças internadas com covid-19. Já está claro que as vacinas podem ajudar na prevenção das doenças graves e evitar o óbito. Além disso, podemos garantir a segurança de alunos e professores dentro do ambiente escolar”, ressalta Soraya.
Enquanto os temas seguem quentes, a coordenadora do
SoU_Ciência alerta que os adultos permaneçam atentos ao calendário da
vacinação, de modo que não percam o momento, seja de tomar a dose de reforço ou
de garantir o esquema vacinal completo de suas crianças e jovens.
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