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É imprescindível a sensação de liberdade de viajar, lembro daquela música que dizia, "eles venceram e o sinal está fechado para nós, que somos jovens", mas há sempre uma esperança, de levar o hábito da leitura, e somos os adultos do presente, conseguimos driblar e construir esperanças de um mundo melhor. Um grande exemplo de resistência é a nossa convidada de hoje, a escritora Margarida Drumond, responsável pela difusão do conhecimento em nosso Brasil. Boa leitura:
Blog: Recentemente você
foi escolhida para fazer parte da Academia de Letras e Música do Brasil,
especificamente ocupando a cadeira de Clarice Lispector. Qual a sensação desta
honra?
Margarida Drumond: Eu vou lhe dizer uma coisa, meu amigo, a honra é enorme e a alegria
muito grande.
Esta posse significa o reconhecimento pelo meu trabalho literário. Em
12.12. 1994, a posse foi na Academia de Letras de Taguatinga, cadeira n. 12, do
também romancista José de Alencar, e na época eu já possuía editados três
livros, contando o que lancei naquele dia – eram Um conflito no amor, romance;
Busca de você, poesias; e Aconteceu no cárcere, romance. Hoje, graças a Deus,
são 14 obras – somando-se mais livros de romances, poesias, ensaio, crônicas,
roteiro de cinema e documentários biográficos. Então a posse na Academia de
Letras e Música do Brasil – ALMUB soa como um reconhecimento pela minha
caminhada, o que é um estímulo, sem dúvida.
Blog: Escritora, Jornalista e Professora, quanta responsabilidade. Como é
navegar por estas áreas do conhecimento, ou seja, é possível afirmar que o
conhecimento é como uma teia de aranha, em que em tudo exige conhecimento há
uma ligação?
Margarida Drumond: Sim, há. Um conhecimento se entrelaça ao outro e dá mais base para o
trabalho que se vai fazendo. Para escrever os documentários biográficos Padre
Antônio de Urucânia, a sua bênção e Dom Luciano, especial dom de Deus, por
exemplo, o conhecimento jornalístico contribuiu muito, tanto durante a
pesquisa, que se deu aqui no Brasil, na Colômbia e na Itália, quanto durante o
período de criação das obras.
Também quando escrevi o romance histórico Tempo de saudade – que tem uma
história fictícia, mas dentro dela a história de minha cidade natal, Timóteo,
senti isto muito forte. Os estudos na área de Letras, especializações em Língua
Portuguesa, o jornalismo, tudo se soma na Literatura. Por falar nisto, um
estudo recente meu, a especialização em Direção Teatral, muito me ajudará em um
livro de teatro que estou preparando, além de ajudar nos próprios espetáculos,
claro.
Blog: No cenário nacional, sabemos de sua atuação quase de uma adolescente,
no sentido da energia palpitante de quem não se entrega a dificuldades, e o
lançamento no Rio de Janeiro não foge à regra, ou seja, você não para com a sua
missão de levar o conhecimento para todo o Brasil. Está confirmado o lançamento
no Rio de janeiro de sua obra literária?
Margarida Drumond: Obrigada pelo “adolescente”, André, mas você disse bem: sinto-me uma
adolescente quando se trata de levar minhas obras para junto dos novos
leitores, outras regiões... O livro é escrito para o outro conhecer, não pode ficar
guardado em casa ou mesmo nas livrarias aguardando ocasiões melhores do outro
para se investir em literatura. Infelizmente, há muita gente que pensa que
livro é supérfluo, um dó isto. Daí minha alegria e coragem de andar, viajar com
minhas obras, promover recitais, teatros e juntar com os músicos e artistas
locais.
O lançamento no Rio de Janeiro está confirmado sim, graças a Deus. Será
amanhã à noite, na Universidade Candido Mendes – Rua da Assembleia – centro, às
18 horas, e faz parte da programação de um Seminário que a Universidade
organizou. Então estarão presentes diversos professores, estudantes, além de
convidados. E minha alegria por este lançamento é notória, pois se trata da
cidade natal de Dom Luciano Mendes de Almeida, de quem o livro Dom Luciano, especial dom de Deus trata.
Eu já levara Dom Luciano, especial dom de Deus a cerca de 40 cidades,
mas não ao Rio, por falta de oportunidade, mas agora chegou a hora. Também, com
este lançamento, estou cumprindo uma das contrapartidas que apresentei à
Secretaria de Estado de Cultura do Distrito Federal, quando de minha inscrição
no concurso público de setembro de 2011, e, graças a Deus, tive a obra aprovada
e classificada, conforme publicação no Diário Oficial do DF, de janeiro. Assim,
a 2ª edição, já lançada aqui em Brasília na 1ª Bienal Brasil do Livro e da
Leitura, foi editada pelo Fundo de Apoio à Cultura – FAC.
Blog: O Brasil é um País geograficamente enorme, quase continental, podemos
afirmar que baseado neste argumento, a sua pessoa também é continental, pois
sabemos que você já lançou livros em diversos locais deste imenso Brasil?
Margarida Drumond: Já lancei em vários locais, mas não posso dizer em dimensão continental,
não, pois há regiões às quais ainda não fui, como ao sul do país. Essas viagens
para lançamento implicam, além de muita coragem, disponibilidade orçamentária
para diversas despesas e disponibilidade de tempo. Assim, em alguns locais mais
distantes não pude ir; trabalho na Universidade Católica de Brasília, de
segunda a sexta-feira, o que limita um pouco a atuação literária no tocante a viagens.
Mas os estados da Bahia, Minas Gerais, Espírito Santo, São Paulo, Goiás e aqui
no Distrito Federal estão sempre me recebendo e aos meus livros. E olhe que são
muuuuitas cidades, e acontece cada coisa que só vendo. Um dia ainda farei um
livro autobiográfico, se Deus quiser, e contarei também dessas experiências.
Aliás, os que me conhecem e sabem de minha “caminhada” já estão me cobrando
minha biografia.
Blog: Também, em nome de todos os visitantes do Blog Companhia das
Entrevistas, agradeço pela humildade em aceitar participar de nosso Blog, com a
Página "Eu conto Pra Você", com as suas crônicas, parabéns. Qual a
inspiração que leva você a escrever tão bem as suas crônicas?
Querido André, você é um grande jornalista e nos dá a nós visitantes a
oportunidade de muitos conhecimentos, por meio de seu bonito e eficiente blog.
Então, é uma alegria poder participar, obrigada pelos cumprimentos. Quando
comecei escrever para o público, comecei exatamente pelas crônicas, isto foi em
1970 – faz um tempinho, rssss – e foi para a Rádio Educadora de Cel.
Fabriciano, que aliás foi local de meu primeiro emprego. E agora, há um ano e
meio, ela divulga semanalmente, como outras emissoras em Minas e em São Paulo,
crônicas que mando semanalmente gravadas, sobre assuntos diversos, porém mais
assiduamente sobre Dom Luciano e Padre Antônio de Urucânia.
A absorção do conteúdo para as crônicas se dá pela leitura de coisas
diversas que fazemos no dia a dia, também pela nossa vivência, nosso sentir; a
isso somam-se, graças a Deus, os estudos, e eu sempre valorizei muito estudar.
Mesmo os estudos não acadêmicos são importantes. É sempre bom pegar um livro
sobre um assunto e procurar conhecê-lo, isto ajuda. E ler livros de romances,
poesias, crônicas é fundamental para o conhecimento geral e facilita na hora de
redigir. Por isso, ler, ler, ler e ler sempre
.