Observatórios permitem estudo dos oceanos em tempo real a partir de um clique
Os equipamentos permitem rastrear propriedades físicas, químicas, geológicas e biológicas do fundo e da superfície do marDivulgação/Fundação Nacional de Ciências dos Estados Unidos
Desde segunda (7) muitos dos
segredos dos oceanos vão passar a ficar acessíveis 24 horas por dia, sete dias
por semana, para cientistas, educadores e qualquer pessoa que tenha acesso à
internet. Após dez anos do projeto que demandou investimentos de quase US$ 400
milhões, a Iniciativa de Observatórios Oceânicos (OOI, na sigla em inglês),
criada pela Fundação Nacional de Ciência dos Estados Unidos, vai garantir
presença científica permanente nos oceanos.
A rede de plataformas e
sensores da OOIrastreia propriedades físicas, químicas, geológicas e biológicas
do fundo e da superfície do mar e gera dados em tempo real. O projeto inclui
robótica submarina, cabos de fibra ótica e instrumentação especializada.
A OOI tem 83 plataformas com
mais de 830 instrumentos espalhados em sete matrizes oceânicas localizadas no
Atlântico e no Pacífico. Cada plataforma tem uma combinação de aparelhos que
geram milhares de informações científicas, como temperatura e salinidade, entre
muitas outras. A OOI instalou um observatório no chão tectonicamente ativo no
norte do Pacífico, outros próximos às costas leste e oeste dos EUA e quatro em
locais de alta latitude, perto da Groenlândia, do Alasca, da Argentina e do
Chile.
De acordo com a OOI, a
inovação da iniciativa está no fato de garantir presença científica permanente
nos oceanos, o que pode revolucionar o conhecimento oceanográfico como
aconteceu há décadas com a atmosfera terrestre. O objetivo do projeto é que os
dados aumentem a compreensão de cientistas sobre terremotos e mudanças nas
placas tectônicas e permitam a pesquisadores conhecer espécies que vivem em
fontes hidrotermais e entender fenômenos climáticos e meteorológicos como o El
Nino.
Acesso gratuito
Desde janeiro, a página da OOI
está aberta a qualquer usuário interessado em acessar os dados gratuitamente,
mas desde segunda (6) os dados serão transmitidos em tempo real. No portal,
agora é possível assistir a transmissões ao vivo em alta definição de fontes
hidrotermais, por exemplo, fissuras no fundo do mar que ainda são tidas como um
mistério para a ciência.
A expectativa é que as
informações sejam usadas por professores para ensinar conceitos oceanográficos
a estudantes e que também ajude na administração pesqueira, podendo ser
consultadas por pescadores que queiram saber as condições do mar para planejar
a atividade.
Agência Brasil