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sexta-feira, 17 de junho de 2016

Secretaria de Saúde zera fila de consulta oncológica





Secretaria de Saúde zera fila de consulta oncológica
Em 25 de fevereiro, havia 740 pacientes aguardando pelo atendimento

BRASÍLIA (17/6/16) – A Secretaria de Saúde zerou a fila de pacientes que esperavam pela consulta em oncologia clínica no Distrito Federal. Segundo os dados, o número de pacientes que aguardavam pelo atendimento ambulatorial no Sistema de Regulação da pasta chegou a 740 em 25 de fevereiro deste ano. A conquista foi graças a contratação por intermédio de concurso público de cinco médicos da especialidade, no primeiro bimestre de 2016.

De acordo com o gerente de Cuidados ao Câncer do órgão, Bruno Sarmento, foram nomeados 12 oncologistas clínicos à época, mas apenas cinco tomaram posse. Com isso, quatro foram encaminhados para reforçar o atendimento no Hospital de Base e um para o Hospital Regional de Taguatinga. Ambas unidades são referência no atendimento de casos de câncer no Distrito Federal.

"Zerar a fila de espera em consultas por oncologia é dar a oportunidade ao paciente que está esperando em casa com diagnóstico de câncer ser atendido, receber informações sobre o seu quadro clinico, saber as chances de cura, fazer o tratamento inicial para controlar os sintomas e ter o planejamento terapêutico definido e explicado pelo especialista", ressaltou o gerente, ao lembrar que o tempo na fila de espera chegou a cinco meses.

O gerente explicou que, durante a consulta, o oncologista clínico define a sequência do tratamento como, por exemplo, a necessidade de cirurgia, radioterapia e quimioterapia. Em alguns casos, quando o tratamento não é mais curativo, o protocolo de tratamento paliativo é estabelecido, ou seja, procedimentos invasivos são evitados e o foco passa a ser outras necessidades como, por exemplo, o controle da dor.

De acordo com dados oficiais, em 2015, foram realizadas 1.517 cirurgias oncológicas, 369 a mais do que em 2014, quando o número de operações ficou em 1.148. Os procedimentos foram realizados nos hospitais de Base, Gama, Asa Norte, Ceilândia, Taguatinga, Sobradinho, Universitário de Brasília e Sarah.

Bruno Sarmento afirma que o tratamento dos pacientes é acompanhado por mais de 200 médicos na rede pública. "Além de 19 clínicos oncológicos, nós temos aproximadamente 180 médicos de diversas especialidades envolvidos no tratamento cirúrgico, sem contar os enfermeiros, técnicos e outros profissionais", disse.

QUIMIO - "O próximo desafio será reabastecer os estoques de quimioterápicos, considerando que temos 41 medicamentos disponíveis e outros 12 ainda estão em falta", disse o cirurgião oncológico. O profissional esclareceu que os medicamentos sem abastecimento são prescritos apenas em situações específicas, ou seja, são usados em menor escala.
Além disso, todos os remédios possuem processo de licitação para serem adquiridos, mas alguns enfrentam problemas para serem entregues por falta de matéria-prima na indústria e outras dificuldades. Por isso, a pasta estuda uma estratégia para melhorar a relação comercial com as empresas para acelerar a entrega dos estoques.

RADIOTERAPIA – A Secretaria de Saúde vem realizando diversas ações para regularizar o tratamento radioterápico. Aproximadamente 900 pacientes aguardam pelo procedimento, que é realizado no Hospital de Base e Hospital Universitário de Brasília, os quais possuem um acelerador linear cada e, no caso do Base, outro aparelho de cobalto (equipamentos usados para realizar a radioterapia).

Para ampliar o atendimento, a Secretaria de Saúde firmou uma parceria, em 2015, com o Hospital Sírio Libanês, que disponibilizou 210 vagas. Além disso, a pasta firmou uma parceria com a Secretaria de Saúde de Goiás para que pacientes que estão na fila do DF, mas são moradores do Estado vizinho, sejam atendidos na rede pública de Goiás.

Entre outras medidas de médio a longo prazo, estão a ampliação do atendimento com a instalação de outros três aceleradores lineares, sendo um no Hospital de Taguatinga e outro no Hospital Universitário de Brasília. A ação será realizada por intermédio de convênio com o Ministério da Saúde.

"Nós sabemos que nossas vagas são insuficientes, por isso, estamos fazendo um esforço grande para disponibilizar mais vagas de radioterapia de forma complementar na iniciativa privada, que será uma ação de curto prazo e emergencial", citou Bruno Sarmento, ao esclarecer que em breve será publicado um edital de credenciamento para as unidades particulares que prestam o serviço.

HOSPITAL DO CÂNCER – O maior projeto para acelerar o atendimento oncológico no Distrito Federal é a construção do Hospital do Câncer, que deverá se chamar Hospital Oncológico de Brasília. A expectativa é de que ainda neste ano seja realizada a licitação da obra. Na última quarta-feira (15), o Governo de Brasília conseguiu as verbas para custear a estrutura. Ao todo, serão investidos R$ 166,3 milhões, sendo R$ 122 milhões de emenda parlamentar da bancada federal e R$ 44.380 milhões de contrapartida do Executivo local.

A unidade será construída ao lado do Hospital da Criança, que oferece tratamento oncológico para crianças. Ao todo, serão 172 leitos, sendo 20 de Unidade de Terapia Intensiva (UTI), divididos nos blocos A, B, C e D. Ao todo, são 28 consultórios, oito salas cirúrgicas, quatro salas de pequena cirurgia, bem como salas de radioterapia com aceleradores lineares, tomógrafos, braquiterapia e PET-CT. Haverá, ainda, quatro salas de endoscopia e 31 pontos de quimioterapia.

"A capacidade de atendimento anual será de, no mínimo, 5 mil cirurgias por ano, além do tratamento de 2 mil pessoas em radioterapia e outras 2 mil em quimioterapia, completando a rede de assistência oncológica", contabilizou Bruno Sarmento.

PLANO ONCOLÓGICO – No último dia 9, a Secretaria de Saúde também aprovou o Plano Oncológico 2016-2019. O documento prevê a organização do fluxo de atendimento dos pacientes. Na atenção primária, entre as ações e metas estão a ampliação do acesso às informações, apoio e tratamento contra o tabagismo; maior divulgação das informações e da cobertura do rastreamento do câncer de colo uterino, mama e outros tipos de câncer frequentes. Já na atenção especializada, estão elencados o aumento do acesso aos tratamentos cirúrgicos, radioterapia, quimioterapia e cuidados paliativos.

"Com todas essas ações, será possível ampliar a capacidade de atendimento e elevar a qualidade do tratamento oncológico a população que necessita de tratamento contra o câncer", finalizou o gerente.