Mobiliário feito de tubo de PVC foi construído e financiado por residentes e pela equipe da Unidade
BRASÍLIA (7/11/16) – Os pacientes da Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do Hospital Regional de Ceilândia (HRC) que precisam fazer fisioterapia, mas não conseguem sentar sozinhos contam, agora, com a ajuda de uma cadeira feita de tubos de PVC. A ideia inovadora partiu dos residentes Raphael Adjuto e Natália Barrel, que construíram a cadeira a partir de um protótipo criado pelo fisioterapeuta Luiz Antônio Nunes para a UTI do Instituto de Infectologia Emílio Ribas, localizado em São Paulo.
De acordo com a residente do primeiro ano de Fisioterapia do Programa Multiprofissional em UTI do HRC, Natália Barrel, a cadeira melhora a qualidade do atendimento ao paciente.
"Geralmente, pessoas acamadas em leitos de UTI passam um longo período apenas numa única posição e o papel da fisioterapia é promover a mobilidade e que é essencial, pois evita complicações que são decorrentes da situação. A cadeira além de facilitar, também viabiliza que trabalhemos os movimentos do paciente em cima da própria cama", ressalta.
Raphael Adjuto, residente do segundo ano de Enfermagem do Programa Uniprofissional em UTI do HRC, diz que a parceria da equipe foi fundamental para que o projeto se tornasse realidade.
"Eu e a Natália nos unimos para recriar a cadeira. Após fazer o levantamento de quanto material seria necessário, nós e a equipe fizemos uma 'vaquinha' e compramos os tubos. Todos receberam a ideia muito bem e, de fato, os benefícios trazidos são muitos, mas o principal é o aumento da qualidade de vida destes pacientes dentro do hospital".
FUNCIONAMENTO – Assim como no protótipo, a reprodução da "cadeira" não possui a parte do assento, pois a estrutura de PVC é feita para ser usada em cima do leito como forma de garantir que o paciente tenha apoio ao sentar. Deste modo, são necessários apenas dois profissionais para arrumar o mobiliário, levantar o internado e realizar os exercícios recomendados.
Antes da construção do objeto, os pacientes tinham que ser retirados do leito e colocados em uma poltrona, sendo necessário de três a quatro profissionais. Além do que é um modelo que traz mais riscos para o paciente.
A fisioterapeuta da UTI do HRC Leina Pimenta explica que a troca de experiências entre os servidores da unidade e os residentes, possibilita que novas ideias sempre sejam recebidas. "A ideia da cadeira foi excelente, porque estamos progredindo muito com os pacientes. Com ela, os mobilizamos, conseguimos movimentá-los na cama e intensificar a terapia motora", afirma.