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quarta-feira, 22 de agosto de 2012

172. Daniel Seidel / Secretário de Estado / Secretaria de Estado de Desenvolvimento Social e Transferência de Renda / Sedest / Governo do Distrito Federal / GDF / Invisibilidade por parte da sociedade e do poder público em relação às pessoas em situação de rua




Não deveria ser comum, mas acontece uma certa invisibilidade por parte da sociedade e do poder público em relação às pessoas em situação de rua. Mas nem tudo está perdido, há esperança para esses seres humanos que por diferentes motivos se encontram perambulando pelas ruas, pedindo esmolas e dormindo nas calçadas de nosso país. Na Capital Federal, mas precisamente, em Taguatinga-DF, há uma quantidade muito grande de pessoas em situação de rua, e é sobre este assunto que o Blog Companhia das Entrevistas tem a honra de conversar com Secretário Daniel Seidel, Secretário de Estado, da Secretaria de Estado de Desenvolvimento Social e Transferência de Renda, do Governo do Distrito Federal. Boa leitura:

Blog: Nós sabemos que a Sedest possui na sua essência, a questão social, e em relação, por exemplo, a algumas situações, de moradores de rua, que, infelizmente, tem alguns comportamentos pessoais, de consumo de drogas ilícitas, e sabemos que a Sedest já está atuando, mas especificamente na área de Taguatinga-DF, que inclusive foi motivo de reportagem em 16 de agosto de 2012, de uma emissora de TV, com a Sedest atua?

Secretário Daniel Seidel: Na verdade, nós temos, a partir do dia 09 de julho de 2012, quando foi publicada a “Política para a População em Situação de Rua”, e desde então, se concretizando, com a construção dos Centros "Dia", centros próprios, que fazem um atendimento durante o dia, com a população de rua, para que aja um acolhimento e um atendimento, e na questão do tratamento para aqueles que tem envolvimento com uso de drogas e outras substâncias lícitas ou ilícitas também, e o alcoolismo tem muita presença , e nós temos que reconstituir toda a rede de nossos serviços, inclusive no Albercom, nós vamos ter para atendimento não só para a comunidade que neste momento está albergada, mas depois, para toda a comunidade da região, com um CAPS, Centro de Atendimento Psicossocial , tanto para álcool e drogas, inclusive com essa possibilidade de tratamento, por que quando nós chegamos no Governo, em 2011, faltavam 46 CAPS, e atualmente construímos 3, neste ano de 2012, vamos entregar mais 6, que é o equipamento da Secretaria de Saúde, e a partir daí nós estamos procurando dar um atendimento digno para que as pessoas possam encontrar solução para os seus encaminhamentos. A política para a população em situação de rua envolve pelo menos três tipos diferentes de pessoas que estão nessa situação de rua, que vem pra cá, para procurar tratamento de saúde e outros serviços públicos do Distrito Federal, pessoas que fazem captação de materiais recicláveis, e que para isso precisa de uma política de resíduos sólidos, e pessoas que são guardadores de carros e veículos, que foi inconstitucional a forma de regulamentar a ação deles aqui, e nós estamos reconstruindo, e é a nossa ideia, que eles se organizem em associações no campo da economia solidária, e é desta forma, enfrentando os problemas com maturidade na sua realidade que nós estamos procurando construir essas respostas, e a Sedest está com todo o empenho nesse sentido, e só este ano de 2012 serão construídos mais 18 equipamentos públicos da Sedest em função do “Plano do Crack” e em função da Política de uma forma geral para catadores, para a própria população em situação de rua, para que a gente possa ter um atendimento digno dessas pessoas.

Blog: E em relação aos telespectadores que estavam assistindo a matéria veiculada numa emissora de TV no dia 16 de agosto de 2012, em que o assunto foi a situação de Taguatinga-DF no que diz respeito a situação das pessoas que estão em situação de rua, e que durante o dia ficam perambulando pelas calçadas, na matéria, o jornalista da emissora de TV informou que entrou em contato com a assessoria de comunicação da Sedest, e recebeu a informação de que ninguém poderia conceder uma entrevista. E faço o seguinte questionamento, sabemos que uma das responsabilidades da imprensa é ser um elo entre a população e poder público, mas como fica a população, quando o poder público através de sua assessoria de comunicação não consegue concretizar este elo tão importante, que liga os que pagam os impostos com quem recebe salários de nossos impostos?

Secretário Daniel Seidel: Tão logo eu soube dessa reportagem do dia 16 de agosto de 2012, veiculada pela manhã, eu procurei levantar informações com a assessora de comunicação, até por que, eu sou muito sério na condução dessas respostas e com o tratamento com os jornalistas e com os veículos de comunicação, e procurei saber o que aconteceu, e ela me disse que o contato foi feito quase às 20h, ou seja, completamente fora do que é considerado um expediente normal, e se uma emissora está desejosa, que quer alguém para fazer uma entrevista, até por que eu nunca me neguei , nunca me furtei, e naquele momento não tinha como fazer esse contato, mas nós estamos sempre à disposição, é tanto que no domingo eu fiz entrevista num programa específico para falar da política, e eu dei pelo menos meia hora de entrevista na mesma emissora, é só para dizer que a gente não se furta a esse debate, mas é importante esclarecer que também da classe do jornalista é preciso que sejam éticos e decentes no processo de contato conosco, que somos gestores públicos e realmente temos uma agenda cheia de compromissos.

Blog: A Sedest através da sua pessoa, Secretário de Estado, participou do Seminário 5ª Semana Social Brasileira que aconteceu no dia 18 de agosto de 2012, no auditório da Universidade Católica de Brasília, tendo como centro do debate, o Estado, Estado para quê e para quem? Qual a sua opinião em relação ao assunto?

Secretário Daniel Seidel: A Semana Social Brasileira, para mim, é tudo que eu venho enfrentando no Estado, primeiro perceber que tem recursos públicos disponíveis no Estado para serem utilizados na superação da extrema pobreza, de fato o que falta é a priorização dentro do Estado e da gestão dos recursos públicos para a população que mais precisa, e pelo fato de eu ser um militante, da Comissão Brasileira Justiça e Paz, vindo das Pastorais Sociais, eu acredito muito nesse processo de educação popular que envolve a sociedade, para que o Estado realmente esteja a serviço dos que mais precisam, que, por sinal, está também a fala de nosso próprio Governador , “Estado para quem mais precisa, Governo para quem mais precisa de Governo”, e eu tenho procurado, no âmbito da Sedest, construir e estou percebendo que é possível.