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domingo, 25 de abril de 2021

Sociedade Brasileira de Bariátrica reforça critérios de elegibilidade e como encontrar cirurgiões para o tratamento da obesidade

 


A obesidade e as doenças associadas a ela são, comprovadamente, fatores de risco para a COVID-19 e o tratamento cirúrgico da obesidade é uma alternativa eficaz para pessoas com obesidade grave. No entanto, no atual momento, a Sociedade Brasileira de Cirurgia Bariátrica e Metabólica (SBCBM) alerta para que os pacientes fiquem atentos, buscando serviços e profissionais qualificados para a realização do procedimento.

A cirurgia bariátrica e a metabólica não são procedimentos estéticos. Os critérios de indicação definidos pelo Conselho Federal de Medicina (CFM) são claros e envolvem quatro pontos principais: Índice de Massa Corporal (IMC), idade, doenças associadas e tempo de doença.

O presidente da SBCBM, Fábio Viegas, informa que antes de indicar a cirurgia ao paciente, o médico deve avaliar quesitos como o Índice de Massa Corporal (IMC), idade, doenças associadas à obesidade, tempo em que ele sofre com essas doenças e fatores de risco.

"Pacientes com IMC entre 30 e 35 kg/m² (obesidade leve) podem passar pela operação, desde que tenham doenças relacionadas à obesidade com classificação grave. Já os pacientes com IMC entre 35 e 40 kg/m² (obesidade moderada) devem apresentar uma das 21 doenças relacionadas a obesidade como diabetes, hipertensão ou apneia. Aqueles que têm IMC acima de 40 kg/m² (obesidade mórbida) podem operar, independente de doenças associadas", esclarece Fábio Viegas.

Em relação ao tempo de doença, o paciente deve apresentar um IMC estável há pelo menos 2 anos e comorbidades em faixa de risco além de ter realizado tratamentos convencionais prévios e ter tido insucesso ou recidiva do peso, verificados por meio de dados colhidos do histórico clínico do paciente.

A Sociedade Brasileira de Cirurgia Bariátrica e Metabólica (SBCBM) é uma entidade sem fins lucrativos, fundada em 1996 e que reúne entre os seus membros associados cirurgiões com experiência comprovada no tratamento cirúrgico da obesidade e das doenças metabólicas, com atualização científica constante.

Mais segurança - A busca por qualificação dos cirurgiões brasileiros também é um dos objetivos da SBCBM. O Programa de Certificação e Acreditação em Cirurgia Bariátrica e Metabólica lançado pela Sociedade busca aferir a qualidade dos serviços prestados por cirurgiões e hospitais no país, o que influencia e influenciará positivamente na escolha do paciente, elevando os padrões dos serviços acreditados, bem como o reconhecimento dos profissionais capacitados através da certificação.

Segundo o vice-presidente Executivo e coordenador do programa, Dr. Luiz Vicente Berti, a obtenção da Certificação melhora a qualidade dos cuidados e constrói um elo importante de confiança com os pacientes e a comunidade.

"A Acreditação e Certificação significam reconhecimento público para a excelência de hospitais, para o trabalho dos cirurgiões e de suas equipes multidisciplinares e ainda mais segurança para o paciente. Concluir o processo atesta que seus sistemas de qualidade e soluções estão de acordo com os requisitos, o que melhora a qualidade dos cuidados com os pacientes", explica Berti.

Para o presidente da SBCBM, Dr. Fábio Viegas, os pacientes e familiares podem contar com a Sociedade para encontrar todas as informações técnicas, científicas, critérios de indicação para a cirurgia, cirurgiões certificados e equipes qualificadas.

A SBCBM disponibiliza em seu site um banco de dados de cirurgiões e equipes multidisciplinares associados e também aqueles certificados em todo o país. Também é possível checar se o hospital é referência em cirurgia bariátrica e metabólica.

"Além disso, promovemos semanalmente programas interativos online e ao vivo para tirar dúvidas sobre temas relevantes, além de outros canais de comunicação", informa o Dr. Fábio Viegas.

Critérios para portadores do Diabetes Tipo 2

Em 2017, o CFM reconheceu a Cirurgia Metabólica como alternativa cirúrgica para o tratamento do Diabetes Tipo 2 em pacientes com obesidade leve sem sucesso com o tratamento clínico convencional (reeducação alimentar, exercícios físicos, medicamentos e insulina).

As normas estabelecem que estão aptos os pacientes diagnosticados com Diabetes Tipo 2 há menos de 10 anos; com IMC acima de 30 kg/m²; entre 30 e 70 anos de idade; e com parecer médico que aponte a resistência ao tratamento clínico com antidiabéticos orais e/ou injetáveis, mudanças no estilo de vida, e comparecido ao endocrinologista por no mínimo dois anos.


domingo, 18 de abril de 2021

BioParque é o novo conceito de Zoológico

Com novo conceito, zoológico do Rio reabre como BioParque.

A inauguração marca uma mudança na história do 1º zoológico do país.

Por Tâmara Freire - Agência Brasil - Rio de Janeiro

Fechado desde 2019, o histórico zoológico do Rio de Janeiro será reaberto na próxima segunda-feira (22), totalmente remodelado, como um BioParque. As antigas jaulas foram substituídas por espaços amplos, com barreiras naturais que pretendem simular uma grande floresta tropical.

E o público não verá mais os animais através das grades, mas circulando por túneis, corredores e passarelas, numa experiência que simula a de uma visita ao habitat natural das espécies.

De acordo com o diretor do BioParque, Manoel Browne, a inauguração marca um ponto de virada na história do primeiro zoológico do país.

O BioParque continua na Quinta da Boa Vista, na zona Norte, para onde o zoológico do Rio foi transferido em 1945, após deixar as instalações em Vila Isabel, inauguradas em 1888. Agora, no entanto, ocupa uma área de 134 mil metros quadrados, sendo 70 mil franqueadas à visitação do público.

Nesse espaço vivem mais de 1000 animais de 140 espécies diferentes, são aves, répteis e mamíferos, incluindo algumas estrelas, como o leão Simba, o tigre William e o casal de hipopótamos Bocão e Tim.

A expectativa é que o novo modelo acabe com décadas de denúncias de problemas estruturais e de falta de condições adequadas para os bichos, que levaram até o Ibama a fechar o zoológico em 2016. Por isso, o prefeito Eduardo Paes defendeu a concessão feita à iniciativa privada, com o repasse da gestão do local ao Grupo Cataratas, que já administra parques como o do Corcovado e o das Cataratas do Iguaçu.

Por causa da pandemia de covid-19, o BioParque abrirá limitado apenas a 20% da sua capacidade e ingressos vendidos exclusivamente pela internet, com agendamento de horário para visitação.

Por enquanto, apenas os ingressos para o programa de sócios podem ser comprados, ao custo de 80 reais para o titular e, 60 reais, dependentes.

A quantia dá direito à visitas ilimitadas ao longo de um ano, além de outros benefícios, incluindo a oportunidade de conhecer o espaço antes, já que neste fim de semana o BioParque terá uma pré-inauguração exclusivamente para sócios.

sexta-feira, 16 de abril de 2021

Último dia para se inscrever no evento 'Trampo Na Prática', da Fundação Estudar, que conta com participação da B3 e Itaú

Inscrições para programa gratuito estão abertas; Organização vai selecionar 100 jovens para evento online que irá avaliar capacidade dos participantes de resolver problemas corporativos.

A Fundação Estudar acaba de abrir as inscrições para o evento gratuito "Trampo Na Prática", iniciativa que será realizada de forma remota e irá apresentar 100 jovens talentos para grandes organizações que são referência no mercado de trabalho. O objetivo da iniciativa é trazer questões transversais como diversidade e inclusão, saúde mental, sustentabilidade financeira e ambiental, presentes no dia a dia de empresas, no formato de desafio. Além disso, o evento conta com a participação de duas grandes empresas: B3 e Itaú.

O "Trampo Na Prática" acontecerá nos dias 19 e 20 de maio. Para participar, os jovens precisam participar de um processo seletivo. Os selecionados serão divididos em grupos para solucionar o desafio proposto por determinada empresa, e terão que apresentar a solução para representantes das organizações. Além disso, o evento conta com a participação da B3 e Itaú.

"Os participantes terão a possibilidade de se conectar com as empresas de uma forma inovadora e diferente, dado que poderão receber feedbacks de suas atuações durante as dinâmicas. Será uma oportunidade de desenvolver competências que vão ajudá-los no mercado de trabalho", explica Anamaíra Spaggiari, diretora-executiva da Fundação Estudar.

A iniciativa é voltada para profissionais em início de carreira, formandos ou profissionais que tenham experiência comprovada entre julho de 2019 e julho de 2021.

Para se candidatar, o jovem deve fazer a inscrição preenchendo seus dados pessoais, acadêmicos e profissionais. Em seguida, cumprir as etapas do processo de seleção que incluem testes de lógica, estilos de trabalho, perfil e inglês, além de gravar um vídeo de apresentação de até 2 minutos. Após esse procedimento, receberão um e-mail até 30 dias antes do evento dizendo se foram ou não aceitos no processo seletivo. O prazo de inscrições é até o dia 16 de abril.

Serviço:

Nome do curso: Trampo Na Prática

Datas: 19 e 20 de maio de 2021

Horário: Das 8h30 às 18h

Preço: Gratuito

Link para inscrições: até 16/04: https://bit.ly/3dXs4BP

Sobre o Estudar Na Prática

O Estudar Na Prática é uma iniciativa da Fundação Estudar que apoia o desenvolvimento pessoal e profissional de jovens, conectando-os ao mercado por meio de cursos, conferências e conteúdo digital gratuito.

Sobre a Fundação Estudar

A Fundação Estudar contribui para a formação das futuras lideranças transformadoras do Brasil por meio do estímulo à experiência acadêmica de excelência e do apoio ao desenvolvimento pessoal e profissional dos jovens. Mais informações: www.estudar.org.br

terça-feira, 13 de abril de 2021

Arborização (Resultados)


Local: EQNP 22/26 Setor P.Sul Ceilândia-DF
Antes: 16/12/2017 
Depois: 12/04/2021

Antes e depois!
Ação de divulgação no Blog Cia das Entrevistas.
Templo da Natureza, Programa de Popularização da Ciência, da Cultura e Defesa da Natureza.
Campanha realizada em 16 de dezembro de 2017, consta na primeira foto.
Hoje, dia 13 de abril de 2021, podemos registrar o resultado da Campanha de Arborização que consta na segunda foto.
Montagem das fotos: @jornalistafalcao

#arborização 
#templodanatureza
https://www.instagram.com/p/CNm4gRIMXro/?igshid=yapn8d502pm2

sábado, 10 de abril de 2021

36 mil hectares desmatados em março, segundo DETER

 


Área com alerta de desmatamento na Amazônia já é a maior da série histórica para março.

Dados do sistema DETER, do Instituto de Pesquisas Espaciais (Inpe), divulgados hoje, revelam que a área com alertas de desmatamento para março de 2021 na Amazônia é a maior da série histórica. Ao menos 36 mil hectares de floresta foram perdidos. Apesar de uma cobertura de nuvens superior, houve um aumento de 12,5% em relação a março de 2020.

"O que já é ruim pode piorar, com Ricardo Salles trabalhando contra o meio ambiente e o Congresso Nacional trabalhando para legalizar grilagem, flexibilizar o licenciamento ambiental e abrir terras indígenas para mineração, o desmatamento tende a continuar em alta", comenta Cristiane Mazzetti, Gestora Ambiental do Greenpeace.

É difícil imaginar uma solução para a Amazônia proposta por um governo responsável por um aumento histórico do desmatamento (trazendo à cena taxas anuais não observadas desde 2008, com 9% de aumento em 2020 comparado ao ano de 2019), e de um governo que represa (à exemplo do Fundo Amazônia) e corta recursos para a proteção do meio ambiente (conforme, Projeto de Lei Orçamentária Anual (PLOA) 2021).

Com impunidade forte no campo e na floresta, grandes polígonos de desmatamento têm sido cada vez mais observados nas imagens de satélite, com áreas de mil, 3 mil e até 5 mil hectares. Não será um rascunho desconexo de plano (Plano Operativo 2020-2023) para o controle do desmatamento, ou um acordo a portas fechadas com os Estados Unidos que reverterá toda a avalanche de destruição na Amazônia.

"Voltamos à era dos grandes desmatamentos e em meio a medidas que promovem o desmatamento na Amazônia e premiam os criminosos, o Deter de março é mais um motivo para que o governo Biden não assine um "cheque em branco" com o governo de Bolsonaro", completa Cristiane.

sexta-feira, 9 de abril de 2021

Entrevista com Eduardo Villela, book advisor e especialista do mercado editoria

                      Imagem: acesso cultural

No Dia Nacional da Biblioteca, espaço democrático de leitura, com acesso livre aos livros, o assunto é impostos sobre os livros, com Eduardo Villela, Book Advisor e assessora pessoas, famílias e empresas na escrita e publicação de seus livros. Trabalha com escrita e publicação de livros desde 2004 e já lançou mais de 600 títulos de variados temas, entre eles comportamento e psicologia, gestão, negócios, universitários, técnicos, ciências humanas, interesse geral, biografias/autobiografias, livros de família e ficção infantojuvenil e adulta.

Boa leitura.

Blog - Tributar os livros com uma alíquota de 12% com a aprovação do PL 3887/2020 é uma boa ideia?

Eduardo Villela - Não é uma boa ideia, se isso acontecer vai ter um impacto muito negativo na educação e na cultura do País. Vamos lembrar que o livro é uma das principais ferramentas de desenvolvimento de um ser humano, ele contribui para a formação de um pensamento crítico, na ampliação da nossa visão de mundo. É por meio deles que nós aprendemos a pensar. É uma ferramenta importantíssima para o nosso desenvolvimento cognitivo e entendimento do mundo ao nosso redor. Todos nós brasileiros só temos a perder se esse projeto de tributação dos livros em 12% for aprovado. O acesso à leitura vai ser dificultado por razões simples: o livro vai se tornar mais caro porque as livrarias e as editoras vão ter que repassar esse tributo no preço final.

Blog - No país que o livro é caro existe a tendência de diminuir a quantidade de leitores?

Eduardo Villela - Se aprovada essa tributação de 12%, na minha opinião vai diminuir sim o acesso aos livros. Isso em todas as classes sociais. O livro ficando mais caro limita o acesso da sociedade como um todo. Por exemplo, nos países europeus as taxas de leituras são altíssimas, pois é uma cultura que entende o livro como um item importante e de primeira necessidade. No Brasil, o hábito de leitura está em processo de construção, isso leva tempo e depende muito da qualidade de ensino, principalmente da rede pública de educação que é o um meio importante para esse processo de incentivo à leitura.

Blog - A afirmação de que pobre não gosta de leitura serve como argumento para taxar mais impostos nos livros?

Eduardo Villela - É um equívoco dizer que pobre não gosta de leitura. É um completo absurdo. O que acontece é que a maioria das crianças e jovens que estão em idade escolar, geralmente estudam na rede pública de ensino, sendo que são duas as instituições que são capazes de inserir esse hábito na criança e adolescente: a família e a escola. Mas infelizmente os próprios professores não têm o hábito de leitura. Então a escola não está cumprindo o seu papel nesse sistema.

Então não é que o pobre não tem o hábito de leitura, existe uma deficiência da escola pública, que não é de hoje, e não trabalha nessa questão do incentivo de forma adequada. Então, quando você tributa um livro acaba limitando o acesso a ele limitando esse acesso à toda sociedade.

Blog - Como podemos melhorar o índice de leitura dos brasileiros?

Eduardo Villela - A primeira coisa é a melhora da qualidade de ensino nas escolas públicas. É muito importante a criação do incentivo à leitura por parte dos educadores. É muito mais fácil fazer nascer esse interesse na criança ou no jovem do que em adultos. É preciso fazer com que o livro receba a importância que ele tem como ferramenta no desenvolvimento humano.

  Agradecemos a participação.

quarta-feira, 7 de abril de 2021

Há uma nova espécie no Oceanário de Lisboa


Visitamos em 1999 o Oceanário de Lisboa. Muito lindo os aquários gigantes e a fauna dos continentes com sonorização e temperaturas de acordo com os biomas! Tubarões, pinguins, cavalos-marinho e várias outras espécies incríveis!

E a partir de hoje,  dia 7 de abril de 2021, dia do jornalista, o Oceanário de Lisboa dá as boas-vindas a uma nova espécie na sua exposição: a espécie humana.

Os visitantes poderão voltar a “mergulhar” no grande aquário central e viajar pelo Oceano Global à descoberta das mais de 500 espécies, numa experiência que estimula todos os sentidos: da alegria das crianças, ao espanto dos adultos, do entusiasmo curioso, à tranquilidade de uma visita pelo do mundo subaquático.

A exposição “Florestas Submersas by Takashi Amano”, apresenta as florestas tropicais através do maior “nature aquarium” do mundo. Uma experiência relaxante e envolvente, conduzida pela banda sonora de Rodrigo Leão.

Inaugurada em 2020, a instalação artística “ONE – O Mar como nunca o sentiu”, da artista Maya Almeida, é uma homenagem ao Oceano, que retrata uma ligação profunda do Homem com o mar, através de uma obra imersiva, com imagens realizadas exclusivamente em Portugal.

Da Redação TN com informações do Oceanário de Lisboa.

segunda-feira, 5 de abril de 2021

Duas novas espécies de coruja são descobertas nas florestas brasileiras

 

A corujinha-do-xingu (Megascops) Imagem: Kleiton Silva.

A rica biodiversidade das florestas tropicais segue ainda em boa parte desconhecida da ciência e um estudo recente trouxe novas peças para este quebra-cabeça sobre a vida no planeta: duas corujas de hábitos florestais, uma da Mata Atlântica e outra da Amazônia. As espécies, batizadas de corujinha-de-alagoas e corujinha-do-xingu, respectivamente, foram descritas a partir de um esforço internacional que realizou uma análise genética das corujas do gênero Megascops, o mais diverso das Américas. Junto com a descoberta, vem o alerta dos pesquisadores de que uma das suas descobertas, a recém-conhecida corujinha-de-alagoas, pode estar criticamente ameaçada de extinção.

As novas espécies, a corujinha-do-xingu (Megascops stangiae) e a corujinha-de-alagoas (Megascops alagoensi), pertencem ao gênero Megascops, que abrange 23 espécies de aves noturnas de pequeno porte. Ambas restritas às florestas brasileiras, as corujinhas possuem entre 20 e 25 centímetros de comprimento.

De plumagem de coloração avermelhada, castanha e escura, a corujinha-de-alagoas ocorre em fragmentos isolados de Mata Atlântica ao norte do rio São Francisco, nos estados de Alagoas e Pernambuco, na região conhecida como Centro de Endemismo de Pernambuco. Sua área de ocorrência é justamente o que acendeu o alerta dos pesquisadores para o possível risco iminente de extinção da espécie.

"A gente sugere que a alagoensis está criticamente ameaçada porque ela precisa de floresta em bom estado de conservação e na área em que ela vive não existe praticamente mais isso, só fragmentos minúsculos em meio a plantações de cana-de-açúcar que não sustentam uma população no longo prazo. E esses fragmentos não estão conectados entre si, essa é a grande tragédia dos bichos que habitam essa região. Não há uma área grande de floresta e as populações já são pequenas e extremamente fragmentadas", explica ao ((o))eco o ornitólogo Sidnei Dantas, um dos autores do estudo. A corujinha está distribuída majoritariamente em propriedades particulares e conta com uma única área protegida, a Estação Ecológica de Murici, em Alagoas, para garantir a proteção do seu habitat.

A corujinha-de-alagoas (Megascops alagoensis).  Imagem: Gustavo Malacco

A situação da corujinha-do-xingu é um pouco melhor, de acordo com o ornitólogo, pois sua área de ocorrência ainda possui bons fragmentos de floresta e possui no território unidades de conservação e Terras Indígenas, para ajudar a protegê-la. Ainda assim, seu habitat, distribuído entre os rios Tapajós e Tocantins, na região do Xingu, está situado exatamente na fronteira agrícola e agropecuária conhecida como Arco do Desmatamento, onde a pressão pela derrubada da floresta avança progressivamente. O nome científico da espécie, inclusive, é uma homenagem à Irmã Dorothy Mae Stang, assassinada em 2005 e incansável defensora da Floresta Amazônica e seus povos tradicionais.

"Ela ainda é um bicho comum nessas áreas, só que é justamente nessa área que a Amazônia está sendo desmatada em ritmo crescente, sofrendo com o avanço da fronteira agrícola e pecuária. Então ela está numa situação mais confortável, mas pode estar futuramente ameaçada se o ritmo do desmatamento continuar acelerado", pondera Sidnei.
Para identificar as novas espécies, os cientistas realizaram um estudo detalhado sobre a variação morfológica, vocal e genética dentro do gênero das corujinhas a partir de 252 peles de exemplares coletados ao longo dos séculos e guardados em coleções científicas, além de 83 gravações e 49 amostras genéticas. A análise deste material foi feita por um time de pesquisadores do Brasil, Finlândia e Estados Unidos e foi publicada no final de março na revista Zootaxa.

O brasileiro Sidnei Dantas foi responsável por grande parte das gravações das vocalizações e coletas das corujinhas, registradas durante seu doutorado no Museu Goeldi, no Pará, sobre estas aves nas florestas tropicais da América do Sul. O pesquisador conta que em seu artigo anterior, ele já havia realizado a revisão taxonômica e a filogenia (história evolutiva) das corujas do gênero Megascops. E no novo estudo, concentrou-se em três espécies, a corujinha-orelhuda e a corujinha-relógio, que ocorrem na Amazônia, e a corujinha-sapo, da Mata Atlântica, que eram conhecidas até então como parte de um mesmo "complexo", um grupo de espécies proximamente relacionadas acerca do qual há certo mistério sobre quão aparentadas ou diferentes são entre si.

Graças à análise genética, os pesquisadores descobriram que na verdade existem seis linhagens de corujas Megascops no Brasil, além das três já conhecidas e das duas descobertas, uma sexta que era pouco considerada, a corujinha-de-belém (Megascops ater), também foi mapeada pelo estudo, que deu o alerta de que ela também pode estar ameaçada, pois sua área de ocorrência está restrita ao Centro de Endemismo Belém, uma das áreas mais pressionadas pelo desmatamento.

Além do DNA, as seis espécies podem ser distinguidas pela vocalização. Já a cor da plumagem é altamente variável, mesmo dentro de um mesmo grupo genético. A expectativa é de que várias espécies adicionais de corujinhas poderão ser descritas em breve, a partir de estudos similares que façam análises de DNA e de vocalização, uma vez que a diferenciação de espécies de corujas dentro do gênero Megascops, em particular, é complicada quando baseada apenas em reconhecimento visual, porque seus hábitos noturnos dificultam a visualização nítida do animal, necessária para distinguir plumagem e tamanho de forma precisa.

"Nem mesmo ornitólogos profissionais que trabalharam com corujas na sua vida inteira concordam com o número real de espécies desse grupo, então um estudo como o nosso era aguardado há muito tempo", explica Alex Aleixo, um dos autores do estudo e curador de aves do Museu Finlandês de História Natural na Universidade de Helsinki.

Esta reportagem foi originalmente publicada pelo site de notícias ambientais ((o))eco, uma associação de jornalismo sem fins lucrativos.

Da Redação TN com informações de Duda Menegassi (O Eco) Ecoa - UOL - Meio Ambiente.

Estudo revela que Brasil é celeiro de animais ainda desconhecidos

Dupla de cientistas consegue prever onde estão os seres vivos ainda não catalogados; pela amostragem, 10% estão no território brasileiro.

Botos, pererecas, macacos e pássaros estão entre as espécies descobertas nos últimos anos. Foto: WWF Brasil

No princípio, éramos nós e eles. Os humanos e os outros seres vivos. À medida que a ciência avançou, eles passaram a ser mais conhecidos e compreendidos. E foi em uma toada cientificista que, no século 18, o botânico, zoólogo e médico sueco Carl Linnaeus (1707-1778) inventou um método para classificar os seres vivos. É como eles são identificados até hoje e, por isso, Linnaeus é reconhecido como o “pai da taxonomia moderna”.

Os cientistas da natureza se depararam com enormidades nesse exercício de recolher, analisar e catalogar. Perceberam que, dos seres microscópicos aos gigantescos, são muitas as criaturas que habitam o planeta: até o momento, a lista já está na casa de 1,5 milhão. E estimativas recentes apontam para um fosso abissal de desconhecimento — no total, a Terra seria habitada por 8,7 milhões de espécies diferentes. 

Se a missão de muitos pesquisadores hoje é seguir nesse trabalho de formiguinha de encontrar espécies novas e classificá-las, uma dupla de pesquisadores resolveu mirar além: utilizando como amostragem apenas os animais vertebrados terrestres -- uma gama de 32 mil espécies --, eles cravaram onde estão esses seres vivos ainda desconhecidos. E quais os tipos deles. Todas as conclusões foram obtidas a partir da concepção de modelos matemáticos.

“Esses modelos permitiram mapear as regiões da Terra com maiores quantidades de espécies formalmente desconhecidas, fornecendo uma previsão para cada pedaço do nosso mapa”, afirma o biólogo e ecólogo brasileiro Mario Ribeiro de Moura, professor da Universidade Federal da Paraíba. Ele desenvolveu o estudo em parceria com o supervisor de seu pós-doutorado na Universidade de Yale, nos Estados Unidos, o também biólogo e ecólogo Walter Jetz. A pesquisa foi publicada em março no periódico científico Nature Ecology and Evolution.

A conclusão principal é que as florestas tropicais são o principal celeiro desses vertebrados ainda não catalogados. Metade dessas espécies são desse tipo de bioma. E 25% delas estão concentradas em quatro países — Brasil, Indonésia, Madagascar e Colômbia. O estudo permite ainda tipificar as futuras descobertas: 48% serão de répteis, como lagartixas, serpentes e lagartos; 30%, de anfíbios, como sapos, pererecas e rãs; 15% de mamíferos, principalmente roedores e morcegos; e 6% de aves, na maior parte as canoras.

O maior número dessas potenciais descobertas está no Brasil. “Se somarmos as previsões computadas ao longo de todo o território brasileiro, verificamos que elas representam 10% do total de espécies desconhecidas estimadas para o planeta”, resume Moura.

Ignorância ambiental e necessidade de preservação.

Com o desmatamento e todas as agressões ambientais, os pesquisadores temem que muitas dessas espécies sejam extintas antes mesmo de serem descobertas oficialmente. “[Seriam] para sempre perdidas”, frisa o ecólogo. “Permaneceremos ignorantes sobre os possíveis valores ecológicos, serviços ecossistêmicos e até mesmo relevância econômica que essa espécie pudesse vir a apresentar”, completa.

O mundo já enfrenta esse problema, na realidade. Estudos indicam que de 15% a 59% das extinções que vêm ocorrendo são de espécies que ainda não foram catalogadas cientificamente. 

Especialistas e ativistas procurados pela CNN Brasil avaliaram a importância dessa pesquisa recém-publicada. Em comum, a tônica de suas preocupações converge para a necessidade de preservação ambiental. Vale ressaltar que, de acordo com dados recentes do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), apenas em 2020 a chamada Amazônia Legal ficou 11 mil quilômetros quadrados menor por causa do desmatamento desenfreado. Em 2009, o governo brasileiro apresentou à Convenção do Clima, em conferência realizada em Copenhague, na Dinamarca, a meta de se manter dentro de um limite de cerca de 3 mil quilômetros quadrados em 2020.

O biólogo e ecólogo Lucas Navarro Paolucci, professor da Universidade Federal de Viçosa (MG), ressalta que o trabalho demonstra os esforços da comunidade científica para preencher as lacunas taxonômicas. Além disso, o material serve de subsídio para compreender outras dimensões da biodiversidade, como as interações ecológicas das quais essas espécies participam, como por exemplo a dispersão de sementes e predação de herbívoros. 

“Esses resultados reforçam a necessidade de termos políticas sérias de conservação ambiental dos nossos ecossistemas, sob risco de não apenas deixarmos de conhecer novas espécies, mas também de negligenciarmos uma série de serviços ecossistêmicos essenciais promovidos pela biodiversidade”, aponta Paolucci.

Para a bióloga e ecóloga Paula Hanna Valdujo, especialista em conservação da organização WWF Brasil, duas mudanças são necessárias para garantir a conservação das espécies ainda não descritas pela ciência. “Reduzir o desmatamento e a degradação dos ambientes naturais do Brasil e aumentar os investimentos na ciência brasileira”, enumera. “O fortalecimento da carreira científica na área da taxonomia, responsável por revisões e descrições de espécies, será decisivo para impulsionar o conhecimento sobre nossa rica e biodiversidade”, completa Paula.

Boto-araguaiano (Inia Araguaiensis), encontrado em 2014 na bacia do rio Araguaia, tem características moleculares e medidas do crânio diferentes dos botos encontrados na bacia do rio Amazonas. Foto: Gabriel Melo Santos/WWF Brasil.

A bióloga e ecóloga Joice Nunes Ferreira, pesquisadora na Embrapa Amazônia Oriental, ressalta que ainda temos muito a avançar na descrição de espécies e na sistematização dos dados em ecossistemas como os da Amazônia. “Alguns avanços recentes foram plataformas governamentais para a sistematização dos dados.” 

Ela lembra que o Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), entidade ligada ao Ministério da Ciência, criou recentemente o Centro de Sínteses em Biodiversidade e Serviços Ecossistêmicos. 

Atualmente, ela coordena o projeto Synergize, dentro desse centro, com várias instituições do Brasil e do exterior. “O foco desse projeto é sintetizar o conhecimento existente para grupos da fauna e da flora. Estudos como esse [de Moura e Jetz] nos ajudam a mostrar a ‘big picture’ e a direcionar nossos estudos regionais”, afirma.

Morosidade científica.

Há ainda o fato de que a ciência tem seu próprio tempo para sedimentar o conhecimento. Uma pesquisa anterior conduzida pelo próprio ecólogo Moura constatou que há casos em que exemplares de nova espécie, depois de coletados na natureza e depositados em coleções científicas, podem demorar mais de 150 anos “engavetados” até serem formalizados como uma descoberta. “Ou seja, mesmo após a coleta da natureza, ainda demoramos muito para ‘redigir’ as páginas do catálogo da vida”, admite o cientista.

Poaieiro-de-Chico Mendes (Zimmerius chicomendesi), possui um canto muito peculiar – que foi a característica que primeiramente chamou a atenção de pesquisadores. Foto Fabio Schunck/WWF Brasil.

Isso ocorre porque muitas vezes são necessários estudos mais aprofundados para concluir que se trata, sim, de uma espécie ainda desconhecida. Na outra ponta desse gargalo estão as condições muitas vezes precárias do dia a dia de cientistas pelo mundo — e o Brasil, longe de ser exceção, configura um exemplo disso. 

“Faltam investimentos em pesquisas de biodiversidade tanto para atividades de campo como para atividades em laboratório, incluindo aqui questões de infraestrutura e recursos humanos”, aponta Moura. “O Brasil tem profissionais qualificados e perfeitamente capazes de catalogar nossa surpreendente biodiversidade, mas esses profissionais não recebem apoio e incentivo suficientes de modo a facilitar a catalogação das espécies desconhecidas”, completa.

Da Redação TN com informações de Edison Veiga, em colaboração para a CNN Brasil

sexta-feira, 2 de abril de 2021

Fauna em Foco

 


Animal silvestre tem nojo?

Juntar os nutrientes e balancear não é uma tarefa fácil. Imagine ter todo esse trabalho e o animal não comer? 

Pois é...passei por situações como essa ao longo da minha vida profissional. 

Lembro de uma situação que me marcou muito.

No Centro de Primatologia quando, conversando com o responsável pelo manejo dos animais sobre o porquê a dieta no Zoológico do Rio não estava funcionando para os micos, ele me disse que provavelmente eles não consumiam por “nojo”. Sim, nojo!

Fazíamos uma deliciosa salada de frutas, verduras e legumes na parte da tarde como complemento à ração e eles nem encostavam na dieta.

O caldo das frutas não agradava... “experimente cortar a fruta em pedaços um pouco maiores, com a casca, de maneira que eles consigam manusear o alimento, como fazem em vida livre” – disse ele. *

Passei um período observando os animais do Centro e adaptei a dieta para o tipo de corte que eles usavam. E não é que funcionou? .

Para elaborar uma dieta nutricionalmente equilibrada não basta entender sobre nutrientes. É preciso dedicar parte do seu tempo de estudo entendendo a forma como os animais enxergam os alimentos, como sentem o cheiro, os sabores e como manuseiam.

Também é de igual importância entender como se comportam em sociedade (claro, para aqueles que vivem em grupos).

Em 2017, Casali et al. apresentou um estudo sobre a morfologia da língua das diferentes espécies de tamanduás (confesso que tenho uma queda pelos estudos com esses narigudos!), fazendo uma correlação importante sobre a estrutura da língua e o hábito alimentar.

Garantir que todos tenham acesso aos alimentos disponibilizados significa garantir que estão recebendo os nutrientes necessários.

​Prof. Msc. Ana Raquel 


Devemos ou não oferecer a semente de girassol aos papagaios?

Na verdade cometemos erros gigantes ao condenar simplesmente um alimento.

Em relação à digestibilidade pode-se dizer que é um dos alimentos mais bem aproveitados pelos papagaios, no entanto, quando oferecido ad libitum (à vontade), as aves tendem a consumir muito mais do que precisam devido ao elevado teor de gordura que, por sua vez, aumenta a palatabilidade do alimento.

Mas e na natureza? Essas aves não consomem alimentos ricos em gordura? Sim! Mas há uma relação entre a demanda energética e o nível de atividade. As aves em seu ambiente natural demandam muito mais energia do que as mantidas sob cuidados humanos.

E não é só energia que importa. Apesar de apresentar índices elevados de proteína (24%), a relação Cálcio e Fósforo deixa a desejar.

Um estudo avalia o oferecimento da semente como dieta única e a transição da dieta para uma ração equilibrada, mostrando ganhos expressivos para a saúde dos animais ao retirar a semente.

Em síntese, jamais a semente de girassol deve ser fornecida como alimento único e à vontade, no entanto, está claro que trata-se de um alimento que, além de ser apreciado pelos animais, possui nutrientes importantes que podem compor a dieta.

Resta ao profissional que avalie a situação e faça o balanceamento adequado da dieta. Pontos importantes que devem ser considerados quando o girassol é acrescentado na dieta:

1.Quantidade: como eles têm uma predileção por esta semente e muitos deixam de consumir outros alimentos (inclusive rações) para se alimentar exclusivamente da semente. A sugestão neste caso é deixar as sementes para atividades específicas de enriquecimento ambiental e/ou condicionamento.

2.Qualidade: as sementes, quando mal armazenadas ficam suscetíveis ao desenvolvimento de Aflatoxinas, que são micotoxinas produzidas por fungos do gênero Aspergillus, causando uma série de prejuízos ao organismo do animal com a supressão do sistema imunológico e consequentemente a diminuição da resistência a  enfermidades. 

​Prof. Msc. Ana Raquel 

Onde posso encontrar o informações sobre aparelho digestivo dos vertebrados?

Mais uma fonte de informações super legal para quem trabalha com selvagens.

O comparative nutrition Society (CNS) disponibilizou em seu site um link para acesso a um conteúdo fantástico organizado por Esther J. Finegan, PhD - University of Guelph e Edward Stevens, PhD, DVM - Department of Molecular Biomedical Sciences, College of Veterinary Medicine.

O conteúdo aborda desde aspectos gerais da anatomia comparada de vertebrados até a evolução do sistema digestivo, passando pelos processos digestivos e trazendo, ainda, ilustrações fantásticas de muitas espécies.

É um material muito importante para todos os profissionais que trabalham com nutrição de animais selvagens.

Aproveitem!!

Site: https://www.cnsweb.org/digestive_system_of_vertebrates/

Prof. Msc. Ana Raquel 

Como manter-se atualizado sobre manejo alimentar e nutricional de animais selvagens?

Uma forma de manter-se sempre atualizado sobre manejo alimentar e nutricional de animais selvagens é conhecendo o trabalho que os grupos de nutrição fazem nas Associações.

Temos o exemplo do Nutrition Advisory Group (NAG) - https://nagonline.net/

European Zoo Nutrition Center (EAZA) - http://www.eznc.org/

Comparative Nutrition Society (CNS) - ok

Recentemente a Associação de Zoológicos e Aquários do Brasil (AZAB) montou o grupo de nutrição que está sob a coordenação do Zootecnista Lucas Carneiro, responsável pelo setor de Nutrição do Zoológico de Brasília.

Hoje o grupo atua no desenvolvimento de protocolos para as 25 espécies ameaçadas do acordo de cooperação entre a AZAB e o Instituto Chico Mendes para Conservação da Biodiversidade (ICMBio).

Temos outros exemplos de profissionais que atuam diretamente em Zoológicos brasileiros como os Zootecnistas Henrique Tavares (Parque das Aves), Gabriel Werneck (Zoológico de Sorocaba), Claudia Ladeira (Zoológico de Baurú) e tantos outros colegas Zootecnistas, Médicos Veterinários e Biólogos que estão dedicando a sua vida profissional ao estudo mais aprofundado da nutrição de animais selvagens.

São tantas as iniciativas que só temos que nos alegrar com as novas perspectivas para esta área em crescimento, para gestação e, especialmente para fêmeas em lactação geralmente serão mais altas, especialmente em primatas de pequeno porte.

​​Prof. Msc. Ana Raquel ​​



Posso legalizar um animais silvestre?

Não é possível legalizar um animal silvestre de origem ilegal.

A Lei nº 9.605/98 - Lei de Crimes Ambientais não prevê a possibilidade de regularizar animais silvestres ilegais, ou seja, aqueles oriundos do tráfico de animais, aprisionados da natureza, etc.

E se o animal estiver comigo há mais de 30 anos? É possível pedir a legalização dele para ser de minha propriedade?

A resposta também é não!

A possibilidade que existe, em alguns casos, mediante análise do judiciário, a depender do caso, é ser conferida a posse para a pessoa, a guarda do animal.

Mas esta é uma exceção, que cada vez mais tem sido afastada, em especial pelo teor do art. 25, § 1º da Lei 9.605/98.

"Art. 25. Verificada a infração, serão apreendidos seus produtos e instrumentos, lavrando-se os respectivos autos.

§ 1o Os animais serão prioritariamente libertados em seu habitat ou, sendo tal medida inviável ou não recomendável por questões sanitárias, entregues a jardins zoológicos, fundações ou entidades assemelhadas, para guarda e cuidados sob a responsabilidade de técnicos habilitados."

Observe que no caso de guarda conferida, termo fiel depositário, o animal não foi legalizado e nem passou a ser de propriedade do cidadão, ele apenas ficou com a posse, com um termo de fiel depositário.

Mas neste caso, o cidadão será multado?

As chances de ser multado existem e é bem provável que sim. Mesmo que seja conferido o termo de fiel depositário, a pessoa não deixou de cometer a irregularidade e assim está passível de penalidade.

A não ser que o juiz deixe de aplicar a pena, analisando as circustâncias, conforme possibilidade esta que é prevista em norma. 

O que posso fazer se tiver um animal silvestre de origem ilegal?

Sob o aspecto jurídico, para evitar que seja penalizado, poderá entregá-lo aos órgãos ambientais competentes, de forma voluntária e não mediante fiscalização.

Prof. Msc. Adv. Dalton Araujo Antunes




Ração de cachorro para jabutis, pode?

Bom, se temos a opção de trabalhar com uma ração desenvolvida especialmente para atender aos requerimentos nutricionais dos jabutis, por que oferecer a ração de cachorro?

Como sempre, é um grande erro simplesmente dizer “não” para um alimento.

Há 20 anos nem falávamos sobre as rações especializadas para animais selvagens e as rações para animais de companhia e animais de produção eram as únicas opções para o balanceamento de dietas.

Por este motivo, o balanceamento era fundamental, mas jamais uma ração para cães era utilizada em grandes proporções na dieta.

Sempre trabalhávamos com o mínimo necessário para balancear o nível de proteína e gordura, e para garantir um aporte mais equilibrado de micronutrientes.

Com o passar do tempo, seguindo os aspectos ecológicos/fisiológicos dos jabutis, mudamos para uma ração de coelhos que estaria mais próximo ao perfil de necessidades nutricionais de um animal com características mais herbívoras e complementávamos com folhagens, flores (principalmente flor do malvaviscos), legumes ralados, frutos e ovos cozidos.

As opções alimentares para o balanceamos de dietas para jabutis são muitas e devem ser trabalhadas sempre em conjunto com um profissional.

Assim, temos a certeza que os animais sob os nossos cuidados estão recebendo o aporte de nutrientes necessário.


​Prof. Msc. Ana Raquel ​​