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terça-feira, 30 de junho de 2015

Jornalismo Científico // Prêmio Fapeam

Prêmio Fapeam de Jornalismo Científico


Prêmio é oferecido pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Amazonas (Fapeam), que chega a sua 6ª edição este ano. Comunicadores da mídia local e de instituições concorreram a R$ 55,5 mil.

Confira a lista de vencedores:
Modalidade 'Ações institucionais de comunicação da ciência'
Profissional
Impresso - Revista: Amanda Lelis, Instituto de Desenvolvimento Sustentável Mamirauá
Modalidade 'Comunicação midiática'
Profissional
Impresso - Jornal: Florêncio Mesquita, do Jornal A Crítica
Audiovisual – Grande Reportagem: Adrianne Diniz, da TV A Crítica
Audiovisual – Documentário Jornalístico: Yano Sérgio, da Band Amazonas
Audiovisual – Imagem Cinematográfica: Gustavo Grijó, do Amazon Sat
Internet: Ítala Lima, do Portal Amazônia
Fotojornalismo: Raphael Alves, do BOL Fotos
Estudante
Internet: Gabriel Seixas, do Portal Amazônia
Menção Honrosa a veículos de comunicação de massa
TV Amazonas
Menção Honrosa 'Jornalista amigo da ciência'
Terezinha Torres, da Três Comunicação e Marketing

Jornalismo Científico

Jornalismo Científico

Por André Falcão


Parceria entre governo e Facebook será debatida na Câmara dos Deputados pela Comissão de Ciência e Tecnologia no Plenário 7, às 14h30.



De acordo com Emanuelle Brasil da Rádio Agência, a reunião vai acontecer hoje(30), e a ideia do acordo é levar a internet de banda larga a pessoas de baixa renda e a áreas isoladas do país.

A iniciativa faz parte do https://internet.org/projects liderado pelo Facebook, que reúne empresas de ponta como Ericsson, Samsung, Nokia na missão de democratizar o acesso à internet, reduzindo o preço de conexões móveis com redes sociais e serviços de e-mail.

 A neutralidade da rede é um dos direitos garantidos pelo Marco Civil da Internet que entrou em vigor em 2014. Com a neutralidade, todas as informações que trafegam na internet devem ser tratadas da mesma forma e distribuídas na mesma velocidade. O objetivo é evitar que um provedor de internet filtre a distribuição do conteúdo de determinados sites por motivos ideológicos ou econômicos, por exemplo.

Foram convidados para o debate na Comissão de Ciência e Tecnologia representantes dos ministérios das Comunicações e da Justiça; do Facebook; do Comitê Gestor da Internet no Brasil (CGI.br) e de sindicatos e empresas dos setores de telefonia e tecnologia da informaçãoDe acordo com Emanuelle Brasil da Rádio Agência, a reunião vai acontecer hoje(30), e a ideia do acordo é levar a internet de banda larga a pessoas de baixa renda e a áreas isoladas do país.

quinta-feira, 4 de junho de 2015

Brasília-DF - 2° Prêmio PaulOOctavio de Jornalismo - 2015



Melhores reportagens, colunas, blogs e fotos de Brasília concorrem a prêmios em 12 categorias

Lançado no dia 30 de abril, o 2° Prêmio PaulOOctavio de Jornalismo conheceu ontem (3 de junho) os seus finalistas. No total, foram 172 inscrições validadas, com mais de 200 jornalistas envolvidos na produção destes conteúdos. Após a avaliação da Comissão Selecionadora, integrada pelos assessores de imprensa Andreia Salles, Bernardo Brandão, Daniela Guima e Jalili Elias, os finalistas em cada categoria são os seguintes:


Prêmio PaulOOctavio de Fotografia
Celso Junior, foto ”Gilberto Amaral”
(Revista GPS)

Ed Alves, foto “Rumo ao futuro”
(Correio Braziliense)

Orlando Brito, foto “Delinquência juvenil: redução da maioridade penal ou políticas públicas de prevenção?”
(Portal Fato On Line)
Prêmio PaulOOctavio de Criação Visual
Fernando de Castro Lopes, ilustração “Matar ou morrer na capital do País”
(Correio Braziliense)

Plácido Fernandes Vieira, capa “Bem Vindo”
(Correio Braziliense)

Tatiane Barbosa e Marcelo Moura, caderno especial “BSB 55 anos – Muito além dos rótulos”
(Jornal de Brasília)
Melhor Coluna Social e de Entretenimento

Marcelo Chaves, coluna “Com Estilo”
(Jornal de Brasília)

Marlene Galeazzi, coluna "Marlene Galeazzi"
(Jornal Alô Brasília)

Paula Santana, coluna “PS por Paula Santana”
(Site GPS)
Melhor Coluna de Notícias

Ana Maria Campos, coluna “Eixo Capital”
(Correio Braziliense)

Eduardo Brito, coluna “Do Alto da Torre”
(Jornal de Brasília)

Millena Lopes, coluna “Ponto do Servidor”
(Jornal de Brasília)
Melhor Blog

Donny Silva, do “Blog do Donny”

Fabrício Lucena, do “Blog Zero6um”

Marcos Paulo Lima, do Blog “Drible de Corpo”
(Correio Braziliense)
Melhor Reportagem de TV

Cristiano Oliveira, Simone Moura, Isa Stacciarini, Patryck Gomes, Danilton Lima e Bruno Gonçalves, Série "Da Roça à Agroindústria"
(TV Brasília)

Giovana Cunha, Kátia Gomes e equipe,  reportagem “Catadores na Estrutural”
(TV Justiça)

Vanessa Lima, Yuri Achcar, Mara Mendes, Tainá Falcão e equipe, Série  ”Brasília, 55 anos”
(TV Record)
Melhor Reportagem de Rádio

Giovana Cunha, Fátima Uchôa e equipe,  reportagem “Creches e Pré-escola no Distrito Federal”
(Rádio Justiça)

Leandro Aislan, Isabel Mega, Rodrigo Orengo, Rafael Santos e Luana Souza, Série ”A capital que empreende”
(BandNews FM)

Thiago Marcolini e Rafael Santos, Série “As primeiras candangas”
(BandNews FM)
Melhor Reportagem de jornal

Arthur Paganini, Thaís Paranhos, Almiro Marcos, Camila Costa e Matheus Teixeira, Série “#tomavergonhadeputado”
(Correio Braziliense)

Flávia Maia e Paloma Suertegaray, Série “O alerta das águas”
(Correio Braziliense)

Kelly Almeida e Camila Costa, Série “#racismonunca”
(Correio Braziliense)
Melhor Reportagem de revista
Juliana Contaifer, reportagem “A nova imagem de Brasília”
(Revista do Correio)

Leilane Menezes, reportagem “O curioso plano de Lúcio Costa”
(Revista Encontro)

Raquel Jones, reportagem ”Amor que não se mede”
(Revista GPS)
Melhor Reportagem de internet
Diego Amorim e Beatriz Ferrari, Série “Tráfico Internacional de Drogas em Brasília”
(Portal Fato On Line)

Fernando Braga e Mirelle Pinheiro, reportagem “Agronegócio 2.0: O campo descobre o e-commerce” (Correiobraziliense.com.br)

Jéssica Nascimento, reportagem “Escola atende moradores de rua e alimenta sonhos de mudança pela educação”
(UOL)

Estes trabalhos já estão com os jurados André Noblat, Ricardo Callado e Sylvio Guedes, que vão escolher os vencedores de cada categoria, além do ganhador do Prêmio Paulo Octavio de Jornalismo, que reconhecerá o melhor trabalho entre todos os finalistas. Além desta premiação, na solenidade que será realizada no dia 25 de junho, será anunciado o vencedor do Prêmio Paulo Octavio de Contribuição à Imprensa, que reconhecerá o trabalho de um jornalista, veículo ou personalidade em prol do setor.

Segundo Paulo Octavio, o prêmio é um justo reconhecimento ao trabalho dos jornalistas que militam na Capital. “Ao criar este prêmio com foco nas reportagens e coberturas especiais em torno da cidade, nossa intenção era valorizar os profissionais e iniciativas. Estamos felizes em destacar os melhores profissionais que constroem a imprensa de Brasília e foi estimulante conhecer trabalhos de alto nível, como os apresentados este ano”, afirmou.

Para o diretor de Comunicação das Organizações PaulOOctavio, Jorge Eduardo Antunes, o prêmio, em sua segunda edição, está mais consolidado junto aos jornalistas da cidade. “Para nós é motivo de orgulho receber mais de 200 inscrições e validar 172 trabalhos, um crescimento de mais de 70% em relação aos 97 do ano passado. E ficamos felizes não apenas pela quantidade, mas especialmente pela qualidade, o que atesta o esforço das empresas de comunicação para melhorar seus produtos e dos profissionais, muitos em seus empreendimentos individuais, sempre antenados com o que a comunicação moderna exige”, afirmou.


22/09/2015
Correio Braziliense e os Diários Associados venceram sete categorias em que concorriam no 2º Prêmio Paulo Octavio de Jornalismo. Na melhor reportagem de jornal, as repórteres Kelly Almeida e Camila Costa levaram pela série “#racismonunca”. Como criação visual, o profissional Fernando Lopes ganhou com o trabalho "Matar ou morrer na capital do país". A Eixo Capital, da editora de Política local, Ana Maria Campos, foi considerada a melhor coluna de notícias. Na internet, o site www.correiobraziliense.com.br ganhou o prêmio com a matéria "Agronegócio 2.0: O campo descobre o e-commerce", de Fernando Braga e Mirelle Pinheiro, levou na categoria melhor reportagem de internet; e o blog Drible de Corpo, de Marcos Paulo Lima, venceu como melhor blog.

Ed Alves, com a fotografia Rumo ao futuro recebeu o troféu de melhor fotografia. A jornalista Leilane Menezes comemorou o prêmio de reportagem de revista com a matéria O curioso plano de Lucio Costa, da Encontro, publicação dos Diários Associados. O vice-presidente do Correio Braziliense, Evaristo de Oliveira, foi um dos convidados especiais. “Estou muito feliz pelo Correio ter sido o grande vencedor da noite. Considero um estímulo para o profissional premiado que se sente valorizado e orgulhoso em participar dessa premiação”, disse.
Os vencedores foram anunciados durante cerimônia de premiação no Kubitschek Plaza, no melhor estilo Oscar, com apenas o vencedor de cada prêmio subindo ao palco para o discurso de agradecimento. Em seguida, um coquetel foi servido para os convidados no auditório Minas Gerais. A segunda edição do prêmio considerou os trabalhos produzidos entre 1º de maio de 2014 e 30 de abril deste ano. No total, 172 matérias foram inscritas em todas as categorias, com mais de 200 jornalistas envolvidos na produção desses conteúdos. A seleção dos finalistas em cada categoria ocorreu após avaliação da comissão, integrada por assessores de imprensa da cidade.

quarta-feira, 3 de junho de 2015

Notícia // Cultura

Orquestra Sinfônica do Teatro Nacional Claudio Santoro
Temporada 2015
 
Concerto matutino didático ‘Viva o Cinema’ vai reunir mais de 500 alunos no Centro de Convenções dia 9 de junho
 
A Orquestra Sinfônica do Teatro Nacional Claudio Santoro, sob a regência do maestro Claudio Cohen, realiza, no dia 09 de junho, em duas sessões especiais, o concerto ‘Viva o Cinema’, com repertório de clássicos do cinema.  
 
A primeira apresentação será às 10h da manhã no Teatro Planalto do Centro de Convenções e contará com a presença de 300 alunos da Escola de Ensino Médio de Taguatinga Norte (CEMTN) e 250 crianças da Escola Canadense Maple Bear.
 
O objetivo do concerto didático para escolas é mostrar aos jovens a Orquestra Sinfônica e seus instrumentos por meio de um repertório mais próximo do universo deles.
 
A segunda apresentação da OSTNCS segue a agenda semanal de concertos, marcada para as 20h também no Teatro Planalto do Centro de Convenções.
 
PROGRAMA:
 
Vinheta Estúdios Universal
 
1-     Salute to the Cinema – Singin’in the Rain, Over the Rainbow, As Time
 
Goes By e A Day in the Life Fool - Arranjo de Carl Strommen
 
2-Gladiador – Hans Zimmer. Arranjo de John Wasson
 
3-Enio Morricone – Gabriel Oboé
 
4-Howard Shore - Senhor dos Anéis
 
5-Astor Piazzola – Oblivion
 
6-Danny Elfman  – Batman
 
7-John Williams – Star Wars Suite
 
I- Tema Principal
 
II- Tema da Princesa Léia
 
III- Marcha Imperial – Tema de Darth Vader
 
IV- Tema de Yoda
 
V- Sala do Trono & Tema Final
 
8- Ary Barroso – Aquarela do Brasil
 
9- 007 Medley – Arranjo de Calvin Custer
 
10-  John Williams -Tema de Super Homem
 
Regência – Maestro Claudio Cohen
 
SERVIÇO:
Concerto ‘Viva o Cinema’ - Orquestra Sinfônica do Teatro Nacional Claudio Santoro - Temporada Oficial 2015
Dia: 09 de junho de 2015 (terça-feira)
Hora: 10h e 20h (duas apresentações)
Local: Teatro Planalto, Centro de Convenções.
Ingressos devem ser retirados uma hora antes do espetáculo.
Entrada grátis.
Informações: 3325-6232 - 3325-6171
 
Comentários:
A música como elemento narrativo: o cinema e a trilha sonora
 
(Pedro Bonfim Leal)
 
Ainda na era do cinema mudo, começou-se a constatar a conveniência de uma música em correspondência à atmosfera evocada pela imagem ou situação do filme. Peças de apelo cômico para as comédias, ameaçadoras para as cenas de suspense, etc., começaram a ser parte integrante do clima imaginado pelos realizadores do filme. Mesmo sem contar com trilhas compostas especialmente para o cinema, os músicos das sessões passaram a contar com coletâneas, geralmente retiradas do repertório clássico, com sugestões de músicas para as cenas.
Ao surgir o cinema falado em 1929, a música precisou ser reorganizada. Não havia espaço para a ininterrupta sucessão de melodias, como nos filmes mudo. A sonorização dos filmes trouxe consigo duas outras fontes sonoras: a voz humana e os barulhos ambientes. A trilha devia então ser estrategicamente posicionada no decorrer da narrativa. Podemos até supor que este fato contribuiu para a sofisticação de seu uso. Ao invés de uma música evocadora de uma atmosfera da cena, tínhamos peças designadas a momentos específicos da narrativa.
 
Foi neste primórdio do cinema que outro padrão se estabeleceu. Em 1932, Max Steiner, um austríaco refugiado da guerra e ex-aluno de Mahler, compõe a trilha de King Kong (King Vidor, 1932). O filme foi um marco não apenas para a carreira de Max, mas também por definir a orquestração e o sinfonismo como traços característicos de boa parte dos filmes de Hollywood. Ainda que demais elementos tenham sido frequentemente adicionados às composições sinfônicas, como o jazz, o peso do classicismo de ascendência especialmente romântica prevalece até hoje.
 
O sinfonismo hollywoodiano funcionou bem em seu nascimento pela atmosfera evocada por esta música. Outro célebre trabalho de Max Steiner, E o vento levou (Victor Fleming, 1939) mostra isto exemplarmente. A utilização da trilha funciona aí como meio de ressaltar cenários grandiosos e luxuosos, e, juntamente, a grandeza dos próprios estúdios de cinema. Nos musicais, dramas, suspense, terror e até filmes de aventura passaram a fazer uso deste padrão.
 
De Hollywood, talvez por seu alcance global, o sinfonismo passou a prevalecer em outros países. Na França, Georges Delerue foi um bem sucedido compositor neste estilo, tendo trabalhado como Truffaut e composto o famoso “theme de Camille” para um filme de Godard. Até mesmo um compositor chinês como Tan Dun, mesmo possuindo uma sonoridade fortemente marcada pela música tradicional de sua terra, utiliza um esquema sinfônico de composição.
 
Outra característica marcante da trilha sonora em Hollywood, pelo menos desde os anos 70, é misturar peças orquestrais com músicas de maior apelo comercial, como o rock. Deste modo, dois álbuns eram lançados com a trilha do filme, uma com a música original e outra com a participação de nomes famosos da música pop.
 
A vinculação entre música e imagem pode ocorrer das mais diversas maneiras, e apenas algumas serão evocadas. Referindo-se à música sinfônica consagrada como padrão de muitos filmes, Claudia Gorbman4 faz uma interessante listagem de elementos relevantes para a trilha sonora.
Dentre eles, destacamos três:
O aparelho de produção da música é invisível. Isto quer dizer que a música soa na tela sem determinar a sua fonte. Ela não se encontra em lugar algum, pois não pertence ao cenário do filme. Este recurso é tão comum que não necessita de exemplos. Por outro lado, existe também uma rica utilização da trilha dentro do espaço da narrativa. Um bom exemplo se encontra na primorosa sequência inicial de A Marca da Maldade (Orson Welles, 1958), em que a trilha composta por Henri Mancini emana do rádio de um veículo em movimento, aumentando e diminuindo na medida em que a câmera se aproxima da fonte sonora.
 
A música não é concebida para ser conscientemente escutada. Trata-se aqui de um dos mais curiosos fatores presentes na música de trilha.
 
Apesar de sua presença ser imprescindível para o desenrolar da trama, a música passa despercebida pelos ouvidos do espectador. Seu meio de atuação, portanto, é subterrâneo. Certamente exemplos mostram o contrário, em casos em que a música rompe a barreira da invisibilidade e se impõem no filme. Um compositor como John Williams se popularizou por seus temas imediatamente reconhecidos pelo público, como os de Super-homem (Richard Donner, 1978) e Guerra nas Estrelas (George Lucas 1977).
 
A música traduz as emoções. Existe, portanto, tal como já aludido acima, um valor expressivo da música, utilizado largamente dentro do filme. A sinfonia 5 de Mahler, associada ao filme Morte em Veneza (Luchino Visconti, 1971), expressa a melancolia e o trágico destino do protagonista. Michel Chion adiciona um interessante ponto a esta última colocação de Gorbman, em que expande a atuação funcional da trilha no filme. Trata-se do que o autor chama de “valor adicionado” [valeur ajoutée]. Por isto, Chion entende a possibilidade da música de adicionar na narrativa algo que a imagem não contém, ao invés de simplesmente traduzi-la. Podemos imaginar como exemplo um rosto que, em sua apresentação, se mostra neutro, mas cujo tema musical revela algo como uma ameaça para o personagem que o avista.
 
Ainda em sua na obra A música no cinema6, Chion faz um interessante experimento, em que tenta demonstrar os efeitos da música em sua associação à imagem. Numa cena do filme A dupla vida de Veronique (Kryzystof Kieslowski, 1991), a protagonista anda por um corredor até encontrar outro personagem. Retirado o som deste trecho, Chion junta três músicas de trilhas distintas. O que o autor tenta tornar claro é como cada composição ressalta aspectos diversos, trazendo-os à luz ou, ao contrário, tornando-os insignificantes. Num dos casos, a música utilizada, fortemente rítmica, acentua os passos da personagem, enquanto outra, o olhar que lança sobre o homem recém-encontrado.
 
O poder da música em se associar a imagens e sentimentos não é, contudo, uma criação do cinema. Já há muito existe a noção de que a música expressa os sentimentos de seus criadores ou intérpretes. Uma peça evidentemente triste, como uma sonata de Beethoven, ou a alegria de uma cantata de Bach, indica uma intenção comunicativa do compositor. Este recurso expressivo se aplica, do mesmo modo, na música descritiva de paisagens ou objetos. São inúmeros os exemplos deste tipo, e um dos bem sucedidos é, sem dúvida, a música de Debussy. Em seus prelúdios para piano, o vento forte desarruma a vegetação de uma colina, uma pessoa passeia sobre uma paisagem de inverno, os sinos de uma catedral tocam etc.
 
Portanto, a música, por si só, possui a propriedade de evocar sentimentos e mesmo imagens. Esta qualidade acontece muitas vezes no âmbito pessoal do ouvinte. Certa melodia, por exemplo, pode nos remeter a uma cena de nossa infância, ou a um sentimento de tristeza.
 
Este poder associativo da música é explorado por Proust em Em busca do Tempo Perdido, nas passagens em que a frase tema de uma sonata do fictício compositor Vinteuil o remete ao bosque de Boulogne.
 
É interessante notar, deste modo, como a música se presta a dois âmbitos de associação: de sentimentos, mas também de cenários e objetos do mundo. Neste caso, diremos que a música não é um acontecimento fechado. Vinculando-se à experiência pessoal do ouvinte, ela se expande a espaços de associação, se recobrindo com um significado não contido em si. O que música e cinema realizam através da trilha sonora, portanto, parece ser a canalização e direcionamento de uma propriedade constituinte do fenômeno musical.