A obesidade e as doenças associadas a ela são, comprovadamente, fatores de risco para a COVID-19 e o tratamento cirúrgico da obesidade é uma alternativa eficaz para pessoas com obesidade grave. No entanto, no atual momento, a Sociedade Brasileira de Cirurgia Bariátrica e Metabólica (SBCBM) alerta para que os pacientes fiquem atentos, buscando serviços e profissionais qualificados para a realização do procedimento.
A cirurgia bariátrica e a metabólica não são procedimentos estéticos. Os critérios de indicação definidos pelo Conselho Federal de Medicina (CFM) são claros e envolvem quatro pontos principais: Índice de Massa Corporal (IMC), idade, doenças associadas e tempo de doença.
O presidente da SBCBM, Fábio Viegas, informa que antes de indicar a cirurgia ao paciente, o médico deve avaliar quesitos como o Índice de Massa Corporal (IMC), idade, doenças associadas à obesidade, tempo em que ele sofre com essas doenças e fatores de risco.
"Pacientes com IMC entre 30 e 35 kg/m² (obesidade leve) podem passar pela operação, desde que tenham doenças relacionadas à obesidade com classificação grave. Já os pacientes com IMC entre 35 e 40 kg/m² (obesidade moderada) devem apresentar uma das 21 doenças relacionadas a obesidade como diabetes, hipertensão ou apneia. Aqueles que têm IMC acima de 40 kg/m² (obesidade mórbida) podem operar, independente de doenças associadas", esclarece Fábio Viegas.
Em relação ao tempo de doença, o paciente deve apresentar um IMC estável há pelo menos 2 anos e comorbidades em faixa de risco além de ter realizado tratamentos convencionais prévios e ter tido insucesso ou recidiva do peso, verificados por meio de dados colhidos do histórico clínico do paciente.
A Sociedade Brasileira de Cirurgia Bariátrica e Metabólica (SBCBM) é uma entidade sem fins lucrativos, fundada em 1996 e que reúne entre os seus membros associados cirurgiões com experiência comprovada no tratamento cirúrgico da obesidade e das doenças metabólicas, com atualização científica constante.
Mais segurança - A busca por qualificação dos cirurgiões brasileiros também é um dos objetivos da SBCBM. O Programa de Certificação e Acreditação em Cirurgia Bariátrica e Metabólica lançado pela Sociedade busca aferir a qualidade dos serviços prestados por cirurgiões e hospitais no país, o que influencia e influenciará positivamente na escolha do paciente, elevando os padrões dos serviços acreditados, bem como o reconhecimento dos profissionais capacitados através da certificação.
Segundo o vice-presidente Executivo e coordenador do programa, Dr. Luiz Vicente Berti, a obtenção da Certificação melhora a qualidade dos cuidados e constrói um elo importante de confiança com os pacientes e a comunidade.
"A Acreditação e Certificação significam reconhecimento público para a excelência de hospitais, para o trabalho dos cirurgiões e de suas equipes multidisciplinares e ainda mais segurança para o paciente. Concluir o processo atesta que seus sistemas de qualidade e soluções estão de acordo com os requisitos, o que melhora a qualidade dos cuidados com os pacientes", explica Berti.
Para o presidente da SBCBM, Dr. Fábio Viegas, os pacientes e familiares podem contar com a Sociedade para encontrar todas as informações técnicas, científicas, critérios de indicação para a cirurgia, cirurgiões certificados e equipes qualificadas.
A SBCBM disponibiliza em seu site um banco de dados de cirurgiões e equipes multidisciplinares associados e também aqueles certificados em todo o país. Também é possível checar se o hospital é referência em cirurgia bariátrica e metabólica.
"Além disso, promovemos semanalmente programas interativos online e ao vivo para tirar dúvidas sobre temas relevantes, além de outros canais de comunicação", informa o Dr. Fábio Viegas.
Critérios para portadores do Diabetes Tipo 2
Em 2017, o CFM reconheceu a Cirurgia Metabólica como alternativa cirúrgica para o tratamento do Diabetes Tipo 2 em pacientes com obesidade leve sem sucesso com o tratamento clínico convencional (reeducação alimentar, exercícios físicos, medicamentos e insulina).
As normas estabelecem que estão aptos os pacientes diagnosticados com Diabetes Tipo 2 há menos de 10 anos; com IMC acima de 30 kg/m²; entre 30 e 70 anos de idade; e com parecer médico que aponte a resistência ao tratamento clínico com antidiabéticos orais e/ou injetáveis, mudanças no estilo de vida, e comparecido ao endocrinologista por no mínimo dois anos.
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